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A Monarquia Portuguesa

Este blog pretende ser o maior arquivo de fotos e informações sobre a monarquia portuguesa e a Família Real Portuguesa.

Ter | 30.07.19

Júlio de Castilho, professor de História e de Literatura Portuguesa do Príncipe Real Luís Filipe

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Júlio de Castilho (Lisboa, 30 de Abril de 1840 — Lisboa, 8 de Fevereiro de 1919), segundo visconde de Castilho, foi um jornalista, poeta, escritor e político português, filho do escritor António Feliciano de Castilho. Distinguiu-se como olisipógrafo, publicando diversas obras sobre a cidade de Lisboa e juntando uma importante colecção pessoal de documentos sobre o tema, hoje depositada na Biblioteca Nacional de Lisboa.

Filho do escritor António Feliciano de Castilho e de sua segunda mulher D. Ana Carlota Xavier Vidal de Castilho e irmão do militar e político Augusto de Castilho, concluiu na Universidade de Coimbra o Curso Superior de Letras, enveredando cedo pela vida literária e pelo jornalismo, publicando poesia e diversas obras de carácter histórico e bio-bibliográfico.

Foi primeiro-oficial da Biblioteca Nacional de Lisboa, desenvolvendo aí diversos trabalhos de investigação na área da bibliografia e da biografia.

Foi correspondente literário em Lisboa do Diário Oficial do Rio de Janeiro. As suas cartas saíam nos números dos domingos, tornando-se notáveis pela variedade e escolha dos assuntos científicos e literários, e pela elegância e elevação do estilo. Ainda na area do jornalismo, colaborou em diversas publicações periódicas, nomeadamente no Arquivo Pitoresco (1857-1868), na Revista Contemporânea de Portugal e Brasil  (1859-1865), Gazeta Literária do Porto  (1868), O Occidente  (1878-1915), Lusitânia (1914) e A semana de Lisboa (1893-1895).

As suas actividades como jornalista levaram-no a fazer uma passagem pela política, sendo nomeado governador civil da Horta em Outubro de 1877. Exerceu estas funções até Fevereiro de 1878, sendo exonerado devido à mudança de partido do Governo em Lisboa. No ano seguinte (1878) foi nomeado para o mesmo cargo, mas no distrito de Ponta Delgada, mas não chegou a tomar posse do lugar.

O título de visconde de Castilho foi-lhe concedido em verificação de vida no de seu pai, por decreto de 1 de Abril de 1873.

No ano de 1906 foi-lhe atribuída a tarefa de professor de História e de Literatura Portuguesa do Infante D. Luís. Foi também cônsul de Portugal em Zanzibar em Zanzibar.

Foi sócio efectivo da Associação dos Arquitectos e Arqueólogos Portugueses e sócio correspondente da Academia das Ciências de Lisboa, do Instituto de Coimbra, do Gabinete Português de Leitura de Pernambuco, do Instituto Vasco da Gama de Nova Goa e da Associação Literária Internacional de Paris.

Durante a sua passagem pelo Governo Civil da Horta foi feito sócio honorário do Grémio Literário Faialense e do Grémio Literário Artista da Horta.

Dom | 28.07.19

Títulos - Duque de Coimbra

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O título Duque de Coimbra foi criado pelo rei D. João I de Portugal em 1415, na sequência da conquista de Ceuta, nesse ano, a favor do seu segundo filho D. Pedro, Infante de Portugal. Juntamente com o título Duque de Viseu, criado na mesma altura para o Infante D. Henrique, é o mais antigo ducado de Portugal. Depois da morte de D. Pedro na batalha de Alfarrobeira o título não foi herdado pelos seus filhos, sendo atribuído de novo apenas no fim do século XV ao filho ilegítimo de D. João II de Portugal.

Duques de Coimbra:

  • D. Pedro, Infante de Portugal (1392-1449), segundo filho do rei D. João I;
  • D. Jorge de Lancastre, Infante de Portugal (1481-1578), filho ilegítimo do rei João II;
  • D. Augusto de Bragança, Infante de Portugal (1847-1861), filho de D. Maria II e de D. Fernando II, reis de Portugal.
  • Henrique João de Bragança, filho de S.A.R o Senhor Dom Duarte Nuno de Bragança e de S.A.R a Senhora Dona Maria Francisca de Orleans e Bragança, Princesa do Brasil, bisneto do rei D. Miguel I
  • Infanta Maria Francisca Isabel de Herédia e Bragança, filha de S.A.R o Senhor Dom Duarte Pio de Bragança e de S.A.R a Senhora Dona Isabel de Herédia.
Sab | 27.07.19

Fundação da Casa de Bragança inicia jornadas sobre o arquivo musical do Paço Ducal de Vila Viçosa

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Teve início esta sexta-feira, 26 de julho, no Paço Ducal em Vila Viçosa a ‘I jornada Musicológica do Museu-Biblioteca da Casa de Bragança’, promovida pela Fundação da Casa de Bragança.

A Rádio Campanário esteve presente no arranque dos trabalhos e falou com a arquivista Marta Páscoa, da comissão organizadora, que explica que vão ser abordadas “temáticas relacionadas com o arquivo musical” do Paço Ducal de Vila Viçosa, composto por “um acervo muito vasto e importante”.

Na primeira jornada musicológica o Paço Ducal acolhe “especialistas de renome internacional” e que vão partilhar “o estudo que têm feito sobre os autores e compositores dos quais nos aqui temos peças”, “ajudando-nos a conhecer melhor o acervo e aquilo que temos aqui”, disse a arquivista.

Questionada sobre as mais-valias de ter o apoio de especialistas na matéria, Marta Pascoa sublinha que “permite no final termos um catálogo completo que, depois de divulgado, vai permitir a especialistas de todo o mundo saber o que temos no Palácio e poderem estudar melhor as partituras”, à medida que se vai estudando “história deste acervo, de onde vieram as várias partes, se já estavam em Vila Viçosa ou se vieram de fora”.

Segundo a arquivista Marta Páscoa, o espólio musical do Paço Ducal de Vila Viçosa é “um conjunto muito curioso de peças que vieram de lugares muito diferentes”, composta em parte por um acervo que já estava em Vila Viçosa, os “livros de música que era cantada e tocada na Capela Real e no Colégio dos Reis”, que foi “complementado com o espólio que veio de Lisboa do Palácio das Necessidades, após a Implantação da República”. Esta última composta pelas “revistas, partituras ou jornais de música” dos últimos reis de Portugal.

Fonte: radiocampanario.com

Sex | 26.07.19

Dom Duarte Pio: “Amália conseguiu fazer essa ponte entre as duas culturas e hoje o fado é considerado tanto da cultura popular como da cultura erudita”

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Dom Duarte Pio marcou presença na apresentação da programação das celebrações do centenário de Amália Rodrigues e no final falou com o Infocul sobre a importância da fadista na cultura portuguesa.

O Chefe da Casa Real Portuguesa disse que “é certamente a personalidade portuguesa da nossa época mais conhecida em todo o mundo e passa à frente de outras personalidades também muito conhecidas… mas no campo do futebol”.

Confidenciou ainda que “os meus pais eram muito amigos, davam-se muito bem e a última vez que a vi foi quando fizemos a sua coroação como rainha do fado, em Ourém, numa cerimónia muito interessante. Então ao visitar o castelo estava a apanhar muito sol na cabeça e eu emprestei-lhe o meu panamá, daqueles panamás autênticos e ela disse, “ah eu gostei muito do seu chapéu, vou ficar como recordação” e de modo que está aqui no museu”, disse, sorrindo.

Explicou que “em Portugal a cultura divide-se basicamente em dois grandes sectores, a cultura popular e a cultura erudita. Os partidários da cultura erudita têm um certo desprezo pela cultura popular e os partidários da cultura popular consideram os da cultura erudita uns chatos e que não tem interesse. A Amália conseguiu fazer essa ponte entre as duas culturas e hoje o fado é considerado tanto da cultura popular como da cultura erudita, e claro que há pessoas que cantam muito bem e outras que cantam muito mal, e às vezes já tenho apanhado com cada susto nas casas de fado, com pessoas que efectivamente não têm voz e que insistem em cantar e acho que devia haver uma certa autocrítica”.

Fonte: infocul.pt/

Sex | 26.07.19

Anselmo de Andrade, preceptor do Rei D. Manuel II

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Anselmo José Franco de Assis de Andrade (Lisboa, 20 de Junho de 1844 - 1928), conhecido por Anselmo de Andrade, foi um economista, grande proprietário agrícola, investigador, escritor, jornalista e político português. Foi ministro dos Negócios da fazenda de Portugal, no governo de Hintze Ribeiro (1900) e no último governo da Monarquia, presidido por António Teixeira de Sousa(1910).

Anselmo de Andrade formou-se em Direito na Universidade de Coimbra. Iniciou a sua actividade como escritor em 1866 com a obra Epopeias da História. Paralelamente, trabalhou com Eça de Queirós num projecto jornalístico que daría origem a As Farpas, publicações mensais feitas por Ramalho Ortigão e Eça. Anselmo de Andrade fez parte da Geração de 70, juntamente com Antero de Quental, Eça de Queirós, de Oliveira Martins e outros outros intelectuais que pretendiam revolucionar várias dimensões da cultura portuguesa, da política à literatura.

Em 1875, mudou-se para Beja, onde abriu um escritório de advocacia e administrou as vastas propriedades herdadas dos seus tios. Exerceu o cargo de presidente da Câmara Municipal de Beja. Seguindo paralelamente uma carreira de escritor e investigador, elaborou extensa obra dedicada à paleontologia e publicou Populações Lacustres (1882). Ainda em Beja, publicou Viagens na Espanha, obra em que recolhe as impressões de viagens no país vizinho.

Em 1885, já em Lisboa, filiou-se no Partido Progressista e assumiu, a direcção do órgão oficial do partido, o Correio da Noite, anteriormente dirigido por Emídio Navarro. Também colaborou em diversas publicações periódicas como as revistas Atlântida (1915-1920) e Brasil-Portugal (1899-1914). Dois anos depois, em 1887, foi eleito deputado às Cortes, sendo, daí em diante, reeleito para várias legislaturas até 1905.

Em 1893 foi co-fundador da Companhia da Ilha do Príncipe.

Em 1898, publicou um trabalho de conteúdo financeiro e económico, A Terra – Economia Nacional e Comparada, sendo-lhe reconhecido grande prestígio científico. Este reconhecimento foi concretizado pelo convite que lhe foi feito por Hintze Ribeiro, para integrar o seu governo como ministro dos Negócios da fazenda entre 25 de Junho e 30 de Novembro de 1900. A curta duração deste cargo deveu-se ao facto de lhe ter sido negada a aprovação da criação de um banco emissor do Estado, tendo por essa razão sido apodado de "socialista de Estado".

Depois do Regicídio, foi convidado para preceptor do rei D. Manuel II, para o ajudar a estudar economía política. Em 26 de Junho de 1910, foi chamado ao Governo, no ministério de António Teixeira de Sousa, para de novo se encarregar dos Negócios da Fazenda, sendo o último titular dessa pasta na Monarquia Constitucional. Implantada a República, abandonou a política, mas ainda foi vice-presidente da Cruzada Nun’Álvares.

O seu trabalho na área económico-financeira, irá ter, nos anos seguintes, grande influência no meio académico, nomeadamente em António de Oliveira Salazar, com quem se relacionou e por quem tinha elevado apreço.

Obras publicadas:

  • Epopeias da História,(1866)
  • Populações Lacustres, (1882)
  • Viagens na Espanha, (1885)
  • A Terra, (1898)
  • Portugal Económico, (1902); nova edição: Portugal Económico. Teorias e Factos. Economia descritiva (Coimbra: F. França Amado Editor, 1918).
  • Evolução da moeda, (1923)
  • Política, Economia e Finanças Nacionais Contemporâneas, (Coimbra Editora, 1925-1926, postumamente)
Sex | 26.07.19

Arthur Montenegro, professor e conselheiro em matéria de Direito

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Artur Pinto de Miranda Montenegro (Lisboa, 9 de Abril de 1871 — Anadia, 24 de Setembro de 1941), conhecido na grafia da época por Arthur Montenegro, foi um jurisconsulto e professor de Direito da Universidade de Coimbra e na Faculdade de Direito de Lisboa que exerceu importantes funções políticas, entre as quais as de deputado eleito pelo Partido Progressista e de Ministro dos Negócios Eclesiásticos e da Justiça. Foi membro do Tribunal Permanente de Arbitragem de Haia.

Nasceu em Lisboa no seio de uma família de ascendência aristocrática, com raízes em Castelo de Paiva, filho do general de divisão Augusto Pinto de Miranda Montenegro, deputado às Cortes, e de sua esposa Maria Sofia Borges da Silva Montenegro. O pai, irmão do 1.º conde de Castelo de Paiva, provinha em linha varonil de Martinho Pinto de Miranda Montenegro, fidalgo da Casa Real e administrador de diversos vínculos em Castelo de Paiva e outros concelhos do norte de Portugal.

Em 1887, com 16 anos de idade, matriculou-se na Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, onde em 2 de Julho de 1892 obteve a licenciatura em Direito, classificado como o primeiro e mais laureado estudante do seu curso. Nas eleições gerais realizadas a 23 de Outubro desse mesmo ano de 1892 (29.ª legislatura da Monarquia Constitucional Portuguesa), com 21 anos de idade e apenas saído da Universidade, foi eleito deputado nas listas do Partido Progressista pelo círculo eleitoral uninominal de Cinfães, iniciando uma carreira parlamentar que se prolongaria até à implantação da República Portuguesa a 5 de Outubro de 1910.

Entre as inovações pedagógicas que introduziu no ensino do Direito Romano na Universidade de Coimbra conta-se a substituição do velho compêndio de Institutiones juris civilis Heineccianae emendatae atque reformatae, de Johann Peter Waldeck, obra que era utilizada como livro de texto oficial desde os primórdios do século XIX. Para o substituir promoveu a introdução de manuais de autores franceses, entre os quais Edouard Cuq, Eugène Petit e Paul-Frédéric Girard, obras melhor escritas e com conceitos actualizados. Também elaborou o seu próprio manual, O antigo direito de Roma, publicado entre 1896 e 1898 pela «Casa França Amado» de Coimbra.

A obra científica de Arthur Montenegro segue uma linha histórico-sociológica e constitui o primeiro compêndio de Direito Romano redigido em Portugal após a Reforma Pombalina do ensino na Universidade de Coimbra. A novidade das ideias e a clareza da exposição logo granjearam fama de romanista, prenúncio de uma carreira docente que o afirmaria como especialista em Direito Romano e em História do Direito. É uma obra que, passado mais de um século, se mantém actual, sem que nenhuma outra no seu género a tenha conseguido ultrapassar, seja pelo esmero literário seja pela riqueza do conteúdo, o qual inclui o estudo do Ius Romanum nas suas fontes e instituições privadas fundamentais, capacidade civil, família, obrigações, propriedade e sucessões. Com a obra, a ciência jurídica portuguesa recuperou um atraso de décadas, passando a dispor de um compêndio de Direito Romano digno dos melhores da literatura da época.

Teixeira de Pascoaes, que o conheceu como jovem lente na Universidade de Coimbra, nota a diferença em relação aos professores mais velhos e descreve-o assim no seu Livro de Memórias (1928): «E, como contraste fino e elegante, o Montenegro, ainda novo, dandy, barba à Guise, de seda, e uma cabeça de marfim, com uma penugem doirada nas fontes e na nuca». No entretanto manteve uma carreira como advogado e jurisconsulto, ganhando renome como consultor no campo da produção legislativa e da jurisprudência. Espírito culto, superiormente educado, orador de mérito, a sua actividade parlamentar não passou despercebida em Lisboa, onde a breve trecho se embrenhou na vida social e política da Corte, sendo escolhido para professor e conselheiro em matéria de Direito do infante e futuro rei D. Manuel II de Portugal.

Foi sócio da Academia das Ciências de Lisboa, sócio efectivo do Instituto de Coimbra, vogal do Conselho Superior da Instrução Pública e membro do Tribunal Permanente de Arbitragem de Haia. Ao longo da sua carreira recebeu diversas condecorações nacionais e estrangeiras, entre as quais a Legião de Honra, a grã-cruz da Ordem de Carlos III de Espanha e a grã-cruz da Ordem de Leopoldo da Bélgica. Faleceu na Anadia em 24 de Setembro de 1941, sendo substituído na cátedra coimbrã por Guilherme Braga da Cruz.

Qui | 25.07.19

Reis de Portugal - João V de Portugal

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João V (Lisboa, 22 de outubro de 1689 – Lisboa, 31 de julho de 1750), apelidado de O Magnânimo, foi Rei de Portugal e Algarvesde 1706 até à sua morte. Foi o segundo filho do rei Pedro II e da sua segunda esposa Maria Sofia de Neuburgo. O seu longo reinado de 43 anos pode ser dividido em dois períodos: uma primeira metade, em que Portugal teve um papel ativo e relevante na política europeia e mundial; e uma segunda metade, a partir da década de 1730, em que a aliança estratégica com a Grã-Bretanhagradualmente assumiu maior importância, e o reino começou a sofrer uma certa estagnação.

Como rei, João V empenhou-se em projetar Portugal como uma potência internacional. Exemplos disso são as faustosas embaixadas que enviou ao imperador Leopoldo I em 1708, ao rei Luís XIV de França em 1715, e ao papa Clemente XI em 1716. Outro exemplo foi o litígio que manteve com a Santa Sé na década de 1720, sobre a questão do cardinalato a atribuir ao núncio apostólico na capital portuguesa. João V foi também um grande edificador, dotando a metrópole e principalmente a capital portuguesa de numerosas construções. Fomentou o estudo da história e da língua portuguesa, não conseguindo, no entanto, melhorar significativamente as condições da manufactura nacional.

Os principais testemunhos materiais do seu tempo são: O Palácio Nacional de Mafra, a Biblioteca Joanina da Universidade de Coimbra, o Aqueduto das Águas Livres em Lisboa, e a maior parte da colecção do Museu Nacional dos Coches, possivelmente a mais importante a nível mundial, igualmente na capital portuguesa. No campo imaterial, merece destaque a extinta Academia Real da História Portuguesa, precursora da actual Academia Portuguesa da História, assim como a criação do Patriarcado de Lisboa, um dos três patriarcados do Ocidente da Igreja Católica.

O último feito diplomático do reinado de João V foi o Tratado de Madrid de 1750, que estabeleceu as modernas fronteiras do Brasil. Os vestígios do seu reinado no Brasil incluem cidades como: Ouro Preto, então capital do distrito do ouro das Minas Gerais; São João del-Rei, assim nomeada em sua honra; Mariana, que recebeu o nome da rainha; São José, a que foi dada o nome do príncipe herdeiro; assim como numerosas outras cidades, igrejas e conventos da era colonial.

Resumo Biográfico:

João Francisco António José Bento Bernardo nasceu em 22 de Outubro de 1689 em Lisboa, no Paço da Ribeira, e morreu no mesmo palácio em 31 de Julho de 1750. Encontra-se sepultado no Panteão dos Braganças, na Igreja de São Vicente de Fora da mesma cidade.

O rei era filho de D. Pedro II e de Maria Sofia, condessa palatina de Neuburgo. Foi jurado Príncipe do Brasil a 1 de Dezembro de 1697. Por morte do pai, a 9 de Dezembro de 1706, tornou-se o 24.º rei de Portugal, subindo ao trono, em aclamação solene, a 1 de Janeiro de 1707. Seguindo a tradição iniciada por seu avô D. João IV na altura da Restauração, não foi coroado, coroando-se no seu lugar uma estátua de Nossa Senhora da Conceição, Padroeira do Reino, com a coroa real.

Em 1696, o então Príncipe do Brasil foi armado por seu pai cavaleiro da Ordem de Cristo. Na infância teve como tutora sua tia avó, a rainha-consorte Catarina de Bragança, esposa de Carlos II de Inglaterra, que após a viuvez havia regressado a Portugal, assumindo a responsabilidade pela educação do jovem príncipe herdeiro. Em 1709, já como Rei de Portugal, D. João V casa com Maria Ana de Áustria, filha do imperador Leopoldo I da Áustria, e irmã do imperador Carlos VI, seu aliado na Guerra da Sucessão Espanhola. O casal teve seis filhos, sendo sucedido por um deles, D. José I.

Como qualquer monarca da sua época, D. João V estava interessado em fortalecer o prestígio internacional do seu reino. Ao longo de todo o seu reinado, mas principalmente nas duas primeiras décadas, sempre tentou afirmar Portugal como uma potência de primeira linha, usando para isso as duas linguagens da época em que vivia: a das armas e, principalmente, a magnificência, típica da era do absolutismo. Ganhou por isso o cognome de Magnânimo; é também por vezes conhecido como o Rei-Sol português. Nos últimos anos de vida sofreu vários ataques de paralisia, que o debilitaram no governo. Não obstante a sua vida pessoal incluir conhecidas relações com várias freiras ao longo da vida, das quais teve vários filhos ilegítimos, receberia ainda do Papa o título honorífico de Fidelíssimo em 1748.

Veríssimo Serrão resume, sobre D. João V:

“[...] era senhor de uma vasta cultura, bebida na infância com os Padres Francisco da Cruz, João Seco e Luís Gonzaga, todos da Companhia de Jesus. Falava línguas, conhecia os autores clássicos e modernos, tinha boa cultura literária e científica e amava a música. Para a sua educação teria contribuído a própria mãe, que o educou e aos irmãos nas práticas religiosas e no pendor literário [...] Logo na cerimónia da aclamação se viu o Pendor Régio para a Magnificência. Era novo o cerimonial e de molde a envolver a figura de Dom João V no halo de veneração com que o absolutismo cobria as Realezas.”

Formação:

A formação do jovem D. João foi entregue a professores jesuítas. O seu primeiro mestre foi o padre Francisco da Cruz da Companhia de Jesus. Para as suas lições de escrita foi escolhido o padre Caetano Lopes e para as de latim o padre João Seco. A disciplina de matemática ficou a cargo do padre Luís Gonzaga. D. João interessou-se tanto por esta última área que mesmo depois de ter subido ao trono continuou a estudá-la. Adquiriu também formação religiosa, bem como conhecimentos arqueológicos.

Poliglota, D. João V sabia na perfeição várias línguas: latim, espanhol, francês e italiano e, claro, o português, que falava da forma mais pura e eloquente. Eram-lhe reconhecidos vários atributos. Era amável, enérgico, profundamente religioso e ciente das suas obrigações e deveres.

Reinado:

O Magnânimo foi aclamado Rei de Portugal aos 17 anos, a 1 de janeiro de 1707, na sequência da morte do pai. Jurando respeitar os costumes e os privilégios dos povos, procurou rodear-se de figuras com experiência, destacando-se o cardeal da Mota, seu principal ministro e braço-direito.

O seu reinado – um dos mais longos da história da monarquia portuguesa – suscitou opiniões contraditórias. Para uns, o seu desempenho foi notável, mas para outros demonstrou uma má administração das riquezas provenientes da descoberta e da exploração das minas de ouro e de pedras preciosas no Brasil.

Quando subiu ao trono, o país estava envolvido na Guerra da Sucessão Espanhola e o Tesouro encontrava-se em rutura. Foi, sem dúvida, uma prova de fogo para o novo monarca.

A sua atuação externa foi pautada por uma neutralidade face às questões políticas da Europa. Entendia que a melhor atitude para recuperar o prestígio internacional era promover a paz e, por isso, firmou-a com o Tratado de Utreque. Esta situação de paz só veio a ser interrompida quando o monarca respondeu ao apelo do papa para ajudar na guerra contra os turcos, tendo Portugal desempenhado um papel decisivo na Batalha de Matapão, em 1717.

Mas se por um lado D. João V favoreceu a neutralidade no jogo das relações internacionais, por outro, consciente do seu valor, não deixou ser comandado por outras nações. Cortou relações diplomáticas, durante alguns anos, com a França e desentendeu-se com a Espanha, em consequência de uma ofensa ao embaixador de Portugal em Madrid.

Graças ao esforço financeiro e à sua persistência, o monarca conseguiu que a Santa Sé concedesse a Portugal a paridade diplomática face aos outros grandes estados da Europa e que, em 1748, o papa Bento XIV lhe atribuísse a si e aos seus sucessores o título de Fidelíssimo.

O Brasil mereceu de o Magnânimo uma atenção especial. Além de ter consolidado as fronteiras do território brasileiro, enviou famílias lusas para assegurar o povoamento, formou quadros administrativos na própria colónia e impulsionou o desenvolvimento económico.

Em Portugal, a realidade já não era tão promissora. Nesse período, a nível interno, sentia-se a crise da agricultura, a ineficácia das iniciativas industriais e a dependência das importações. Essa situação económica foi favorecida pelo ouro que chegava do território brasileiro, mas não de forma suficiente. De acordo com alguns historiadores, D. João V, em vez de empregar as riquezas vindas do Brasil no desenvolvimento da indústria e da agricultura, esbanjava-as em doações, edifícios e noutras áreas menos importantes para o fomento do país.

Apesar de muitos considerarem que a sua atuação foi insuficiente para a expansão económica de Portugal, é inegável que o monarca levou a cabo medidas importantes, como, por exemplo, a instalação de algumas indústrias e a reforma da administração pública.

Um dos fatores que distinguiu o seu reinado dos anteriores foi a faustosa diplomacia portuguesa em questões de protocolo. De acordo com a sua personalidade e com o propósito da glorificação nacional, D. João V investia quantias exorbitantes em atos protocolares. Por exemplo, obedecendo a uma ordem do monarca, o embaixador em França, o conde da Ribeira Grande, entrou em Paris lançando moedas de ouro com a efígie do rei à população. Este tipo de iniciativas revelavam a preocupação de o Magnânimo em evidenciar a ostentação e a prosperidade de Portugal.

Apesar do seu reinado ser conhecido pelos gastos exorbitantes, o monarca também enriqueceu culturalmente o país. Entre os edifícios mandados construir pelo rei destacam-se o Aqueduto das Águas Livres, em Lisboa, a Capela de São João Baptista, na Igreja de São Roque, em Lisboa, e o Palácio e Convento de Mafra. Esta última obra emblemática – símbolo máximo da riqueza desse reinado – foi erguida em cumprimento do voto que o monarca fizera pelo nascimento de D. Pedro, primeiro filho varão que veio a morrer ainda em criança. Estes foram alguns dos seus testemunhos de luxo e esplendor, que deram nome a uma fase da arte portuguesa denominada "barroco joanino".

A formação intelectual e a modernização do ensino também mereceram uma consideração especial por parte de D. João V. Fundou a Academia Real da História, em Lisboa, a Academia de Portugal, em Roma, e o observatório astronómico do Colégio de Santo Antão. Em 1713, criou a Escola do Seminário da Patriarcal, que veio a ser uma das mais importantes instituições de ensino da música em Portugal.

O avanço científico e técnico não foi esquecido pelo rei e, por isso, contratou professores estrangeiros e incentivou os estudos da matemática, das ciências naturais e da medicina. Além disso, impulsionou experiências tecnológicas, como, por exemplo, o engenho voador – Passarola – do padre Bartolomeu Lourenço de Gusmão.

Amante da música e da literatura, o Magnânimo impulsionou diversos serões musicais e literários. Incentivou a vinda de autores estrangeiros, a compra de livros, a construção de bibliotecas e introduziu a ópera italiana em Portugal.

No início da década de 40, o monarca ficou hemiplégico, vítima de uma apoplexia, mas mesmo perdendo alguma capacidade de trabalho prosseguiu com os seus deveres. Mas, inevitavelmente, o Estado sofreu com a doença do rei. Quando morreu, em 1750, deixou uma corte luxuosa e obras grandiosas que refletiam a sua imagem, daí a designação ao "estilo D. João V".

Saúde e morte do rei:

D. João V sempre teve saúde delicada. Ainda em 1709 foi sangrado devido a caroços no pescoço. Em 1711 convalesceu de uma queixa de flatos. Em 1716 foi restabelecer-se em Vila Viçosa de doença de cariz melancólico. Foi essa a primeira de duas ocasiões em que a rainha sua esposa foi regente do reino em sua ausência.

No dia 10 de Maio de 1742, com apenas 52 anos de idade, teve um forte ataque, que uma testemunha descreveu da seguinte maneira: "um estupor o privou dos sentidos e ficou teso de toda a parte esquerda, com a boca à banda." Este foi o primeiro ataque de paralisia que teve. O monarca melhorou com o passar dos dias, indo aos banhos nas Caldas da Rainha e ao Santuário da Nazaré. Foi essa a segunda vez que a rainha foi regente do reino. D. João V voltou passado pouco tempo ao governo, mas já como um homem diminuído e menos energético.

O rei faria nos últimos anos de vida ao todo mais doze jornadas às Caldas, para convalescer e descansar: Julho-Agosto de 1742, Maio de 1743, Setembro de 1743, Abril-Maio de 1744, Julho de 1744, Outubro de 1744, Maio de 1745, Outubro de 1745, Setembro-Outubro de 1746, Abril de 1747, Setembro de 1747, e Setembro de 1748. Mas gradualmente adoeceu cada vez mais. Em Julho de 1750 piorou então tanto que foi sacramentado. Chamaram-se frades, recitaram-se salmos e jaculatórias, e o Cardeal-Patriarca veio administrar-lhe o sacramento da extrema unção. O rei faleceu a 31 de Julho de 1750, após mais de quarenta anos de governo. Ao morrer, o rei tinha a seu lado a rainha, o príncipe D. José, os infantes D. Pedro e D. António, o futuro Cardeal da Cunha, e os médicos da corte. Jaz no Panteão dos Braganças, ao lado da esposa, no mosteiro de São Vicente de Fora em Lisboa.

Títulos, Estilos e Honrarias:

Títulos e estilos

  • 22 de Outubro de 1689 – 1 de Dezembro de 1696: "Sua Alteza, o Sereníssimo Infante João de Portugal"
  • 1 de Dezembro de 1696 – 9 de Dezembro de 1706: "Sua Alteza Real, o Príncipe do Brasil"
  • 9 de Dezembro de 1706 – 23 de Dezembro de 1748: "Sua Majestade, o Rei"
  • 23 de Dezembro de 1748 – 31 de Julho de 1750: "Sua Majestade Fidelíssima, o Rei"

O estilo oficial de D. João V enquanto Rei de Portugal: "Pela Graça de Deus, João V, Rei de Portugal e dos Algarves, d'Aquém e d'Além-Mar em África, Senhor da Guiné e da Conquista, Navegação e Comércio da Etiópia, Arábia, Pérsia e Índia, etc."

Honrarias

Enquanto monarca de Portugal, D. João V foi Grão-Mestre das seguintes Ordens:

  • Ordem dos Cavaleiros de Nosso Senhor Jesus Cristo
  • Ordem de São Bento de Avis
  • Antiga, Nobilíssima e Esclarecida Ordem de Sant'Iago da Espada
  • Antiga e Muito Nobre Ordem da Torre e Espada

Casamento e Descendência:

O Rei D.João V casou por procuração a 27 de Junho de 1708 com Maria Ana da Áustria e tiveram os seguintes filhos:

  • Maria Bárbara de Portugal
  • Pedro, Príncipe do Brasil
  • José I de Portugal
  • Carlos de Portugal
  • Pedro III de Portugal
  • Alexandre de Portugal
Qui | 25.07.19

Tenente Francisco Figueira Freire da Câmara, Oficial às Ordens de El-Rei D. Carlos I

Blog Real

Francisco de Paula Maria Ana do Loreto Figueira Freire da Camara nasceu a 28 de Janeiro de 1868 no Coração de Jesus em Lisboa.

Era filho de Francisco Figueira Freire e Maria da Madre de Deus de Figueiredo Cabral da Camara.

Casou com Maria da Assunção Perestrelo de Vasconcelos.

O tenente Francisco Figueira Freire da Câmara era um oficial às ordens do Rei D.Carlos I. Foi Francisco Figueira Freire da Câmara quem abateu Manuel Buíça e Alfredo Costa durante o Regicídio de 1908.

Qua | 24.07.19

Associação de autarcas monárquicos quer eleger deputados e mudar Constituição

Blog Real

A APAM - Associação Portuguesa de Autarcas Monárquicos defende que o povo possa escolher entre monarquia e república.

A APAM - Associação Portuguesa de Autarcas Monárquicos defende que, "nas próximas eleições legislativas, urge eleger deputados de inspiração monárquica numa vertente multipartidária para que se possa mudar o malfadado artigo 288 alínea b da Constituição da República e proporcionar ao povo português a possibilidade de poder escolher democraticamente a forma de representatividade de Estado que pretende: monarquia ou república".

O artigo em causa impõe a República como a única forma de governo em Portugal.

O presidente da APAM, Manuel Beninger, disse ao JN que os portugueses têm de poder optar "entre um rei isento, suprapartidário, defensor da nossa pátria, representativo do legado histórico de 900 anos da nossa história, ou continuar num «faz de conta que não estamos mal» com a eleição de um dito presidente eleito não pela maioria da população mas sim pelo voto do «menos mau»".

"Temos uma eleição presidencial onde a enorme abstenção, daqueles que não se reveem nesta república, vence qualquer candidato republicano", sublinhou.

O quinto aniversário da APAM foi celebrado, na segunda-feira, na cidade do Porto, numa convenção com 80 conselheiros, realizada sob o lema "Na rota do rei soldado de Portugal e Brasil no Porto". O evento incluiu visitas a locais da cidade onde Dom Pedro IV é evocado, em monumentos.

A convenção teve como convidada de honra a SOAMAR Brasil - Sociedade dos Amigos da Marinha do Brasil.

Fonte: jn.pt

Ter | 23.07.19

Sarau em homenagem a D. Maria II esta sexta-feira na Capela do Paço Ducal de Vila Viçosa

Blog Real

A Capela do Paço Ducal em Vila Viçosa recebe na próxima sexta-feira, 26 de julho, mais um recital de música clássica, inserida na temporada de concertos deste ano comemorativa dos 200 anos do nascimento da rainha D. Maria II, promovida pela Fundação da Casa de Bragança (Museu-Biblioteca).

O Sarau em homenagem a D. Maria II tem entrada livre e conta com um concerto de Piano a 4 mãos – Alejandro Reyes Lucero, David Cranmer.

O concerto tem o seguinte alinhamento:

Hino a D. Maria II
Ferdinand Hérold Abertura “Zampa”
João Domingos Bomtempo Sinfonia N.º 1
Francisco X. Bomtempo Valsa dedicada a suas irmãs
José Maria Bomtempo Valsa dedicada a seu pai
Fernando Bomtempo Gavotte “La nouvelle année”
D. Maria II & I. P. Z. Quadrilha de contradanças
+
Fernando Bomtempo Gavotte “Vila Viçosa”

Fonte: radiocampanario.com/

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