Rei D.Manuel II à caça com os Windsor
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Leonor Teles, cognominada a Aleivosa (Trás-os-Montes e Alto Douro, c. 1350 — Tordesilhas, 27 de abril de 1386), foi rainha de Portugal entre 1371 e 1383, pelo seu casamento com Fernando I de Portugal. Foi regente de Portugal de 1383 a 1384.
Família:
Sobrinha de João Afonso Telo de Meneses, conde de Barcelos, descendia por seu pai Martim Afonso Telo de Meneses do rei Fruela II das Astúrias e Leão e, por sua mãe Aldonça Anes de Vasconcelos, de Teresa Sanches, filha bastarda do rei Sancho I de Portugal.
Rainha:
Ainda muito jovem, Leonor casou-se com João Lourenço da Cunha, filho do morgado do Pombeiro, com quem teve um filho: Álvaro da Cunha. Conta-se que, numa altura em que visitou a irmã Maria Teles, aia da infanta Beatriz, o rei Fernando I de Portugal ficou loucamente apaixonado por Leonor – que Fernão Lopes descreveu como sendo "louçana e aposta e de bom corpo (...), com suas fremosas feiçõoes e graça" –, querendo-a tomar por amante. Leonor resistiu, e o rei ficou sabendo que só a teria por via de casamento. Alegando-se uma remota consanguinidade, foi obtida a anulação do primeiro casamento de Leonor Teles e preparado o casamento com o rei. Isto motivou uma enorme reprovação popular e perturbação social e política, que gerou um clima de insegurança em todo o reino.
O casamento público com o rei ocorreu no Mosteiro de Leça do Balio, em 15 de maio de 1372, havendo notícia de que teria sido precedido por um outro, este secreto, ainda em 1371. Em meados de fevereiro de 1373, nascia a infanta Beatriz. Temendo o prestígio do infante D. João, que se casara com sua irmã Maria Teles de Menezes, Leonor concebeu o plano de casar o infante com sua filha Beatriz. Mas para isso era preciso eliminar Maria Teles de Menezes, sua própria irmã, acção por que terá sido responsável, ao insinuar que esta seria adúltera. João, enfurecido, matou a mulher, e apresentou-se como viúvo disponível à cunhada, que logo o acusou de homicídio, tendo sido preso e exilado pelo crime cometido, afastando assim um temível rival ao trono.
As rainhas de Portugal contaram, desde muito cedo, com os rendimentos de bens, adquiridos, na sua grande maioria, por doação. Leonor Teles, através de doação de Fernando, recebeu Vila Viçosa, Abrantes, Almada, Sintra, Torres Vedras, Alenquer, Atouguia, Óbidos, Aveiro, bem como os reguengos de Sacavém, Frielas, Unhos e a terra de Melres, em Ribadouro. Trocou Vila Viçosa por Vila Real em 1374 e adquiriu Pinhel em 1376.
Crise de 1383-1385:
Com a morte de Fernando em 22 de outubro de 1383, Leonor assumiu a regência do reino e o seu amante galego, João Fernandes Andeiro, passou a exercer uma influência decisiva na corte. Esta ligação e influência desagradavam manifestamente ao povo e à burguesia e a alguma nobreza, que odiavam a regente e temiam ser governados por um soberano castelhano.
D. João, Mestre de Avis, apoiado por um grupo de nobres, entre os quais Álvaro Pais e o jovem Nuno Álvares Pereira, foi incentivado pelo descontentamento geral a assassinar o conde Andeiro. A acção ocorreu no paço, a 6 de dezembro de 1383, e iniciou o processo de obtenção da regência em nome do infante João.
Leonor abandonou Lisboa, fiel ao Mestre de Avis, e refugiou-se em Alenquer e depois em Santarém, cidades fiéis à causa da rainha, onde tentou manobrar politicamente a sua continuidade no poder. No entanto, com o desenvolver do conflito entre o Mestre de Avis e o rei castelhano, a regente perdeu espaço de manobra e acabou por ser constrangida a abdicar da regência a favor de João I de Castela e de Beatriz, sua filha, a esposa do rei castelhano.
Com a vitória do partido do Mestre de Avis na guerra civil e contra Castela, este tornou-se regente e depois rei. D. João I de Castela, genro de Leonor, logo em 1384, pouco depois dela ter renunciado à regência, havia-a internado no Mosteiro de Tordesilhas, perto de Valhadolide, onde, segundo alguns historiadores, faleceu em 1386. No entanto, referências do cronista castelhano Lopez de Ayala, seu contemporâneo, dão-na como viva em 1390 e em data ainda mais tardia.
Descendência:
Do seu primeiro casamento com João Lourenço da Cunha (+ Cerco de Lisboa, 1384), filho do morgado do Pombeiro, nasceu:
Depois de anulado o primeiro matrimónio por motivos de consanguinidade a 15 de Maio de 1372 casou-se em segundas núpcias com o rei D. Fernando I de Portugal. Desta união nasceram:
Títulos e Estilos:
Inês de Castro (Reino da Galiza, ca. 1320/1325 — Coimbra, 7 de janeiro de 1355) foi uma nobre galega, rainha póstuma de Portugal, amada pelo futuro rei D. Pedro I de Portugal, de quem teve quatro filhos. Foi executada por ordem do pai deste, o rei D. Afonso IV.
Biografia:
D. Inês de Castro era filha de D. Pedro Fernandes de Castro, mordomo-mor do rei D. Afonso XI de Castela, e de uma dama portuguesa, Aldonça Lourenço de Valadares. O seu pai, neto por via ilegítima de D. Sancho IV de Leão e Castela, era um dos fidalgos mais poderosos do Reino de Castela.
Em 24 de Agosto de 1339 teve lugar, na Sé de Lisboa, o casamento do Infante Pedro I de Portugal, herdeiro do trono português, com D. Constança Manuel, filha de D. João Manuel de Castela, príncipe de Vilhena e Escalona, duque de Penafiel, tutor de Afonso XI de Castela, «poderoso e esforçado magnate de Castela»,[1] e neto do rei Fernando III de Castela. Todavia seria por uma das aias de D. Constança, D. Inês de Castro, que D. Pedro viria a apaixonar-se. Este romance notório começou a ser comentado e a ser mal aceite, mais pela corte, que temia a influência castelhana sobre o infante Pedro, que pelo povo. Visto que o seu relacionamento era mal aceite, passaram a encontrar-se às escondidas na antiga Vila do Jarmelo na Guarda.
Sob o pretexto da moralidade, D. Afonso IV não aprovava esta relação, não só por motivos de diplomacia com João Manuel de Castela, mas também devido à amizade estreita de D. Pedro com os irmãos de D. Inês - D. Fernando de Castro e D. Álvaro Perez de Castro. Assim, em 1344, o rei mandou exilar D. Inês no castelo de Albuquerque, na fronteira castelhana, onde tinha sido criada por sua tia, D. Teresa, mulher de um meio irmão de D. Afonso IV. No entanto, a distância não teria apagado o amor entre Pedro e Inês, que se correspondiam com frequência.
Em Outubro do ano seguinte D. Constança morreu ao dar à luz o futuro rei, D. Fernando I de Portugal. Viúvo, D. Pedro, contra a vontade do pai, mandou D. Inês regressar do exílio e uniu-se a ela, provocando algum escândalo na corte e desgosto para El-Rei, seu pai. Começou então uma desavença entre o rei e o infante.
D. Afonso IV tentou remediar a situação casando o seu filho com uma dama de sangue real. Mas D. Pedro rejeitou este projeto, alegando que sentia ainda muito a perda de sua mulher, D. Constança, e que não conseguia ainda pensar num novo casamento. No entanto, D. Inês foi tendo filhos de D. Pedro: Afonso em 1346 (que morreu pouco depois de nascer), João em 1349, Dinis em 1354 e Beatriz em 1347. O nascimento destes veio agudizar a situação porque, durante o reinado de D. Dinis, o seu filho e herdeiro D. Afonso IV sentira-se em risco de ser preterido na sucessão ao trono por um dos filhos bastardos do seu pai. Agora circulavam boatos de que os Castros conspiravam para assassinar o infante D. Fernando, legítimo herdeiro de D. Pedro, para o trono português passar para o filho mais velho de D. Inês de Castro. Não passavam de boatos plantados pelos fidalgos da corte portuguesa, vez que D. Fernando I assumiu o trono, como previamente esperado.
Execução de D.Inês:
Depois de alguns anos no Norte de Portugal, Pedro e Inês tinham regressado a Coimbra e instalaram-se no Paço de Santa Clara. Mandado construir pela avó de D. Pedro, a Rainha Santa Isabel, foi neste paço que esta Rainha vivera os últimos anos, deixando expresso o desejo que se tornasse na habitação exclusiva de reis e príncipes seus descendentes, com as suas esposas legítimas.
Havia boatos de que o Príncipe se tinha casado secretamente com D. Inês, facto confirmado por D. Pedro I na famosa Declaração de Cantanhede. Na Família Real um incidente deste tipo assumia graves implicações políticas. Sentindo-se ameaçados pelos irmãos Castro, os fidalgos da corte portuguesa pressionavam o rei D. Afonso IV para afastar esta influência do seu herdeiro. O rei D. Afonso IV decidiu que a melhor solução seria matar a dama galega. Na tentativa de saber a verdade, o Rei ordenou a dois conselheiros seus que dissessem a D. Pedro que ele se podia casar livremente com D. Inês se assim o pretendesse. D. Pedro percebeu que se tratava de uma cilada e respondeu que não pensava casar-se nunca com D. Inês.
A 7 de Janeiro de 1355, houve uma denuncia por parte de um dos carrascos, que era habitante da Vila do Jarmelo, alegando que se encontravam às escondidas. O rei, aproveitando a ausência de D. Pedro, foi com Pero Coelho, Álvaro Gonçalves, Diogo Lopes Pacheco e outros para executarem Inês de Castro em Santa Clara, conforme fora decidido em conselho. Segundo a lenda, as lágrimas derramadas no rio Mondego pela morte de Inês teriam criado a Fonte das Lágrimas da Quinta das Lágrimas, e algumas algas avermelhadas que ali crescem seriam o seu sangue derramado.
A morte de D. Inês provocou a revolta de D. Pedro contra D. Afonso IV. Após meses de conflito, a Rainha D. Beatriz conseguiu intervir e fez selar a paz, em Agosto de 1355.
D. Pedro tornou-se no oitavo rei de Portugal como D. Pedro I em 1357. Em Junho de 1360 fez a declaração de Cantanhede, legitimando os filhos ao afirmar que se tinha casado secretamente com D. Inês, em 1354, em Bragança. A palavra do rei, do seu capelão e de um seu criado foram as provas necessárias para legalizar esse casamento.
De seguida perseguiu os assassinos de D. Inês, que tinham fugido para o Reino de Castela e mandou destruir a Vila do Jarmelo. Pêro Coelho e Álvaro Gonçalves foram apanhados e executados em Santarém (segundo a lenda o Rei mandou arrancar o coração de um pelo peito e o do outro pelas costas, assistindo à execução enquanto se banqueteava, o que é confirmado por Fernão Lopes, com a ressalva de que o carrasco o teria dissuadido da ideia pela dificuldade encontrada nesta forma de execução). Diogo Lopes Pacheco conseguiu escapar para a França e, posteriormente, seria perdoado pelo Rei no seu leito de morte.
D. Pedro mandou construir os dois esplêndidos túmulos de D. Pedro I e de D. Inês de Castro no mosteiro de Alcobaça, para onde trasladou o corpo da sua amada Inês, em 1361 ou 1362. Juntar-se-ia a ela em 1367. A posição primeira dos túmulos foi lado a lado, de pés virados a nascente, em frente da primeira capela do transepto sul, então dedicada a São Bento. Na década de 1780 os túmulos foram mudados para o recém-construído panteão real, onde foram colocados frente a frente. Em 1956 foram mudados para a sua actual posição, D. Pedro no transepto sul e D. Inês no transepto norte, frente a frente. Quando os túmulos, no século XVIII, foram colocados frente a frente apareceu a lenda que assim estavam para que D. Pedro e D. Inês «possam olhar-se nos olhos quando despertarem no dia do juízo final».
A tétrica cerimónia da coroação e do beija-mão à Rainha D. Inês, já morta, que D. Pedro pretensamente teria imposto à sua corte e que se tornaria numa das imagens mais vívidas no imaginário popular, terá sido inserida pela primeira vez nas narrativas espanholas do final do século XVI.
Descendência:
Da relação de D. Inês com o infante D. Pedro de Portugal nasceram:.
D.Miguel de Bragança, Duque de Viseu, na sua qualidade de Presidente da Real Comissão de Portugal da Sacra e Militar Ordem Constantiniana de São Jorge presidiu - por indicação pessoal do Grão Mestre, Sua Alteza Real o Senhor Dom Pedro de Borbón Dos Sicilias, Duque de Calábria -, ontem, sábado, 26 de Outubro, em Badajoz, às várias cerimónias e actos que constituiram a I Jornada Hispano-Portuguesa da SMOCSJ. Para lá de alguns Cavaleiros portugueses, estiveram presentes, pelo lado espanhol, entre outros, o Grande Chanceler da Ordem, Sua Excelência o Embaixador de Espanha D. Carlos Bárcenas, o Presidente da Real Comissão de Espanha, Duque de Linares e o Delegado na Extremadura, D. Fernando de Vargas-Zuñiga y Mendoza, Cavaleiro de Santiago e do Real Conselho das Ordens Militares de Espanha.
Fonte: Facebook SAR Dom Miguel de Bragança, Duque de Viseu
Constança Manuel (em castelhano: Constanza Manuel de Villena; Castillo de Garcimuñoz, ca. 1316 — Santarém, 13 de novembro de 1345) foi uma nobre castelhana, rainha de Leão e Castela, consorte do infante D. Pedro de Portugal e mãe do rei D. Fernando de Portugal.
Família:
Filha de Constança de Aragão, era neta materna de Branca de Anjou, princesa de Nápoles e de Jaime II de Aragão. O seu pai, D. João Manuel de Castela, príncipe de Vilhena e Escalona, duque de Peñafiel, tutor de Afonso XI de Castela, «poderoso e esforçado magnate de Castela», era bisneto do rei Fernando III de Castela.
Biografia:
Com apenas cerca de 7 anos e depois de ter «enviuvado» de um compromisso anterior, D. João Manuel casou Constança com o seu pupilo Afonso XI de Castela, que na época contava com 14 anos de idade e acabara de entrar na maioridade. Ratificada pelas cortes em Valladolid, a 28 de março de 1325, a união não seria consumada. Interessado numa aliança com a coroa portuguesa, Afonso repudiou-a e prendeu-a no Castelo de Toro, desfazendo completamente o projecto em 1327 e casando-se no ano seguinte com Maria de Portugal, filha de D. Afonso IV.
Foi combinado assim novo casamento com o infante D. Pedro, irmão de Maria de Portugal e seu primo afastado (a mãe de Pedro, Beatriz de Castela, era bisneta de Fernando III de Castela). D. João Manuel tinha «um ensejo de compensar o procedimento do seu soberano», no matrimónio da filha com o infante português.
O rei castelhano teria disfarçado seu descontentamento e consentiu o casamento por procuração, mas não permitiu que Constança saísse de Castela. A cerimónia teve lugar no Convento de São Francisco em Évora, a 6 de fevereiro de 1336. Estavam presentes o infante D. Pedro e os seus pais e, por parte de Constança, Fernão e Lopo Garcia. O dote da noiva, quantia de vulto, foi ajustado em 300 mil dobras.
A resolução de reter Constança deu origem a um conflito entre os dois reinos que, no contexto da Reconquista de então, seria aproveitado pelos inimigos mouros. Percebendo a situação, Afonso IV de Portugal e Afonso XI de Leão e Castela negociaram e assinariam uma paz em Sevilha, em Julho de 1340.
O casamento com a presença dos dois noivos foi então celebrado em Lisboa, a 24 de agosto de 1339. As rainhas de Portugal contaram, desde cedo, com os rendimentos de bens adquiridos, na maioria, por doação. D. Constança recebeu como dote as vilas de Montemor-o-Novo, Alenquer e Viseu.
No séquito de aias de Constança vinha Inês de Castro, jovem galega, filha natural do poderoso fidalgo Pedro Fernandes de Castro. Por ela, o príncipe, «homem arrebatado, brutal e com seu quê de vesânico», se apaixonaria.
O romance de Pedro e Inês tinha implicações políticas: a influência que os irmãos desta, Álvaro Pires de Castro e Fernando de Castro, passaram a ter sobre o infante. Quando nasceu Luís de Portugal, primeiro varão de D. Pedro, Constança convidou Inês para ser a madrinha. De acordo com os preceitos da Igreja Católica de então, a relação entre os padrinhos e os pais do baptisando era de parentesco moral, e o seu amor seria quase incestuoso.
Mas Luís morreria em uma semana, o que fez aumentar as desconfianças em relação a Inês de Castro. O romance adúltero continuaria, vivido às claras, até que D. Afonso IV exilou a nobre galega em Alburquerque, na fronteira espanhola, em 1344.
No ano seguinte, a 13 de novembro de 1345, a jovem Constança faleceu, de desgosto com a traição do marido, segundo o imaginário popular. Tinha dado à luz ao infante Fernando de Portugal a 31 de Outubro. Não chegaria a ver o seu marido subir ao trono português.
Casamentos e descendência:
O seu primeiro matrimónio (Valladolid, 28 de março de 1325 - anulado em 1327) com Afonso XI de Castela não foi consumado, não gerando descendência.
Casou-se em segundas núpcias com o infante D. Pedro de Portugal em 24 de agosto de 1339. Deste, nasceram:
Beatriz de Castela (Toro, 8 de março de 1293 - Lisboa, 25 de outubro de 1359) foi uma infanta do Reino de Castela e Leão e rainha de Portugal entre 1325 e 1357.
Era filha do rei Sancho IV de Leão e Castela com Maria de Molina. Teve seis irmãos, entre os quais o rei Fernando IV de Castela, e Isabel, esposa de Jaime II de Aragão e depois de João III, duque da Bretanha.
Em 12 de setembro de 1309 casou-se com o herdeiro do trono português, o qual ascendeu ao poder em 1325 como D. Afonso IV.
As rainhas de Portugal contaram, desde muito cedo, com os rendimentos de bens, adquiridos, na sua grande maioria, por doação. Esta rainha D. Brites (Beatriz) recebeu em doação a vila de Viana do Alentejo. De D. Dinis recebeu, como dote, Évora, Vila Viçosa,Amarante, Vila Real, Gaia e Vila Nova, estas duas últimas trocadas por Sintra em 1334. Dispunha ainda de herdades em Santarém e da lezíria da Atalaia (1337) e, através de mercê do seu filho D. Pedro, de Torres Novas (1357).
Descendência:
Do seu casamento com D. Afonso IV de Portugal cognominado "o Bravo", sétimo rei de Portugal, nascido em Lisboa a 8 de fevereiro de 1291 e falecido na mesma cidade a 28 de maio de 1357, filho que foi do rei D. Dinis I de Portugal e de sua mulher a Rainha Santa Isabel, princesa de Aragão, nasceram:
Ana Catarina Henriqueta de Lorena foi Aia da Rainha D. Maria I de Portugal e das suas irmãs, D. Maria Ana, D.Maria Francisca e D. Maria Francisca Benedita.
Dona Ana Maria Catarina Henriqueta de Lorena era a filha mais velha de D. Rodrigo Anes de Sá Almeida e Meneses, 1.º marquês de Abrantes e 7.º conde de Penaguião.
O seu irmão mais novo, D. Joaquim Francisco de Sá Almeida e Meneses, sucedeu ao pai como 2.º marquês de Abrantes mas, dado que morreu sem descendência em 1756, D. Ana Maria herdou o património e títulos familiares, tornando-se 3.ª marquesa de Abrantes e 9.ª condessa de Penaguião.
Ainda durante a vida de seu irmão, por um decreto do rei D. José I de Portugal de 9 de Dezembro de 1753, foi feita duquesa de Abrantes, uma vez que fora nomeada camareira-mor da rainha Mariana Victoria, o mais alto cargo palatino ocupado por uma mulher.
Como apelido de família usou Lorena, nome que lhe vinha da sua avó materna, Marie Angelique Henriette de Lorena (filha de François Louis de Lorena, conde de Harcourt).
Ana Maria casou com D. Rodrigo de Melo (1688-1713), segundo filho de D. Nuno Álvares Pereira de Melo, 1.º duque do Cadaval. Tiveram uma única filha, Maria Margarida de Lorena (que se tornou na 2.ª duquesa de Abrantes), que casou com o seu tio (irmão de D. Ana Maria), D. Joaquim Francisco de Sá Almeida e Meneses, 2.º marquês de Abrantes.
Bernarda Maria Rosa de Almeida foi Ama de Leite da Rainha D. Maria I de Portugal, mãe de D. João VI. Foi, ainda Dama Particular da Rainha D.Maria Ana Victória, esposa de D. José I, os pais da Rainha D. Maria I.
Bernarda faleceu no Pátio das Vacas, em Belém, Lisboa, onde residia, a 21.01.1767 (N.S. da Ajuda, 6.º, 135) - e foi sepultada na Igreja de Nossa Senhora da Boa Hora, junto do Altar de Santana.
O Rei D. José I estimava-a tanto, que lhe mandou edificar umas casas baixas, de quatro vãos, junto da Real Quinta de Belém, no dito pátio das Vacas, e a honrava com a sua visita.
Bernarda foi casada com Leandro José Lobo de Ávila, moradores no pátio das Vacas, em Belém, Lisboa.
Maria Moreira foi Ama de Leite de D. João VI. Era filha de Miguel Moreira, Sargento-mor de Carnaxide.
Casou com Veríssimo José de Oliveira
Madalena Josefa de São Pedro de Alcântara foi a 1.ª Ama de Leite do Rei D. Pedro IV (Imperador Pedro I do Brasil), e de sua irmã, a Infanta D. Isabel Maria.
Era natural de Caparica e casou com José Amâncio Duarte de Lima, que foi Moço da Prata, e Reposteiro no Rio de Janeiro, onde morreu. Cavaleiro da Ordem de Cristo.
Madalena Josefa tinha uma filha, Gertrudes Urbana da Lima e Vasconcelos.
Joaquina foi a 2.ª Ama de Leite da Rainha D. Maria II de Portugal.
Estivera na reserva do cargo, na impossibilidade da 1.ª Ama de Leite, por saúde, ou pela falta de leite. Acabou de criar a Rainha D.Maria II.
Genoveva Margarida de Santa Ana Rocha foi a 1.º Ama-de-Leite do futuro Rei D. Miguel I de Portugal; da Princesa da Beira D. Maria Teresa, e das Infantas D. Maria Isabel e D. Ana de Jesus Maria.
Genoveva era natural do Campo Grande, mulher de Antonio Bento da Rocha.
Foi ainda a responsável por toda a criação da Princesa D. Maria Teresa, e das Infantas D. Maria Isabel e Ana de Jesus Maria.
Francisca Rosa de Avelar foi a última Ama de Leite de D. João VI. Foi também Ama de Leite da Infanta D. Mariana Vitória, irmã do Rei D. João VI.
Francisca Rosa de Avelar era irmã do Botânico Dr. Felix de Avelar Brotero, filhos de José da
Silva Pereira e Avelar, médico pela Universidade de Coimbra, e de Maria Rennée da Encarnação.
Foi mãe do Beneficiado da Patriarcal, o Padre José de Avelar Brotero, e tia-avó de José Maria de Avelar Brotero, chefe da família Brotero, no Estado de São Paulo.
Constança Inácia foi Ama do Rei D.Pedro IV (Imperador D. Pedro I) e da Infanta D. Maria da Assunção, irmã do citado Imperador.
Por ocasião do impedimento de Madalena Josefa de São Pedro de Alcântara, 1.ª Ama- de Leite da Infanta D. Isabel Maria, irmã do Rei Pedro IV deveria substituí-la a 2.º Ama de Leite, Iria Teresa da Silva, a primeira da lista das Amas de Leites escolhidas para ficarem na reserva, justamente para a eventualidade do impedimento da primeira. Iria amamentou D. Isabel Maria apenas por dois dias e, na ordem natural de sua substituição, deveria assumir a Ama-de-Leite Maria Bonifácia de Loures
que, no entanto, foi excluída desta função, para que pudesse assumir Constança Inácia, então Ama de Leite do Príncipe D. Pedro, futuro Rei D. Pedro IV. Constança Inácia também foi Ama-de-Leite da
Infanta D. Maria da Assunção.
Foi casada com João Lopes, de São Macário, termo da Vila de Almada.
Mariana Xavier Botelho (nascida em 02.07.1743, e falecida em 20.06.1821) foi Camareira-Mor da Rainha D. Maria I, mãe do Rei D. João VI. Foi Aia do Rei D. Pedro IV (Imperador Pedro I do Brasil), e de todos os seus irmãos: D. Maria Teresa, D. Antonio Pio, D. Maria Isabel, D. Maria Francisca, D. Isabel Maria, D.Miguel, D. Maria da Assumpção, e D. Ana de Jesus.
Era filha de Álvaro José Xavier Botelho de Távora e de Luiza do Pilar e Noronha.
Em 1811 residia no Paço da Família Real, na Cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro, onde ainda encontrava-se residindo em 1816.
Foi asada com Pedro José de Melo Homem.
Nota: Nos documentos referentes ao serviço desta Dama, sempre aparece o nome de Mariana Xavier Botelho, Marquesa de São Miguel. No entanto, alguns outros estudos genealógicos a chamam de Margarida Xavier Botelho.
D.Ausenda terá sido a ama do Rei Afonso I de Portugal. Possivelmente chamava-se Ausenda Dias, possivelmente natural de Guimarães, e era casada com Gosendo Alves, a quem D.Teresa, em 1116, fez a doação da Vila de Góis.
Fontes: http://abrupto.blogspot.com/ e https://books.google.pt/
D. Estevainha Soares da Silva nasceu por volta de 1145, em Portugal.
D.Estevainha foi ama do Rei Sancho II de Portugal.
Era filha de Soeiro Pires da Silva, o Torto, e de Froile Viegas de Lanhoso.
Casou-se com Dom Martim Fernandes de Riba de Vizela, filho de Fernão Pires de Guimarães e de Usco Godins de Lanhoso.
Tiveram os seguintes filhos:
A dinastia das amas reais foi fundada por D.Ausenda e por D.Mayor, primeira mulher de D.Egas Moniz, amas do primeiro Rei de Portugal, D.Afonso Henriques.
Também era tradição que fossem as parteiras a escolher as amas para os bebés da família real.
As amas tinham a missão de cuidar dos bebés da família real portuguesa e durante séculos também os amamentavam.
Casa de Borgonha:
Casa de Avis:
Casa de Bragança:
Mandado erguer nos inícios do século XVI por D. Manuel, o Paço da Ribeira transformou-se na mais permanente e importante das residências da coroa portuguesa, mantendo este estatuto até ter sido destruído pelo terramoto de 1755. Este livro conta a história da sua construção e das suas vivências até à subida de Filipe I ao trono de Portugal....
Autor: Nuno Senos
Data de lançamento: março 2002
Nº Páginas: 264
Fonte: https://www.fnac.pt/O-Paco-da-Ribeira-1501-1581-Nuno-Senos/a45889
Isabel de Aragão (Barcelona ou Saragoça, 4 de janeiro de 1271 — Estremoz, 4 de julho de 1336), foi uma infanta aragonesa, que viveu aproximadamente do ano 1282 até 1325, sendo rainha consorte de D. Dinis. Ficou para a história com a fama de santa, tendo sido beatificada e, posteriormente, canonizada. Ficou popularmente conhecida como Rainha Santa Isabel ou, simplesmente, A Rainha Santa e é padroeira da cidade de Coimbra.
Origens:
Isabel era a filha mais velha do rei Pedro II de Aragão e de Constança de Hohenstaufen, princesa da Sicília. Por via materna, era descendente de Frederico II do Sacro Imperador Romano-Germânico, pois o seu avô materno era Manfredo de Hohenstaufen, rei da Sicília, filho de Frederico II. Não existem fontes históricas exatas sobre a data e local de nascimento de Isabel, e portanto este não é um ponto consensual, sabe-se no entanto que cresceu em Barcelona, onde estava instalada a Corte da Coroa de Aragão.
Casamento:
Dom Dinis de Portugal tinha 17 anos quando subiu ao trono e, pensando em casamento que na altura era um complexo evento diplomático, convinha-lhe Isabel de Aragão. As primeiras conversações tiveram por mediador Filipe III de França, em Toulouse, tendo mais tarde enviado diretamente uma embaixada a Pedro de Aragão em novembro de 1280. Formavam-na João Velho, João Martins e Vasco Pires. A embaixada poderá ter encontrado enviados dos reis de França e de Inglaterra, cujos infantes também eram pretendentes de Isabel. O soberano de Aragão preferiu escolher aquele que já era rei, apesar das desavenças de D. Dinis com o meio-irmão e pretendente ao trono, Afonso de Portugal, Senhor de Portalegre.
A 11 de fevereiro de 1281, com aproximadamente 11 anos, Isabel casou-se então por procuração com o soberano português D. Dinis na capela de Santa Ágata no Palácio real de Barcelona, tendo Pedro II de Aragão enviado ao Reino de Portugal dois embaixadores cerca de um mês depois para ratificar o Tratado de casamento. Deslocaram-se a Portugal Bertrán de Villafranca, camerário da Sé de Tarragona, e Corrado Lancia, almirante da frota real, incluindo a missiva um convite, que foi ignorado, para o rei português se deslocar a Barcelona.
A reunião dos recém-casados teve de aguardar pela estabilização política em Portugal e pelo momento mais oportuno para Isabel e o seu séquito atravessarem terras castelhanas, consideradas inseguras.
Por carta de arras datada de 24 de abril de 1281 lavrada em Castelo de Vide, Isabel de Aragão recebeu como dote, as vilas de Abrantes, Óbidos, Alenquer, e Porto de Mós. Posteriormente deteve ainda os castelos de Vila Viçosa, Monforte, Sintra, Ourém, Feira, Gaia, Lamoso, Nóbrega (atualmente Ponte da Barca), Santo Estêvão de Chaves, Monforte de Rio Livre, Portel e Montalegre, para além de rendas em numerário e das vilas de Leiria e Arruda (1300), Torres Novas (1304) e Atouguia da Baleia (1307). Eram ainda seus os reguengos de Gondomar, Rebordões, Codões, para além de uma quinta em Torres Vedras e da lezíria da Atalaia.
Isabel viajou em direção ao Vale do Ebro pela antiga Via Augusta, depois Teruel, Daroca, Calatayud seguindo pelo corredor do vale do Rio Douro até Samora. Entrou em Portugal por Bragança, tendo sido a boda celebrada em Trancoso, a 26 de junho de 1282. Por esse motivo, o rei acrescentou essa vila ao dote que habitualmente era entregue às rainhas (a chamada Casa das Rainhas, conjunto de senhorios a partir dos quais as consortes dos reis portugueses colhiam as prendas destinadas à manutenção da sua pessoa). Os festejos prolongaram-se por vários dias, tendo os reis permanecido na cidade até finais de julho, altura em que se mudaram para a Guarda. A finais de setembro encontravam-se em Viseu, entrando em Coimbra a 15 de outubro para se estabelecerem no Paço Real da Alcáçova (hoje ocupado pelo Paço das Escolas da Universidade de Coimbra).
Do seu casamento com o rei D. Dinis teve dois filhos:
Relatos apócrifos:
Segundo uma história apócrifa, D. Dinis não lhe teria sido inteiramente devotado e visitaria as freiras bernardas do Convento de Odivelas (Mosteiro de São Dinis). Ao saber do sucedido, a rainha tê-lo-á seguido com as suas aias à noite, iluminando o caminho com archotes, e ao encontrá-lo apenas terá dito: Ide vê-las, ide vê-las, que estamos a alumiar o caminho". Com os tempos, de acordo com a tradição popular, uma corruptela de ide vê-las teria originado o moderno topónimo Odivelas e alumiar teria passado a Lumiar, a zona onde se teria encontrado o casal real. Estas interpretações, contudo, além de não serem suportadas por relatos históricos, também não são sustentadas pelos linguistas.
Rainha da paz:
Em 1320 visitou o Principado da Catalunha e esteve alojada algum tempo no Panteão Real e Mosteiro de Poblet, onde já teria estado aquando da viagem para se reunir com o rei português em 1282. Voltaria a visitá-lo em 1325, já viúva, o que demonstra o quanto a deve ter impressionado o cortejo fúnebre do seu avô Jaime I de Aragão em 1278 para o Mosteiro de Poblet, dois anos após a sua morte em Valência.
Nesta década de 1320, o infante D. Afonso, herdeiro do trono, sentiu a sua posição ameaçada pelo favor que o rei D. Dinis demonstrava para com um seu filho bastardo, Afonso Sanches. O futuro D. Afonso IV declarou abertamente a intenção de batalhar contra o seu pai, o que quase se concretizaria na chamada peleja de Alvalade. No entanto, a intervenção da rainha conseguiu serenar os ânimos – pela paz assinada em 1325 nessa mesma povoação dos arredores de Lisboa, foi evitado um conflito armado que teria instabilizado o reino.
D. Dinis morreu em 1325 e, pouco depois da sua morte, Isabel terá peregrinado ao santuário de Santiago, em Compostela na Galiza, fazendo-o montada num burro, e a última etapa a pé, onde ofertou muitos dos seus bens pessoais. Há historiadores que defendem a ideia que lá se terá deslocado duas vezes.
Recolheu-se por fim no então Mosteiro de Santa Clara-a-Velha em Coimbra, vestindo o hábito da Ordem das Clarissas mas não fazendo votos (o que lhe permitia manter a sua fortuna usada para a caridade). Só voltaria a sair dele uma vez, pouco antes da morte, em 1336.
Nessa altura, Afonso declarou guerra ao seu sobrinho, o rei D. Afonso XI de Castela, filho da infanta Constança de Portugal, e portanto neto materno de Isabel, pelos maus tratos que este infligia à sua mulher D. Maria, filha do rei português. Não obstante a sua idade avançada e a sua doença, a rainha Santa Isabel dirigiu-se a Estremoz, cavalgando na sua mula por dias e dias, onde mais uma vez se colocou entre dois exércitos desavindos e evitou a guerra. No entanto, a paz chegaria somente quatro anos mais tarde, com a intervenção da própria Maria de Portugal, por um tratado assinado em Sevilha em 1339.
Falecimento e legado:
Isabel faleceu, tocada pela peste, em Estremoz, a 4 de julho de 1336, tendo deixado expresso em seu testamento o desejo de ser sepultada no Mosteiro de Santa Clara-a-Velha, onde em 1995 foi iniciada uma escavação arqueológica, após ter estado por 400 anos parcialmente submerso pelo rio Mondego.
Segundo uma história hagiográfica, sendo a viagem demorada, havia o receio de o cadáver entrar em decomposição acelerada pelo calor que se fazia, e conta-se que a meio da viagem debaixo de um calor abrasador, o ataúde começou a abrir fendas, pelas quais elas escorria um líquido, que todos supuseram provir da decomposição cadavérica. Qual não foi, porém a surpresa quando notaram que em vez do mau cheiro esperado, saía um aroma suavíssimo do ataúde. O seu marido, D. Dinis, repousa no Mosteiro de São Dinis em Odivelas.
Isabel terá sido uma rainha muito piedosa, passando grande parte do seu tempo em oração e ajuda aos pobres. Por isso mesmo, ainda em vida começou a gozar da reputação de santa, tendo esta fama aumentado após a sua morte. Foi beatificada pelo Papa Leão X em 1516, vindo a ser canonizada, por especial pedido da dinastia filipina, que colocou grande empenho na sua canonização, pelo Papa Urbano VIII em 1625. É reverenciada a 4 de julho, data do seu falecimento.
Com a invasão progressiva do convento de Santa Clara-a-Velha de Coimbra pelas águas do rio Mondego, houve necessidade de construir o novo convento de Santa-Clara-a-Nova no século XVII, para onde se procedeu à trasladação do corpo da Rainha Santa. O seu corpo encontra-se incorrupto no túmulo de prata e cristal, mandado fazer depois da trasladação para Santa Clara-a-Nova.
No século XVII, a rainha D. Luísa de Gusmão, regente em nome de seu filho D. Afonso VI, transformou em capela o quarto em que a Rainha Santa Isabel havia falecido no castelo de Estremoz.
Actualmente, inúmeras escolas e igrejas ostentam o seu nome em sua homenagem. É ainda padroeira da cidade de Coimbra, cujo feriado municipal coincide com o dia da sua memória (4 de julho), e também em outras localidades fora de Portugal, como é o caso da província filipina de Basilan. Alfredo Marceneiro dedicou-lhe o fado Rainha Santa, com letra de Henrique Rego. Desde a criação em 1819 da diocese de San Cristóbal de La Laguna também chamada diocese de Tenerife (Ilhas Canárias), Santa Isabel de Portugal é co-padroeira da mesma e da catedral diocesana por Bula do Papa Pio VII.
O seu túmulo, bem como o Mosteiro Novo de Santa Clara (Santa Clara-a-Nova), está confiado à guarda da Confraria da Rainha Santa Isabel.
A Lenda do milagre das rosas:
A história mais popular da Rainha Santa Isabel é sem dúvida a do milagre das rosas. Segundo a lenda portuguesa, a rainha saiu do Castelo de Leiria numa manhã de Inverno para distribuir pães aos mais desfavorecidos. Surpreendida pelo soberano, que lhe inquiriu onde ia e o que levava no regaço, a rainha teria exclamado: São rosas, Senhor!. Desconfiado, D. Dinis inquirido: Rosas, em Janeiro?. D. Isabel expôs então o conteúdo do regaço do seu vestido e nele havia rosas, ao invés dos pães que ocultara.
A época exacta do aparecimento desta lenda na tradição portuguesa não está determinada. Não consta de uma biografia anónima sobre a rainha escrita no século XIV, mas circularia oralmente pelo país nas últimas décadas desse século. O mais antigo registo conhecido é um retábulo quatrocentista conservado no Museu Nacional de Arte da Catalunha.
O primeiro registo escrito do milagre das rosas encontra-se na Crónica dos Frades Menores.
Em meados do século XVI a lenda já tinha sido amplamente difundida, e foi ilustrada por uma pintura anónima, conhecida por Rainha Santa Isabel, no Museu Machado de Castro de Coimbra, e por uma iluminura da Genealogia dos Reis de Portugal de Simão Bening sobre desenho de António de Holanda. No século XVII surgem mais dois trabalhos anónimos retratando a rainha, a pintura a óleo no átrio do Instituto de Odivelas e o retábulo do Mosteiro do Lorvão.
Note-se que da sua tia materna, Santa Isabel da Hungria, e assim como da Santa Cacilda e da Santa Zita, se conta uma lenda muito idêntica à do Milagre das Rosas.
Também reza-se a história nos Açores que pela sua bondade ao alimentar os pobres se criou as tradicionais Festas de Espírito Santo que ocorre nas ilhas dos Açores entre Maio e Setembro de cada ano.