A Coroa de João VI é a coroa dos Reis de Portugal. A coroa tem uma característica ímpar em relação a outras Coroas europeias. De 1640-1910 não houve nenhuma coroação dos Monarcas Portugueses. Ela foi substituída por uma cerimónia chamada Aclamação, onde o Soberano recebia, junto com a Coroa, as Regalias do Reino. Entretanto a Coroa ficava pousada ao seu lado (não na cabeça).
Esta tradição foi iniciada com a Restauração da Independência Portuguesa, em 1 de Dezembro de 1640, onde o Rei D.João IV depositou a sua coroa aos pés de uma imagem de Nossa Senhora da Imaculada Conceição e assim chamou-a de "a verdadeira Rainha de Portugal".
A Coroa Portuguesa usada pelos Monarcas era composta apenas de ouro simples e de veludo vermelho com um formato Imperial. Foi feita no Rio de Janeiro, Brasil, em 1817, para a Aclamação de D. João VI. Ela foi criada na oficina de Dom António Gomes da Silva.
As Jóias da Coroa Portuguesa são peças de joalharia, insígnias e paramentos usados pelos reis de Portugal durante a monarquia portuguesa. Ao longo dos nove séculos de história, as jóias da coroa portuguesa perderam e ganharam património. A maior parte do atual conjunto é dos reinados de D. João VI e D. Luís I.
História
No final do século XV Portugal reunia um rico tesouro de jóias resultado do reinado de D. Manuel I (1495-1521), um dos homens mais poderosos do mundo na época, conhecido pelo seu prazer na ostentação. Grande parte destas jóias perder-se-ia durante a tomada da coroa portuguesa pelos Habsburgos.
No início de 1581, resistindo à união ibérica, António de Portugal, Prior do Crato, neto de D. Manuel, que fora aclamado rei por parte da população recolheu as jóias da Coroa Portuguesa antes de Filipe I ser feito o Rei de Portugal. Procurando apoio para a sua causa, fugiu para a França levando consigo as jóias, incluindo muitos diamantes valiosos. Bem recebido pela rainha consorte Catarina de Médici, vendeu-lhe algumas das peças em troca de apoio da França nos planos para recuperar o trono e depor Filipe I. Quando as forças luso-francesas foram vencidas nos Açores, em 1583, D. António partiu para o exílio e dedicou a vida tentar recuperar o trono. Em Inglaterra pediu o auxílio da rainha Isabel I a quem terá entregue jóias como penhor, entre as quais o famoso "espelho de Portugal", descrito como um diamante quadrangular de cerca de 30 quilates, por várias tentativas de tomar Lisboa, como a da Contra armada inglesa de Julho de 1589. Após várias tentativas falhadas, a pobreza levou-o a vender muitos dos diamantes restantes como o diamante Sancy. O último e melhor diamante, conhecido como diamante Sancy seria adquirido por Nicolas de Harlay, passando para Maximilien de Béthune vindo a ser incluído nas jóias da coroa francesa.
Durante a Guerra da Restauração, João II de Bragança vendeu muitas das jóias da Coroa portuguesa para financiar a guerra com Espanha. Quando se tornou rei de Portugal em 1640 e deposta a Casa de Habsburgo, colocou a sua coroa aos pés de uma estátua de Nossa Senhora da Imaculada Conceição declarando-a a "verdadeira Rainha de Portugal". Desde então, os monarcas portugueses não têm uma coroação, mas sim uma aclamação. Antes da ascensão ao trono português pela Casa de Habsburgo, o rei de Portugal costumava ser ungido e coroado no Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa.
Em 1755 o grande terremoto de Lisboa destruiu o Paço da Ribeira, residência real portuguea. Com a destruição do palácio, inúmeras jóias da coroa portuguesa da época foram destruídas, perdidas ou roubadas.
Quando a sua corte esteve no Rio de Janeiro, D. João VI mandou fazer um novo conjunto de jóias da Coroa. Criadas pelo joalheiro real na oficina de António Gomes da Silva, o conjunto incluiu uma nova coroa e cetro, entre uma infinidade de peças. As peças desta época são a maioria do atual conjunto de jóias da coroa portuguesa.
Quando Maria Pia de Sabóia se tornou rainha consorte de Portugal, o rei Luís I mandou fazer muitas novas jóias. Paralelamente, foi confecionado um novo manto real. Quando a Família Real portuguesa partiu para o exílio, muitas das jóias seguiram com a rainha Amélia de Orléans e a rainha mãe Maria Pia de Sabóia.
Em 2002 em Haia, durante uma exposição sobre jóias da coroa europeias para o qual tinham sido emprestadas, seis peçasdas jóias da coroa portuguesa foram roubadas.Incluindo um diamante de 135 quilates, o castão de bengala do rei D. José I de ouro com 387 brilhantes, um anel com um brilhante de 37 quilates, uma gargantilha com 32 brilhantes e um par de alfinetes na forma de trevo. Na sequência da investigação do museu e das autoridades holandesas, o governo holandês pagou o montante de seis milhões de euros ao governo português para reparação. As jóias não foram recuperadas.
Actualmente as Jóias da Coroa portuguesa são mantidas à guarda do estado português e não estão abertas ao público. São vistas apenas em eventos especiais.
Ceptro do dragão, feito para a aclamação da rainha D. Maria II, simbolizando a Coroa de Portugal, a carta constitucional de 1826, e um dragão emblemático da Casa de Bragança
O Cetro do armilar , também conhecido como o Cetro do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves pertence ás jóias da coroa portuguesa criadas originalmente para a aclamação de D.João VI, juntamente com a coroa de D.João VI e o manto de D.João VI.
Diadema das estrelas, de diamantes, ouro feito para a rainha Maria Pia de Sabóia.
O Colar das Estrelas é um colar de diamantes feito originalmente para a rainha Maria Pia de Sabóia. É uma peça das jóias da coroa portuguesa.
Manto do rei D. Luís I também conhecido como Manto dos Reis Constitucionais.
Manto do rei D.João VI, também conhecido como o Manto do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves
O beija-mão é uma tradição de reverência a personalidades eminentes, praticada em várias culturas desde tempos remotos.
Na cultura lusófona suas origens são medievais, sendo um costume da monarquia portuguesa em Portugal depois herdado pela corte imperial brasileira. O beija-mão era uma cerimônia pública em que o monarca se colocava em contato direto com o vassalo, o qual, depois da devida reverência, podia aproveitar a ocasião para solicitar alguma mercê. A cerimônia tinha grande significado simbólico, lembrando o papel paternal e protetor do rei, invocava o respeito pela monarquia e a submissão dos súditos. Era grande o fascínio que exercia sobre o povo. No tempo de dom João VI havia um protocolo preciso a ser seguido: a pessoa se aproximava, ajoelhava diante do rei, e beijava-lhe a mão estendida. Então levantava-se, fazia outra genuflexão e se retirava pelo lado direito.
Dom João VI recebia seus súditos todas as noites, salvo domingos e feriados. Era sempre acompanhada com música e às vezes a cerimônia se estendia por longas horas, dada a grande afluência de pessoas. Chegava a receber 150 pessoas por dia. José António de Sá elogiou as audiências afirmando que Dom João "exercita o amor, e a confiança para o Soberano, e contém os ministros". Outra lembrança foi deixada por Henry L Evêque
: "o Príncipe, acompanhado por um Secretário de Estado, um Camareiro e alguns oficiais de sua Casa, recebe todos os requerimentos que lhe são apresentados; escuta com atenção todas as queixas, todos os pedidos dos requerentes; consola uns, anima outros.... A vulgaridade das maneiras, a familiaridade da linguagem, a insistência de alguns, a prolixidade de outros, nada o enfada. Parece esquecer-se de que é senhor deles para se lembrar apenas de que é o seu pai". Oliveira Lima registrou que Dom João VI tinha um deleite especial na cerimônia, onde se misturavam livremente nobres e plebeus, e, "dotado da prodigiosa memória dos Braganças, nunca confundia as fisionomias nem as súplicas, e maravilhava os requerentes com o conhecimento que denotava das suas vidas, das suas famílias, até de pequenos incidentes ocorridos em tempos passados e que eles mal podiam acreditar terem subido à ciência d'el-rei".
A última bandeira da Monarquia entrou em vigência pelo decreto de 18 de outubro de 930, emitido pelo Conselho de Regência em nome da rainha Maria II de Portugal, Conselho esse que se achava exilado na Ilha Terceira, no quadro da guerra civil de 1832-1834.
Este, determinava que a bandeira nacional passasse a ser verticalmente bipartida de branco e azul, ficando o azul à tralha; sobre o conjunto, ao centro, deveria assentar as armas nacionais, metade sobre cada cor.
O branco e o azul tinham sido adoptados como cores nacionais por decreto das Cortes Gerais da Nação de 22 de Agosto de 1821, na sequência da revolução liberal do ano anterior. A bandeira nacional tinha, no entanto, mantido a mesma ordenação, com o campo totalmente em branco.
Reza a tradição que a primeira bandeira constitucionalista teria sido bordada pela própria rainha Maria II de Portugal e trazida para o continente pelos Bravos do Mindelo, quando desembarcaram nas proximidades em Vila do Conde para conquistarem o Porto, onde viriam a ficar situados ao longo de mais de um ano.
Tem-se gerado alguma controvérsia acerca das proporções do branco e do azul nesta bandeira; a bandeira para uso terrestre era igualmente bipartida de branco e azul; a para uso naval, essa sim, apresentava o azul e o branco na proporção de 1:2, um pouco à semelhança do que sucede com o actual pendão nacional português.
Ao mesmo tempo foi introduzido um novo Jaque Nacional para os navios de guerra. Era branco, com uma orla azul e as Armas Nacionais ao centro. Foi também introduzida uma nova Flâmula Nacional, azul e branca.
Brasão
Hino
O Hino da Carta (Hymno da Carta na grafia antiga) foi o hino nacional de Portugal entre maio de 1834 e outubro de 1910. Escrito pelo Rei D.Pedro IV, em homenagem à Carta Constitucional que o próprio outorgou aos Portugueses em 1826.
O hino generalizou-se com a denominação oficial de Hymno da Carta, tendo sido considerado oficialmente como Hymno Nacional e por isso obrigatório em todas as solenidades públicas, a partir de Maio de 1834.
Com a música do Hymno da Carta compuseram-se variadas obras de natureza popular (modas) ou dedicadas a acontecimentos e personalidades de relevo, identificando-se em pleno com a vida política e social dos últimos setenta anos da Monarquia em Portugal.
Letra:
I Ó Pátria, Ó Rei, Ó Povo, Ama a tua Religião Observa e guarda sempre Divinal Constituição
(Coro) Viva, viva, viva ó Rei Viva a Santa Religião Vivam Lusos valorosos A feliz Constituição A feliz Constituição
II Ó com quanto desafogo Na comum agitação Dá vigor às almas todas Divinal Constituição
(Coro) Viva, viva, viva ó Rei Viva a Santa Religião Vivam Lusos valorosos A feliz Constituição A feliz Constituição
III Venturosos nós seremos Em perfeita união Tendo sempre em vista todos Divinal Constituição
(Coro) Viva, viva, viva ó Rei Viva a Santa Religião Vivam Lusos valorosos A feliz Constituição A feliz Constituição
IV A verdade não se ofusca O Rei não se engana, não, Proclamemos Portugueses Divinal Constituição
(Coro) Viva, viva, viva ó Rei Viva a Santa Religião Vivam Lusos valorosos A feliz Constituição A feliz Constituição
Este é um blog sobre a monarquia portuguesa. Aqui falamos da família real portuguesa, dos reis de Portugal, dos simbolos, das tradições e da história da monarquia portuguesa.