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A Monarquia Portuguesa

Este blog pretende ser o maior arquivo de fotos e informações sobre a monarquia portuguesa e a Família Real Portuguesa.

Sex | 15.11.19

Carlos Adolfo Marques Leitão, professor do Príncipe Real Luís Filipe e do Infante D.Manuel

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Carlos Adolfo Marques Leitão (1855-1938) foi professor pedagogista e oficial do Exército. Assentando praça em 15-IX-1873, foi promovido a alferes em 5-1-1876, a tenente em 8-X1­-1882, a capitão em 21-XII-1887 e a major em 20-X-1898. Foi professor de Desenho e Geografia do príncipe real D. Luís Filipe e do infante D. Manuel. Foi também professor de matemática do Infante D.Manuel. Figura de ele­vado prestígio no Exército e na Instrução, dedicou a cada um daqueles ramos a sua notável inteligência. Ofi­cial do Estado Maior, foi também director do Colégio Militar, cargo que desempenhou até à proclamação da República. Foi deputado, vogal do Conselho Tutelar de Terra e Mar, vice-presidente do Conselho Superior de Ensino Industrial e Comercial e presidente da Comissão Administrativa da Câmara Municipal de Lisboa, durante a ditadura franquista. Nomeado director da Escola Industrial Marques de Pombal, tão dis­tinta se tornou a sua actividade, que fez daquele estabe­lecimento uma escola modelar. Em 1930 foi-lhe pres­tada, nessa escola, uma calorosa homenagem, com a assistência do Chefe do Es­tado. O coronel Marques Leitão era condecorado com as ordens de S. Bento de Avis, de Santiago, de N. Sra da Conceição e grã-cruz da Ordem da Instrução."

Qui | 14.11.19

Jovens de Câmara de Lobos já podem participar no Prémio Infante D. Henrique

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A Câmara Municipal de Câmara de Lobos formalizou, ao final da manhã, a assinatura da licença de funcionamento que autoriza e regula os termos do programa de educação não formal do Prémio Infante D. Henrique, numa cerimónia realizada no Salão Nobre dos Paços do Concelho com a presença do Duque de Bragança, Dom Duarte Pio, fundador e Presidente de Honra deste prémio em Portugal.

A participação dos jovens do concelho de Câmara de Lobos está assim assegurada, devendo, para tal, desenvolverem quatro secções obrigatórias: Serviço Voluntário onde aprendem a prestar serviço aos outros; Desporto como forma de adquirem um desenvolvimento físico e hábitos desportivos; Talentos com vista à descoberta, aquisição e desenvolvimento de competências e Aventura, onde será privilegiado o trabalho em grupo, a tomada de decisões e onde se destacam qualidades de liderança, responsabilidade e maturidade.

Este prémio é a versão portuguesa do ‘The Duke of Edinburgh’s International Award’, fundado em 1956 pelo Duque de Edinburgo. Em Portugal, o Prémio foi fundado em 1988, no Porto, por Dom Duarte, Duque de Bragança, que para além de Fundador é Presidente de Honra.

O Programa subjacente ao Prémio visa o “desenvolvimento pessoal e social de actividades voluntárias e não competitivas, destinado a jovens entre os 14 e os 25 anos, encorajando-os a desenvolverem-se como cidadãos activos, participativos, com uma contribuição positiva na sociedade e preparando-os com experiências de vida para marcar a diferença com eles próprios, as suas comunidades, e o mundo”.

Fonte: dnoticias.pt/

Qui | 14.11.19

Jantar dos Conjurados 2019

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No próximo dia 30 de novembro, realiza-se o tradicional Jantar dos Conjurados, que decorre na Associação de Comércio e Industria Portuguesa, em Lisboa.

O discurso de SAR, o Senhor D. Duarte ocorrerá pelas 19h30, antecedendo o Jantar.

Poderá reservar o seu lugar através do contacto: 21 342 8115

Fonte: CAUSA REAL

Ter | 12.11.19

Menus da Família Real no Paço Ducal de Vila Viçosa

Blog Real

Menus da Família Real – Coleção do Museu-Biblioteca da Casa de Bragança”, vai ser lançado no próximo dia 23 de Novembro, no Paço Ducal de Vila Viçosa.

A obra abre a janela sobre o quotidiano da Família Real, através dos 682 menus que inclui. Pequenos cartões manuscritos ou impressos, ilustrados a desenho ou aguarela, personalizados com notas e assinaturas, dão a conhecer a agenda social, o vaivém entre várias residências, permitem redescobrir a sazonalidade da cozinha tradicional, intuir gostos e modas. Este abundante fundo conserva-se no Paço Ducal de Vila Viçosa e a presente publicação demonstra o muito que há ainda a explorar, estudar e dar a conhecer.

Coordenado por Maria de Jesus Monge, directora do Museu-Biblioteca da Casa de Bragança, resulta do trabalho de toda a equipa, muito particularmente de Marta Páscoa, arquivista responsável pelo Arquivo Histórico. Virgílio Nogueiro Gomes associa-se a este projecto emprestando-lhe os seus extensos conhecimentos e entusiasmo pelo tema.

Fonte: tribunaalentejo.pt

Ter | 12.11.19

Duque de Bragança premeia "Tesouros Vivos da Madeira"

Blog Real

A Real Associação da Madeira e do Porto Santo, em parceria com o duque de Bragança, atribuirá no dia 13 de novembro, os prémios 'Tesouros Vivos da Madeira' numa cerimónia que terá lugar no hotel Quinta da Bela Vista pelas 18 horas.

"A iniciativa tem por objectivo distinguir a carreira de artesãos ou de artistas escolhidos como representativos de uma determinada área das artes e ofícios, e, por outro lado, reconhecer e revelar novos talentos que promovam o progresso, a evolução, a modernização dos ofícios em que trabalham, fomentando a passagem do conhecimento às gerações vindouras", refere a Real Associação da Madeira em comunicado, que explica ainda que são considerados para a atribuição deste prémio artífices e artistas naturais do arquipélago da Madeira ou de origem madeirense que se encontrem a residir no arquipélago ou na diáspora.

Nesta segunda edição dos prémios 'Tesouros Vivos da Madeira' serão distinguidos pelo duque de Bragança, D. Duarte Pio, artífices das cestarias e dos bordados da Madeira, acrescenta a mesma nota.

Fonte: jm-madeira.pt

Seg | 11.11.19

João Damasceno da Silva Fiadeiro, professor de português do Rei D.Manuel II

Blog Real

O Monsenhor João Damasceno da Silva Fiadeiro nasceu a 4 de Outubro de 1874 na Freguesia da Conceição, na cidade da Covilhã, e veio a falecer em Lisboa a 21 de Novembro de 1966, na Freguesia dos Mártires, estando sepultado no cemtério do Alto de S. João, em jazigo da família.

Frequentou o Colégio de S. Fiel onde teve como condiscípulos alguns nomes ilustres como Egas Moniz e Damas Mora. Em 1890 ingressou no Seminário de Santarém, tendo sido nomeado professor em 1893.

Em 1899 foi nomeado capelão efectivo da Casa Real, onde desempenhou várias funções como perceptor dos príncipes e confessor da Rainha D. Amélia. Foi também professor de português do Rei D.Manuel II, quando este ainda era infante. 

Foi agraciado com as seguintes distinções:

  1. 1901 cavaleiro de Nossa Senhora da Conceição;
  2. 1902 membro da Arcadia Romana;
  3. 1904 comendador de Santa Catarina do Monte Sinai;
  4. 1905 cruz de ouro «Pro Ecclesia e Pontifice»;
  5. 1907 medalha de prata da Cruz Vermelha Espanhola;
  6. 1908 comendador de Nossa Senhora da Conceição;
  7. 1910 camareiro secreto de S. Santidade;
  8. 1929 comendador de Mérito Civil de Espanha;
  9. 1930 comendador da Ordem de Cristo.

Mais informações aqui.

Dom | 10.11.19

Rainhas de Portugal - Joana de Trastâmara

Blog Real

Joana de Trastâmara ou, pejorativamente, Joana a Beltraneja (em castelhano: Juana de Castilla; Castela, 28 de fevereiro de 1462 - Lisboa, 12 de abril de 1530) foi primeiro rainha reinante e depois de jure de Castela, e rainha consorte de Portugal.

Joana nasceu infanta de Leão e Castela, sendo jurada princesa das Astúrias e depois, aclamada rainha de Castela à morte do rei Henrique IV, seu pai, e rainha de Portugal pelo seu casamento com seu tio, D. Afonso V. Depois da guerra civil castelhana em que foi destronada por seus tios, os Reis Católicos, foi exilada do seu país pelo tratado assinado entre Portugal e Castela, depois da batalha de Toro, ficando em Portugal, onde encontrou refúgio até ao fim dos seus dias, sendo oficialmente tratada por "Excelente Senhora".

Os seus inimigos e os de sua mãe, insultuosamente a alcunharam de Beltraneja desde o seu nascimento, querendo assim afirmar não ser a princesa filha do rei Henrique IV, mas de Beltrán de la Cueva, amante da rainha sua mulher, Dona Joana.

Nascimento:

Sua mãe era a rainha D. Joana de Portugal, filha do rei D. Duarte, casada com o rei Henrique IV de Castela. Contudo, Henrique, sem filhos do seu segundo casamento, o casamento anterior (o seu primeiro casamento, não o consumara sendo anulado por falta de idade, nada provando nesta matéria), teria a fama de ser impotente. Por isso se urdiu na corte que D. Joana estivesse envolvida num caso amoroso com o nobre Beltrán de La Cueva, o qual no entanto, segundo a exegese histórica pôde apurar nos nossos dias, estaria em missão fora da corte castelhana no momento aproximado da concepção da jovem infanta.

Nem por isso deixou a princesa D. Joana de ser considerada ilegítima pelos principais senhores de Castela, que recusar-se-ão depois a reconhecê-la como infanta, seguindo-se lutas civis e várias pressões visando a passagem da coroa castelhana a Afonso, irmão de Isabel a Católica, tios da recém-nascida, meios-irmãos do rei seu pai.

Rainha de Leão e Castela:

D. Joana era pois a única filha conhecida do monarca castelhano, que defendeu a causa da sua legitimidade, sendo no entanto obrigado a alterar a sua posição várias vezes, antes de morrer, diante das guerras civis intestinas que a isso o obrigava, por ter deixado enfraquecer extremamente o seu poder real. Mesmo assim, conseguiu obrigar a nobreza castelhana a jurar fidelidade à princesa, tendo sido designada princesa das Astúrias em 1462. Porém, dois anos volvidos e face à pressão da nobreza, viu-se obrigado a delegar a sucessão no seu irmão Afonso, o qual viria, no entanto, a falecer a breve trecho, logo em 1468. Ainda nesse momento o rei se viu obrigado pela sua nobreza a reconhecer como sucessora, muito a contragosto, a sua meia-irmã Isabel, com a condição de que esta aceitasse o casamento que o rei seu irmão lhe propusesse.

Como em 1469 D. Isabel se casasse em segredo com Fernando, o Católico, herdeiro da Coroa de Aragão, contra a vontade do rei seu irmão, Henrique IV pôde considerar violado o tratado que estabelecera com Isabel. E é então que declara novamente a D. Joana por sua única e legítima herdeira, procurando, nos últimos anos de vida, um marido para a sua filha, que lhe pudesse defender os direitos ameaçados.

Depois de várias hesitações diplomáticas, D. Joana acabou prometida em casamento ao seu tio, o Rei Cavaleiro, D. Afonso V de Portugal, que tomou como sua empresa de cavalaria defender os direitos da sua inocente e jovem sobrinha. Para este casamento foi necessária uma dispensa papal, dada a próxima consanguinidade entre os noivos. D. Afonso jurou defender os direitos da esposa, e por conseguinte os seus próprios, ao trono de Castela.

Henrique IV morre em 1474, deixando a filha aos cuidados do cunhado português: a partir deste momento ficam delineadas duas facções em guerra civil em Castela, ocupada em boa parte pela intervenção militar estrangeira portuguesa: uma que apoia Isabel e, por conseguinte, a união dinástica de Leão e Castela com Aragão e o seu império mediterrânico; outra, com especial ênfase na nobreza do reino da Galiza, já então sujeito ao de Castela, que defende os direitos de Dª Joana e D. Afonso V e, subsequentemente, a união pessoal da coroa de Leão e Castela com a de Portugal por este casamento.

Guerra de Sucessão da Coroa de Leão e Castela:

Grande parte dos nobres castelhanos, chefiados pelo poderoso Fonseca, arcebispo de Toledo, preferira prestar vassalagem a Isabel, a Católica: Pelo que logo em 1475, dando sequência ao projecto do cunhado Henrique IV, D. Afonso V de Portugal casou com sua sobrinha Joana, manda armar o seu exército e, em 1476 invade Leão e Castela para defender os seus direitos.

A guerra veio a culminar na batalha de Toro, nas proximidades de Zamora. Esta batalha teve um desfecho militar inconclusivo - embora D. Afonso V tenha saído vencido, graças sobretudo aos esforços do Cardeal Mendoza, a ala do exército comandada pelo Príncipe D. João ficou invicta, permanecendo os três dias da praxe ocupando o terreno de batalha, sinal da sua vitória.

Assim, ambas as partes reclamaram oficialmente vitória durante muitos anos. Não obstante, o desfecho político não foi favorável ao monarcas portugueses, pois D. Afonso V viu serem-lhes retirados nessa altura os apoios de que precisaria para continuar a guerra, quando grande parte dos seus vassalos castelhanos o abandonaram, bandeando-se para ir prestar vassalagem aos seus primos, os futuros Católicos.

D. Afonso V, que desde 1476 pusera D. Joana a salvo em Abrantes, volta então a Portugal, onde se reúne a ela.

Aliança francesa contra a Coroa de Leão e Castela: viagem a França e à Borgonha de seu marido:

O rei português, no entanto, não desistira da sua empresa, nem abandonara os direitos de sua mulher, pelo que resolve então ir pessoalmente a França procurar a aliança de Luís XI a fim de voltar a invadir os reinos vizinhos.

O rei embarcou no Porto, deixando a regência a seu filho, que mandou aclamar rei em sua vida, a fim de se dedicar em exclusivo à empresa da reconquista do trono castelhano, viajando por França, e pelo ducado da Borgonha, a chamar também por aliado ao seu primo Carlos, o Temerário.

Para obter a aliança da França e da Borgonha, no entanto, era necessário que estas assinassem a paz da guerra que há muito travavam, a fim de dispor de forças para enviar contra Aragão e contra Castela pelo Leste. Pelo que D. Afonso iniciou uma mediação na luta entre o monarca francês e Carlos, o Temerário, duque da Borgonha, primo direito do rei de Portugal. Porém, o rei francês (Luís XI de França, a aranha universal, como foi chamado, conhecido pela forma como habilmente criava e geria intrigas políticas) foi protelando as diligências do seu hóspede, o rei português. Após a morte do Temerário na batalha de Nancy e a retorno do ducado da Borgonha à coroa de França, de onde havia saído antes, com excepção dos Países Baixos, e do Franco Condado, ficaram inutilizados os esforços de D. Afonso V.

Sentindo-se traído, regressa a Portugal, onde o filho, o rei D. João II, retira a coroa da cabeça e a devolve ao pai. A sua mulher, Dona Joana (com a qual, dizem, não chegara sequer a consumar o matrimónio), vivia agora em Aveiro, com sua prima e enteada, Joana.

Paz e primeira renúncia de D.Joana:

O Tratado das Alcáçovas, assinado em 1479 com os Reis Católicos marca o fim da Guerra de Sucessão de Castela. Nele são também definidos limites para a expansão marítima e terrestre das coroas portuguesa, castelhana e aragonesa, respectivamente no Atlântico e no Magrebe.

A invasão portuguesa, e a subsequente Guerra de Sucessão de Castela haviam durado cinco anos, terminando na paz de 1479, que como era usual foi celebrada com casamentos entre as coroas, sinal de aliança entre elas. Para poderem eles realizar-se, foi necessária a renúncia aos seus direitos por parte da rainha D. Joana, inserida no corpo do Tratado das Alcáçovas: comprometia-se a não voltar a casar senão com o príncipe João de Aragão, filho herdeiro dos Reis Católicos e, no caso de não o aceitar, rompendo o noivado com ele, entraria monja professa. Ficou refém de D. Beatriz, viúva do infante D. Fernando, irmão de Afonso V. Sua tia Isabel a Católica indemnizou-a ainda com 100 mil dobras de Castela.

O Papa Sisto IV dissolveu o casamento de D. Joana a pretexto da consaguinidade, mas D. Joana recusou-se casar com o primo João de Aragão conforme estipulado - talvez por considerar vexatório, para a sua posição de herdeira natural, ter que casar com o herdeiro de quem lhe roubara o trono para o poder vir a recuperar no futuro - e preferiu retirar-se para o mosteiro de Santa Clara em Santarém. Ali passou a residir, recusando-se sempre no entanto até ao fim da sua vida a fazer votos, o que teria passado os seus inquestionáveis direitos ao reino de que fora espoliada de facto para sua tia, Isabel. Posteriormente, do convento das Clarissas de Santarém, Joana passou ao Mosteiro de Santa Clara-a-Velha em Coimbra, em 16 de Outubro de 1480.

Embora residindo com a sua corte nos mosteiros de Santa Clara, sob o único nome oficial que lhe era dado, o de Excelente Senhora, a rainha destronada era completamente livre dos seus bens, e de se movimentar dentro do Reino, deslocando-se frequentemente e por longos períodos à corte em Lisboa.

Ameaça à coroa castelhana:

Em 1482 vivia um dos seus períodos em Lisboa, e continuava intitulando-se Rainha. Isto incomodava e assustava os seus primos Católicos, que moveram as suas influências junto de Roma. Pelo que em Março de 1483 a Excelente Senhora recebeu um breve do Papa Sisto IV tentando fazê-la permanecer constantemente no convento, de acordo com a regra da Ordem.

Os reis de Portugal e França entretanto negociavam o casamento de D. Joana com o herdeiro de Navarra, Francisco Febo, por onde mais uma vez cercariam militarmente o coroa da Leão e Castela; mas a morte do príncipe navarro frustrou este projecto, em 1483.

Ainda em 1493, mais firmes no trono os Reis Católicos embora sempre ameaçados pela sua existência, D. Joana viverá de novo livre na corte em Lisboa.

Logo depois da morte de Isabel (Novembro de 1504) o seu viúvo Fernando o Católico, rei de Aragão, ao perder a regência de Castela, propôs casamento a D. Joana - estava determinado a impedir que a Casa de Áustria passasse a governar a coroa da Leão e Castela. Com efeito, a futura Joana a Louca, filha e herdeira do rei aragonês e da rainha castelhana, estava casada com o arquiduque de Áustria Filipe, o Belo, duque da Borgonha, herdeiro do imperador Maximiliano I.

O monarca propunha-se restaurar os títulos e as honras reais de que a Excelente Senhora fora destituída pela guerra, de forma a afastar da regência de Castela o seu genro Filipe de Habsburgo, quando se tornou claro que Joana a Louca, acabada de suceder no trono da mãe Católica, tinha começado a ensandecer. A Excelente Senhora, porém, recusou-se a aceitar como esposo àquele que, em outros tempos, ousara tratá-la como suposta filha adulterina da princesa D. Joana de Portugal e Beltrán de la Cueva…

Curiosamente ou não, a primeira filha havida do casamento de Isabel e Fernando após o início do conflito sucessório fora baptizada, precisamente, de Joana. Foi esta Joana que sucedeu aos Reis Católicos, como se viu, sob o nome de Joana I, não deixando o seu numeral espaço para dúvidas: em Leão e Castela, os senhores do trono tomado não queriam dúvidas: o reinado efectivo da pobre dita "Beltraneja" jamais seria reconhecido, a não ser de forma inteiramente subordinada aos interesses pessoais sucessórios do filho herdeiro, ou do próprio Rei Católico.

Ainda em 1523 o rei da França conspirou debalde para retirar D. Joana de Portugal, o que prova como a sua existência livre e protegida era terrível arma de pressão sobre o reino castelhano e os chamados direitos dos Reis Católicos para os seus vizinhos.

Última renúncia e definitiva dos seus direitos a favor de D.João III de Portugal:

A rainha sentindo-se envelhecer, e não querendo que depois da sua morte os seus direitos passassem aos seus primos sempre ilegalmente no trono em Castela, determinou a 20 de Julho de 1530, por escritura pública na corte, renunciar aos seus direitos e abdicar ainda em sua vida da coroa de Leão e Castela a favor do seu primo D. João III de Portugal.

A Excelente Senhora:

D. Joana viveu em Portugal até à sua morte em 1530; mas enquanto foi viva constituiu um empecilho permanente para a coroa de Leão e Castela, e um argumento diplomático de peso, habilmente esgrimido pelos vizinhos de Isabel a Católica e de Fernando, os reis de França, de Navarra, e sobretudo pelos reis de Portugal D. João II, D. Manuel I, e D. João III, na sua política europeia.

Aí radica o título que o Príncipe Perfeito lhe concedeu: A Excelente Senhora. Tratamento esse que no século seguinte será concedido apenas, e muito parcimonisamente, aos Duques portugueses, de sangue real, antes de se generalizar a todos os títulos grandes de Portugal no século XVIII (Duque, Marquês, e Conde), e ainda às pessoas, como os ministros, que tinham honras equiparadas a estes.

D. Joana, estando inicialmente impedida por tratado do tratamento devido à sua realeza, receberá nesse momento, por ordem de D. João II, o tratamento oficial de A Excelente Senhora. Foi esta a primeira vez que se usou o tratamento de Excelência em Portugal - já que o uso de infanta seria indecoroso para com a sua pessoa, e o título de rainha não podia ser usado, por passível de ser considerado perigo para a paz com Leão e Castela.

Tal tratamento, de resto, viria a justificar-se plenamente, dado a rainha se ter recusado ver-se envolvida em mais manobras políticas e tendo dedicado o resto da vida à devoção a Deus, à prática de obras de caridade e de apoio aos desfavorecidos. De resto, estiveram presentes embaixadores castelhanos na cerimónia dos seus votos (decerto primeiros votos, não os votos solenes, definitivos) não só porque tal acto constituísse uma desistência de quaisquer eventuais pretensões que D. Joana ainda tivesse de recuperar o trono que, de jure, lhe pertenceria sempre (impossibilitando também o seu casamento e com ele o nascimento de herdeiros da coroa usurpada de Castela, seus lídimos descendentes), mas igualmente para testemunhar as formas de tratamento usadas para com a sua pessoa, assegurando-se que se cumpria o estabelecido nos acordos das Alcáçovas-Toledo.

Contudo, a Rainha D. Joana, dentro do convento e fora dele, na vida religiosa como na vida da corte em Lisboa, assinou sempre, até à sua morte em 1530, Yo la reina (Eu, a Rainha).

Faleceu nos Paços da Alcáçova do Castelo de São Jorge e foi sepultada no Mosteiro de Santa Clara de Lisboa, num jazigo junto à sala capitular, embora no seu testamento tivesse pedido para a sepultarem no Convento de Santo António do Varatojo, com o hábito de S. Francisco. Os reis portugueses puseram luto em sua homenagem e em 1545, a rainha D. Catarina mandar-lhe-ia construir um túmulo mais adequado à sua condição de “Rainha de Castela e Leão”.

Devido ao terremoto de Lisboa, não se conhece o paradeiro dos seus restos mortais, pelo que se nos torna impossível determinar, através do ADN, se realmente era filha de Henrique IV de Castela ou de Beltrán de La Cueva. Deste porém a historiografia actual não aceita que fosse possível ser o pai biológico, sendo portanto possível que o Rei Impotente o não tivesse sido sempre, como prova a sua acirrada defesa dos direitos da filha contra os seus irmãos.

Dom | 10.11.19

D.Duarte e D.Afonso foram confrades honorários da Confraria da Maçã Portuguesa

Blog Real

D.Duarte de Bragança, Duque de Bragança e Afonso de Santa Maria, Príncipe da Beira, foram confrades honorários da Confraria da Maçã Portuguesa. A cerimónia, organizada conjuntamente com a Confraria da Castanha do Souto da Lapa, contou com a presença de 57 confrarias gastronómicas de todo o País. Estiveram presentes os Presidentes das Câmaras de Sernancelhe, Moimenta da Beira e Penedono. A sessão solene realizou-se no auditório municipal de Sernancelhe, realçando-se as excelentes oratórias dos Presidentes das Câmaras, do Dr Alberto Correia, Grão-mestre da Confraria da Castanha, e da Dra Olga Cavaleiro, Presidente da Associação Nacional das Confrarias Gastronómicas. Todas as intervenções enfatizaram a grande importância da agricultura e da gastronomia na identidade e unidade do Povo português e no desenvolvimento regional.
A Cerimónia de Entronização realizou-se na Igreja Matriz de Sernancelhe.
No mesmo dia, D.Duarte e D.Afonso foram convidados a estar presentes no Jantar de Gala Solidária da Freguesia de Viseu.
A Real Associação de Viseu teve contributo activo nestas efemérides. Esteve presente a Dra Teresa Corte Real, Presidente da Causa Real.

 

 

 

 

 

 

Fonte: Facebook RAV Real Associação De Viseu

Sab | 09.11.19

D.Inês, ama do Rei D.Sebastião

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D. Inês foi a ama do Rei D.Sebastião. Não se sabe o apelido, e a notícia, que temos do seu nome, consta de um Alvará, que diz assim: Eu El Rei faço saber aos que este Alvará virem, que eu ey por bem, e me praz fazer merce a D. Ignez, minha Ama, de dezaseis moios de trigo de renda for tempo de tres annos, &c. feito em Cintra a 26 de Junho de 1570. Por outro Alvará passado depois da morte do Rei a 27 de Agosto de 1581, consta, que tinha casas no Paço da Ribeira, e pelas obras, que nele se fizeram, lhe deram por elas quarenta mil reis de tença.

Fonte: arqnet.pt

Ter | 05.11.19

Rainhas de Portugal - Isabel de Avis

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Isabel, Rainha de Portugal, também chamada D. Isabel de Portugal, D. Isabel de Lancastre, D. Isabel de Avis ou mais modernamente, no estrangeiro, D. Isabel de Coimbra; (1 de março de 1432 - 2 de dezembro de 1455) foi rainha de Portugal, filha do Infante-Regente D. Pedro de Portugal, 1.º Duque de Coimbra e de sua mulher Isabel de Urgel, filha do conde Jaime II de Urgel.

Isabel casou-se em 6 de maio de 1447 com o seu primo direito D. Afonso V.

A rainha D. Isabel viveu desde a infância um belo caso de amor com o seu rei e primo, junto de quem foi criada na corte de seu pai, o regente, e que lhe retribuía com fervor essa afeição. Sofreu cruel desgosto com a intriga urdida pelo 1.º Duque de Bragança contra seu pai, que veio a culminar na Batalha de Alfarrobeira, não tendo este incidente no entanto diminuído a afeição e confiança absoluta existentes entre o Rei e a sua Rainha.

As rainhas de Portugal contaram, desde muito cedo, com os rendimentos de bens, adquiridos, na sua grande maioria, por doação. D. Isabel de Lencastre foi donatária de todas as vilas de D. Leonor, sua sogra. Morreu nova, como todos os infantes seus irmãos (a maior parte deles tendo morrido assassinados ou envenenados, como se suspeita tê-lo sido ela própria, durante o seu exílio no estrangeiro). Foi mãe de D. João II e de Santa Joana Princesa, ou princesa Santa Joana de Portugal.

A sua irmã mais nova e solteira, D. Filipa de Lancastre, infanta de Portugal, que vivia recolhida, embora sem professar, no Mosteiro de Odivelas, serviu então de mãe aos filhos da Rainha. Criou D. João II na veneração da memória do avô materno, preservada por D. João ao criar o título de (segundo) Duque de Coimbra, e ao reconstituir a Casa do avô regente a favor de seu filho natural, D. Jorge de Lancastre, 2.º Duque de Coimbra.

Antes de morrer, a rainha D. Isabel de Aviz vai obter do rei e marido o arrependimento pelo tratamento dado ao Infante das Sete Partidas, cuja desgraça causara espanto, escândalo e consternação na Europa de 1449; a reabilitação da memória de D. Pedro ficou manifesta nas grandes cerimónias, ordenadas por D. Afonso V, de trasladação processional do corpo do Infante assassinado - pois deslocava-se para a corte, obedecendo ao chamado do rei, acompanhado apenas de uma pequena comitiva e não armados para a guerra - da humilde igrejinha de Alverca, onde por caridade o haviam sepultado em segredo, sob os degraus de pedra da entradinha, alguns pescadores do rio Tejo, para Sta. Maria da Vitória da Batalha, junto de seus pais e irmãos. Ali, na Capela do Fundador, jaz também D. Isabel e seu marido, pais, filhos e netos, por ser esta o panteão da Dinastia a que todos pertenciam.

Seg | 04.11.19

General Conselheiro António Coelho V.B. Vasconcellos Porto sobre o Príncipe Real Luís Filipe

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‘Era uma figura de arrebatar! Tanto El-Rei como S. M. a Rainha tinham esta preocupação na educação do Príncipe: que Sua Alteza bem merecesse da Pátria pelo que valesse, pelos seus méritos e virtudes. E o Príncipe foi o que Suas Majestades desejavam. Eu vi despontar, naquela alma portuguesa, todos os grandes sentimentos da nacionalidade. Era português na linguagem, imprevisto e delicado como um literato nato, reflexivo (as suas respostas nos exames, dadas depois de meditar, aldeados da Corte que assistia, a cabeça entre as mãos!) e espirituoso, subjetivo e cavalheiresco, enlevado e simples. E desde tamanino, dois traços magistrais e característicos vincaram definitivamente a figura do Príncipe: a ternura pelo Rei e o culto pelo Reino! Toda a nobreza que um grande sentimento demanda, no Príncipe a havia.
O Príncipe [D. Luís Filipe] sabia que o Pai [D. Carlos I] lhe estava preparando uma grande Pátria. O muito amor por seu Pai era, a par da admiração de filho, a profunda, consciente gratidão de Português, que assistia ao engrandecimento incessante de trabalho de patriota.
O sentimento patriótico tão característico no Príncipe Real, o seu espírito eminentemente culto fizeram-no entrar admiravelmente na realização dessa ideia que o alto senso político d’El-Rei D. Carlos imediatamente aprovara.
Da forte personalidade do Príncipe Real emanava um singular atracção: a amenidade do trato e a seriedade do carácter, a alegre comunicabilidade da sua mocidade eram outros tantos elementos da simpatia que despertava. (…)

Como nós nos não podemos aperceber do movimento da Terra, por nela estarmos, o Príncipe Real [Dom Luís Filipe] não se apercebia de que Portugal, para vir a ser grande, até o tinha a Ele!’

General Conselheiro António Coelho V.B. Vasconcellos Porto | Ministro e secretário de Estado dos Negócios da Guerra (Mai. 1906 – Fev. 1908) e Ministro e secretário de Estado interino dos Negócios da Marinha e Ultramar (Jun. – Set. 1907) no Ministério de João Franco Castello-Branco, no reinado D’El-Rei D. Carlos I, in ‘A Marcha Para O Renascimento - El-Rei D. Carlos e o seu Reinado’
Recolha de Plataforma de Cidadania Monárquica

Dom | 03.11.19

Organização da Casa Real: Camareira-mor

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Camareiro-mor era um funcionário da corte que serve um rei, rainha ou pessoa nobre, nos seus aposentos, e cuida da manutenção destes.

Originalmente, na Idade Média, o moço de câmara era o encarregado de zelar pela câmara, ou seja, pelo quarto do seu senhor. Mais tarde passou a ser um título nobiliárquico concedido pelo rei a alguém que queria distinguir. Este foro da Casa Real portuguesa estava abaixo, quer da nobreza titular, quer da nobreza principal e distinta. 

Sab | 02.11.19

Rainhas de Portugal - Leonor de Aragão

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Leonor de Aragão (em catalão: Elionor d'Aragó ;2 de maio de 1402 — Toledo, 19 de fevereiro de 1445), foi uma infanta aragonesa que viria a ser rainha de Portugal por casamento com o rei D. Duarte, e regente durante a menoridade do seu filho D. Afonso V.

Família:

Era filha do rei Fernando I de Aragão com Leonor Urraca de Castela, condessa de Albuquerque. Pelo lado paterno, Leonor era neta de João I de Castela e de Leonor de Aragão; por via da mãe, era neta de Beatriz de Portugal, e por conseguinte bisneta do rei Pedro I de Portugal com Inês de Castro. Portanto, era uma mistura de sangue real português, castelhano e aragonês. Teve seis irmãos, entre os quais os reis aragoneses Afonso V e João II.

Biografia:

Em 1428, casou-se com o herdeiro do trono português D. Duarte. Foi seu irmão, D. Afonso V de Aragão, que tratou do contrato de casamento, já que seu pai havia falecido em 1415. O que pesou na decisão de Afonso V ao escolher D. Duarte como marido de sua irmã foi o fato de Portugal ser o único reino peninsular que escapava ao controle dos infantes de Aragão. Ambicionava, assim, estabelecer uma sólida aliança entre Aragão, Navarra e Portugal.

As rainhas de Portugal contaram, desde muito cedo, com os rendimentos de bens, adquiridos na sua grande maioria por doação. D. Leonor recebeu como dote 30 florins de ouro de Aragão e, por hipoteca, Santarém, com todos os seus rendimentos. Recebeu ainda em doação Alvaiázere, Sintra e Torres Vedras.

D. Leonor tornou-se rainha em 1433, em decorrência da morte do sogro, D João I. A rainha deu à luz nove filhos, sendo quatro deles ainda antes de ser rainha. João foi o primogênito e morreu pouco tempo depois. Em seguida veio Filipa e, finalmente, Afonso. Ele foi o primeiro filho herdeiro dos reis que se chamou príncipe; até então, todos eram chamados de infantes primogênitos herdeiros. A última filha nasceu em 1439, cerca de seis meses após a morte de D. Duarte.

D. Duarte, em seu testamento, confiou a regência do Reino à sua esposa até que seu sucessor, D. Afonso, atingisse 14 anos. D. Leonor passou a assinar os atos régios com a expressão "a triste Rainha". As Cortes de Torres Novas de 1438, levantaram diversos argumentos para colocar a soberana de lado, dentre eles o de que o rei não podia ficar sob a guarda de uma mulher (ainda mais estrangeira), pois cresceria fraco e afeminado. A rainha percebeu a insatisfação em que o reino se encontrava e aceitou partilhar o poder real com D. Pedro: ela ficaria com a criação dos infantes e com o governo e administração da Fazenda Real enquanto o cunhado ficaria com o regimento da justiça. Porém, tal medida não se mostrou eficaz.

D. Leonor tentou resistir, mas com os conselhos e grande parte da nobreza contra ela, foi obrigada a entregar seu cargo e a criação de Afonso ao príncipe Pedro, duque de Coimbra, o qual achavam que tinha mais direitos para exercer a regência. D. Leonor, ainda em Sintra, enviou uma mensagem aos irmãos de Aragão, pedindo-lhes ajuda. Estes não quiseram intervir diretamente e enviaram uma embaixada reclamando que fossem cumpridas as determinações das Cortes de Lisboa de 1439. Não obtendo êxito, D. Leonor partiu para Almeirim, o que desagradou D. Pedro. Sentindo-se insegura, a rainha resolveu fugir. Partiu para o Crato com uma pequena comitiva, levando consigo algumas jóias que lhe restavam e sua filha Joana, que ainda estava em período de amamentação. Ao ficar sabendo, D Pedro mandou cercar o Crato e impedir o envio de mantimentos. Refugiou-se então em Castela e depois em Toledo, onde faleceu em 1445. As circunstâncias de sua morte foram suspeitas. Ingeriu uma tisana e rapidamente sentiu-se indisposta. Em apenas uma hora seu corpo se cobriu de manchas e faleceu.

Foi sepultada no Mosteiro da Batalha.

Descendência:

Do seu casamento com D. Duarte, Leonor de Aragão teve nove filhos:

  • D. João de Portugal (1429-1433), morreu jovem
  • D. Filipa de Portugal (1430-1439), morreu jovem
  • D. Afonso V de Portugal (1432-1481), sucessor do pai no trono português
  • D. Maria de Portugal (nascida e morta em 1432)
  • D. Fernando de Portugal, Duque de Viseu (1433-1470), pai do rei D. Manuel I de Portugal
  • D. Leonor de Portugal (1434-1467), casou com Frederico III, Sacro Imperador Romano-Germânico
  • D. Duarte de Portugal (nascido e morto em 1435)
  • D. Catarina de Portugal (1436-1463)
  • D. Joana de Portugal (1439-1475), casou com o rei Henrique IV de Castela e foi mãe de Joana a Beltraneja ou a Excelente Senhora