Fernando II (nome completo em alemão: Ferdinand August Franz Anton von Sachsen-Coburg und Gotha; Viena, 29 de outubro de 1816 – Lisboa, 15 de dezembro de 1885) foi o segundo marido da rainha D. Maria II e Príncipe Consorte de Portugal, entre de 1836 até 1837, altura em que se tornou Rei Consorte de Portugal e dos Algarves com o nascimento do primeiro filho, como previsto na constituição. Era o filho mais velho do príncipe Fernando de Saxe-Coburgo-Gota e da sua esposa, a princesa Maria Antónia de Koháry.
Fernando casou-se com D. Maria em 1836, tornando-se príncipe consorte de Portugal. Em conformidade com a lei portuguesa da época, D. Fernando apenas seria rei com a sua esposa após o nascimento do seu primeiro filho, que nasceria um ano depois, o futuro rei D. Pedro V.
Apesar de monarca iuris uxoris, com direito a título e numeração próprios, e de comandante supremo do Exército, dignidades atribuídas a D. Fernando II, a Carta Constitucional reservava as funções políticas de Chefe de Estado para a Soberana, sua esposa. D. Maria II morre em 1853, terminando igualmente o reinado de D. Fernando II. No dia em que enviuvou prestou juramento como Regente do Reino, exercendo estas funções até à maioridade de D. Pedro V em 1855.
Como amante das belas-artes, focou-se durante toda a sua vida nas artes, o que lhe valeu o cognome de o Rei Artista.
Família:
Foi o primogénito do príncipe Fernando de Saxe-Coburgo-Gota, irmão do duque Ernesto I e do rei Leopoldo I dos Belgas, e da sua esposa, Maria Antónia de Koháry. Teve três irmãos mais novos: Augusto, Vitória e Leopoldo.
Durante a infância o príncipe cresceu em várias terras pertencentes à sua família na actual Eslováquia e nas cortes austríaca e germânica.
Rei de Portugal:
Em 1835, como D. Maria II enviuvou meses depois do seu primeiro casamento com o príncipe Augusto de Beauharnais, D. Fernando foi escolhido para novo esposo da soberana.
As negociações do casamento foram dirigidas por D. Francisco de Almeida Portugal, Conde de Lavradio, tendo o contrato matrimonial sido assinado em 1 de Dezembro de 1835, com o barão de Carlowit em representação do duque reinante de Saxe-Coburgo, e o barão de Stockmar em representação do príncipe Fernando, seu pai.
A 1 de Janeiro de 1836, casa-se com D. Maria II por procuração, e assina o decreto nomeando D. Fernando marechal-general do Exército, posto reservado ao próprio Rei, na sua função de Comandante Supremo do Exército.
D. Fernando partiu de Coburgo, atravessou a Bélgica, e embarcou em Oostende para Lisboa, onde chegou a 8 de Abril. A cerimónia do casamento realizou-se no dia seguinte. A nomeação de D. Fernando enquanto marechal-general gerou polémica entre os liberais mas, uma vez que essa dignidade já houvera sido conferida ao príncipe D. Augusto, o governo não podia deixar de comprometer-se com a rainha.
De acordo com a lei Portuguesa, enquanto marido da rainha reinante, D. Fernando só poderia receber o título de rei após o nascimento do primeiro herdeiro (foi por este motivo que o primeiro marido da rainha, Augusto de Beauharnais, nunca foi rei) D. Fernando foi, portanto, príncipe de Portugal até ao nascimento do futuro D. Pedro V em 1837.
Foi eleito, a 4 de Maio de 1836, presidente da Academia Real das Ciências.
D. Fernando evitou envolver-se no panorama político, preferindo dedicar-se às artes. Por ocasião da fundação da Academia de Belas-Artes de Lisboa a 25 de Outubro de 1836, D. Fernando e a rainha declaram-se seus protectores.
Após uma visita ao Mosteiro da Batalha (que se encontrava abandonado, depois das extinção das ordens religiosas), D. Fernando passa a dedicar parte das suas preocupações às causas de cariz nacionalista, como a protecção do património arquitectónico português edificado, tendo também impulsionado aspectos culturais e financeiros, a par do estímulo à acção desenvolvida por sociedades eruditas, como projectos de restauração e manutenção respeitantes não só à vila da Batalha, mas também ao Convento de Mafra, Convento de Cristo, em Tomar, ao Mosteiro dos Jerónimos, Sé de Lisboa, e Torre de Belém.
Como amante de pintura que era, colaborou com algumas gravuras de sua autoria, na Revista Contemporânea de Portugal e Brasil (1859-1865).
Segundo casamento:
Em 1869, D. Fernando casa-se pela segunda vez, morganaticamente, com Elise Hensler, depois tornada Condessa d'Edla, que era uma cantora de ópera e mãe solteira, a quem viria a deixar como herança o Palácio da Pena, cuja construção foi da sua inteira responsabilidade, sendo entregue ao engenheiro alemão Wilhelm Ludwig von Eschwege que realizou projecto.
Tronos grego e espanhol:
Em 1862, depois de uma revolta na Grécia contra o rei Oto I, D. Fernando II foi convidado a subir ao trono grego, proposta que recusou.
Em 1868, com a revolução que expulsou a rainha Isabel II da Espanha e toda a sua família, e o governo provisório espanhol, não se desejando estabelecer uma república, ofereceram a coroa a D. Fernando II, então com quarenta e nove anos, proposta que D. Fernando também rejeitou.
Morte:
Pouco antes da sua morte D. Fernando começou a sofrer a dolorosa enfermidade a que não resistiu, o seu corpo jaz ao lado de D. Maria II, sua primeira esposa, no Panteão Real da Dinastia de Bragança, no Mosteiro de São Vicente de Fora, em Lisboa.
Títulos e Estilos:
29 de outubro de 1816 – 12 de novembro de 1826: "Sua Alteza Sereníssima, Príncipe Fernando de Saxe-Coburgo-Saalfeld"
12 de novembro de 1826 – 1 de janeiro de 1836: "Sua Alteza Sereníssima, Príncipe Fernando de Saxe-Coburgo-Gota"
1 de janeiro de 1836 – 16 de setembro de 1837: "Sua Alteza Real, o Príncipe Consorte"
16 de setembro de 1837 – 15 de novembro de 1853: "Sua Majestade Fidelíssima, o Rei"
15 de novembro de 1853 – 15 de dezembro de 1885: "Sua Majestade Fidelíssima", o Rei D. Fernando II"
Depois de servir como soldado, Vital Ferreira Fontes entrou na casa real, em 1886 como moço de sala, no reinado de D. Luís, por altura do casamento de D. Carlos com D. Amélia, e manteve-se em serviço até 1936.
Vital Fontes nasceu no dia 6 de novembro de 1861, no concelho da Sertã, distrito de Castelo Branco, e morreu aos 94 anos, numa "casa modesta dos Telheiros da Ajuda", em Lisboa.
Vital Fontes, Servidor de Reis e de Presidentes. Da Monarquia à República. Do Sr. D. Luís ao Sr. General Carmona. Compilação de Rogerio Perez, Lisboa, Editora Marítimo-Colonial, Lda., 1945.
Augusto Carlos Eugénio Napoleão de Beauharnais (em francês: Auguste Charles Eugène Napoléon de Beauharnais; Milão, 9 de dezembro de 1810 – Lisboa, 28 de março de 1835) foi o primeiro marido da rainha Maria II e Príncipe Consorte do Reino de Portugal de janeiro de 1835 até à sua morte dois meses depois. Foi também o segundo Duque de Leuchtenberg a partir de 1824 e Príncipe de Eichstätt até 1833. Era o filho homem mais velho do príncipe Eugénio de Beauharnais e da sua esposa a princesa Augusta da Baviera.
Família:
Filho do general Eugénio de Beauharnais, enteado de Napoleão Bonaparte e vice-rei de Itália, enquanto este país esteve sob domínio do Império Napoleónico (1804-1814), era neto, pela parte paterna, da Imperatriz Josefina de Beauharnais, a primeira esposa de Napoleão, e pela parte materna do rei Maximiliano I da Baviera.
Era irmão da imperatriz brasileira Amélia de Leuchtenberg, a segunda esposa de Pedro I, e primo do futuro imperador da França Napoleão III.
Educado nos princípios da honra militar pelo pai, Eugénio de Beauharnais, e da moral católica pela mãe, a princesa Augusta Amélia de Wittelsbach. Sua mãe, Augusta Amélia, era filha do Rei da Baviera, Maximiliano I José e da rainha Maria Guilhermina de Hesse-Darmstadt, primeira esposa do rei bávaro. Passou a sua infância e parte de sua juventude na cidade de Munique, residência dos Wittelsbach, a Família Real da Baviera, da qual faziam parte, por sua mãe, que era princesa da Baviera.
Passagem pelo Brasil:
Após o casamento por procuração com dom Pedro I, Amélia insistiu para que o irmão a acompanhasse em sua viagem ao Brasil. Augusto não pretendia aceder ao desejo da nova imperatriz, mas foi estimulado pela mãe a transferir-se para a corte do Rio de Janeiro. Antes de partir, o jovem, que ainda não havia atingido a maioridade, deixou pronto o seu testamento.
Em solo brasileiro, ele passou a residir no Palácio Imperial de São Cristóvão e tornou-se muito próximo do cunhado. Em alvará datado de 5 de novembro de 1829, dom Pedro I concedeu a Augusto, enquanto príncipe de Eichstätt e duque de Leuchtenberg, o direito ao tratamento de Alteza Real em todo o território nacional. Em Carta Imperial datada do mesmo dia, o imperador concedeu-lhe o título de duque de Santa Cruz, também com tratamento de Alteza Real.
Regresso à Europa e casamento com Maria II:
Quando do exílio de Pedro I na Europa, Augusto voltou para a Baviera para junto dos seus familiares. Depois de reconquistado o trono de Portugal para a rainha Maria II, o príncipe Augusto foi o eleito por D. Pedro I, imperador do Brasil e rei de Portugal como D. Pedro IV, para marido da jovem rainha portuguesa pelas qualidades verificadas durante a sua estada no Brasil, quando acompanhou a sua irmã Amélia, segunda esposa do imperador.
Cumprindo o desejo do cunhado, Augusto casou com a rainha Maria II, enteada da sua irmã, por procuração, a 1 de dezembro de 1834, e por palavras e de presente, na Sé de Lisboa, a 26 de janeiro de 1835.
Por uma daquelas coincidências que as consanguinidades reais do tempo favoreciam, quer a avó de Augusto, a imperatriz Josefina, quer a tia de Maria, a imperatriz Maria Luísa, irmã da imperatriz Maria Leopoldina de Áustria, tinham sido casadas com Napoleão Bonaparte – o que significa dizer que o filho do enteado de Napoleão casou com a filha da cunhada de Napoleão.
Augusto foi marechal do exército português e Par do Reino, tomando assento na Câmara Alta alguns dias após o matrimônio.
Morte:
Augusto morreu no dia 28 de março de 1835, no Palácio das Necessidades, em Lisboa, ao cabo de escassos dois meses de casamento e sem ter chegado a engravidar a soberana. A sua morte repentina e em tão pouca idade gerou grande distúrbio popular em Lisboa, pois corria o rumor de que o príncipe-consorte havia sido envenenado. Contudo, em carta enviada à duquesa Augusta Amélia, a antiga aia dos irmãos, Fanny Maucomble, descreveu a rápida evolução da doença de Augusto:
"... Parece-me que o Príncipe tinha começado a sofrer de uma ligeira dor de garganta sexta-feira dia 20. Não tinha dito nada, não dando importância ao facto. Infelizmente! Vós como eu, tínhamos conhecimento de como ele pouco cuidava da sua saúde ... Domingo saiu por volta das 7 horas para passear e disparar alguns tiros de carabina num pequeno parque ao redor da Ajuda. Fazia muito frio; pois neste país, na primavera as manhãs e as noites são frias e por isso perigosas.
Voltou para o almoço às 10 horas e não disse ainda nada do seu mal da laringe, que o estava atormentando. A 1 hora foi passear com a Rainha num lugar chamado Campo Grande, onde eram realizadas corridas a cavalo. Fazia calor, com um sol muito forte. Ficaram no carro aberto, no mesmo lugar por mais de uma hora a fim de observar as corridas. Ao regressar o Príncipe sofria ainda mais, mas jantou e desejou fazer uma partida de bilhar com a Rainha; no entanto foi obrigado a procurar a cama. Todo mundo o aconselhou de chamar um médico, mas não foi possível convencê-lo. O Conde Mejan e a Imperatriz o pregaram de colocar os pés na água e de lhe aplicar compressas de mostarda. Recusou. Finalmente na segunda-feira ele consentiu em falar com um médico. Este aplicou em primeiro lugar 24 sanguessugas à garganta ..."
"Após diversas outras tentativas e vendo nenhum êxito foram chamados outros médicos. O estado do paciente estava extremamente grave. A noite esteve calma, mas na manhã do dia 28 os médicos chamaram a Imperatriz a fim de inteirá-la de que, infelizmente, não existia mais alguma esperança e que preparasse o espírito da Rainha."
"A Imperatriz providenciou um sacerdote que subministrou os Sacramentos, que recebeu ao meio-dia. Em seguida se despediu com grande coragem de todos, falou longamente com a Rainha e recomendou a mesma à Imperatriz. Pouco depois entrou em agonia e às 2 horas exalou o último suspiro nos braços da Rainha e da Imperatriz, que não o haviam deixado um momento."
"O Príncipe deixou um grande pesar e ontem se realizaram grandes desordens na cidade, pois dizia-se que tinha sido envenenado. Isso obrigou a Imperatriz a mandar fazer, com grande precisão, uma autópsia por três médicos e convocou mais um doutor inglês, um francês e um espanhol, pedindo a opinião de cada um.
Este exame vai provar aquilo que nós todos sabemos, de que a morte do jovem homem foi completamente natural e unicamente causada por não ter curado o mal em tempo. Encontraram a garganta, o esófago e o estômago terrivelmente inflamados... Antes de morrer o Príncipe disse a Mr. Billing que morria tranquilo, mas que estava muito triste de findar sem ter podido fazer alguma coisa pela felicidade da Rainha e de Portugal."
Maria II casou-se em segundas núpcias com o príncipe Fernando de Saxe-Coburgo-Gota.
Jaz no Panteão Real da Dinastia de Bragança, no Mosteiro de São Vicente de Fora, em Lisboa.
A Imperatriz Leopoldina, de nome completo Maria Leopoldina da Áustria (Carolina Josefa Leopoldina Francisca Fernanda de Habsburgo-Lorena, Viena, 22 de janeiro de 1797 — Rio de Janeiro, 11 de dezembro de 1826), foi imperatriz consorte do Brasil, a primeira esposa de Dom Pedro I. Mãe de Maria da Glória, que viria a ser Dona Maria II, rainha de Portugal, e de Dom Pedro II, o futuro imperador do Brasil. Avó da Princesa Isabel e da Princesa Leopoldina do Brasil, de Saxe-Coburgo-Gota e Duquesa de Saxe.
Maria Leopoldina (Carolina Josefa Leopoldina Francisca de Habsburgo-Lorena), nome que passou a assinar quando chegou ao Brasil, nasceu no Palácio de Schönbrunn, em Viena, Áustria, no dia 22 de janeiro de 1797. Filha do imperador Francisco I da Áustria e sua segunda esposa a imperatriz Maria Teresa de Nápoles e Sicília. Órfã de mãe aos oito anos de idade foi criada por sua madrasta Maria Luísa da Áustria.
O casamento com D.Pedro:
Em 1816, depois de demoradas negociações, a Arquiduquesa fora escolhida para esposa de Dom Pedro, filho de Dom João VI e de Carlota Joaquina de Bourbon e o herdeiro do trono do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarve. O casamento foi celebrado por procuração, em Viena, no dia 13 de maio de 1817, quando Dom Pedro foi representado pelo tio de Dona Leopoldina.
Dona Leopoldina partiu de Viena no dia 15 de agosto, acompanhada de uma comitiva de 28 pessoas, entre elas, artistas e cientistas como o botânico Carl von Martius e o naturalista Johann von Spix. O desembarque se deu no Rio de Janeiro, no dia 5 de novembro de 1817. No dia seguinte o casal recebeu a benção nupcial na Igreja de Nossa Senhora do Carmo. Segundo o historiador Alberto Rangel, o herdeiro da Coroa gostaria de ter escolhido uma companheira mais bonita, mas Dona Leopoldina estava encantada com seu marido.
Na vida em comum, o casal não mostrou bom entrosamento, mas Dona Leopoldina fazia tudo para atraí-lo e, sabendo de seu interesse pela música, tratou de aproveitar isso como disse em uma carta à sua tia, a Grã-Duquesa de Toscana: “Ele toca muito bem quase todos os instrumentos, eu o acompanho ao piano e, assim, tenho a satisfação de estar junto da pessoa amada.” Os saraus musicais no Paço de São Cristóvão eram frequentes. Dona Leopoldina acompanhava o príncipe nos demorados passeios a cavalo que ele fazia pelos arredores da Quinta da Boa Vista.
Em 1819, nasceu a primeira filha do casal, Maria da Glória, que viria a ser Dona Maria II, rainha de Portugal.. Nos anos seguintes mais seis filhos nasceram, entre eles, Pedro, o futuro imperador do Brasil. No dia 26 de abril de 1821, o imperador Dom João VI voltou para Portugal, atendendo às reivindicações decorrentes da Revolução Liberal do Porto. Dom Pedro foi então nomeado Príncipe-Regente.
Com os vários problemas políticos da Regência, Dona Maria Leopoldina permanece fiel a um ideal religioso de submissão às vontades do marido e o apoiou ao longo das delicadas manobras que conduziram à Independência do país, em 1822. Mas as cartas que mandava às pessoas queridas na Europa revelam que ela via com grande receio o ímpeto liberal que despontava entre alguns partidários da Independência.
A melancolia e a morte:
Duas semanas antes de proclamar a Independência do Brasil, Dom Pedro conhece a paulista Domitila de Castro Canto Melo, aquela que abalaria o seu casamento e a sua reputação na corte. Fazendo vir a amante para o Rio a apresentou à corte e conferiu-lhe o título de “Marquesa de Santos”. A ligação escandalosa do marido com Domitila (ou Titília, como ele a chamava na intimidade) deixava a imperatriz humilhada. A filha que teve com Domitila – na mesma época em que a imperatriz dava a luz outra criança – recebeu do pai o nome de Isabel Maria de Alcântara e o título de Duquesa de Goiás. Em carta à irmã que morava na Europa, Maria Leopoldina desabafa: “O monstro sedutor é a causa de todas as desgraças”. Solitária, isolada, devotada apenas a parir um herdeiro para o trono – o futuro Dom Pedro II nasceria em 1825 e Leopoldina tornava-se cada vez mais depressiva.
Maria Leopoldina da Áustria faleceu no Palácio de São Cristóvão, na Quinta da Boa Vista, Rio de Janeiro, no dia 11 de dezembro de 1826. Foi sepultada no Convento da Ajuda, na atual Cinelândia. Quando o convento foi demolido, em 1911, os restos mortais foram transladados para o Convento de Santo Antônio. Em 1954, os restos mortais foram levados para a cripta da Capela Imperial, no Monumento à Independência, em São Paulo, às margens do Riacho Ipiranga.
Descendência:
Maria II de Portugal (4 de abril de 1819 – 15 de novembro de 1853)
Miguel, Príncipe da Beira (26 de abril de 1820)
João Carlos, Príncipe da Beira (6 de março de 1821 – 4 de fevereiro de 1822)
Januária do Brasil (11 de março de 1822 – 13 de março de 1901)
Paula do Brasil (17 de fevereiro de 1823 – 16 de janeiro de 1833)
Francisca do Brasil (2 de agosto de 1824 – 27 de março de 1898)
Pedro II do Brasil (2 de dezembro de 1825 – 5 de dezembro de 1891)
Ana de Jesus Maria de Bragança (de seu nome completo: Ana de Jesus Maria Luísa Gonzaga Joaquina Micaela Rafaela Sérvula Antónia Francisca Xavier de Paula de Bragança e Bourbon, Mafra, 23 de Outubro de 1806 — Roma, 22 de Junho de 1857) foi a última filha de D. João VI, rei de Portugal e imperador do Brasil, com a sua consorte D. Carlota Joaquina de Bourbon.
Nasceu no Palácio Nacional de Mafra.
D. Ana de Jesus Maria teve que partir, em 1808, para o Brasil, juntamente com a família real portuguesa e nobreza portuguesa, em função da invasão napoleónica em Portugal. Tal episódio é conhecido com a transferência da corte portuguesa para o Brasil.
No dia 5 de dezembro de 1827, no Palácio Real de Queluz, D. Ana de Jesus Maria desposou o general, político, maçon e nobre D. Nuno José Severo de Mendoça Rolim de Moura Barreto, então titulado como 9.º conde de Vale de Reis e 2.° marquês de Loulé (mais tarde, ele tornar-se-ia 1.º duque de Loulé). D. Nuno José foi, por várias vezes, primeiro-ministro de Portugal.
O casal teve cinco filhos.
D.Ana de Jesus faleceu no dia 22 de junho de 1857 em Roma. Foi sepultada na Igreja de Santo António dos Portugueses em Roma.
Maria da Assunção de Bragança (de seu nome completo: Maria da Assunção Ana Joana Josefa Luísa Gonzaga Francisca de Assis Xavier de Paula Joaquina Antónia de São Tiago de Bragança e Bourbon; Queluz, 25 de Junho de 1805 – Santarém, 7 de Janeiro de 1834) foi uma filha de D. João VI, rei de Portugal e imperador do Brasil, com a sua consorte D. Carlota Joaquina de Bourbon.
Nasceu em Queluz a 23 de julho de 1805, sendo baptizada a 15 de agosto seguinte na capela real do mesmo palácio, pelo deão da Patriarcal, António Xavier de Miranda, que oficiou pelo impedimento do patriarca de Lisboa D. José Francisco de Mendonça. Na pia baptismal recebeu os nomes: D. Maria da Assunção Ana Joana Josefa Luísa Gonzaga Francisca de Assis Xavier de Paula Joaquina Antónia de S. Tiago de Bragança e Bourbon.
A infanta D. Maria de Assunção era grã-cruz da Ordem de Nossa Senhora da Conceição e dama da de Santa Isabel. Faleceu em Santarém a 7 de janeiro de 1835. Entre os seus irmãos, foi sempre o seu dilecto o infante D. Miguel, e tão viva se tornou a afeição que os unia que as paixões políticas do tempo não perderam o ensejo de propalar a esse respeito boatos escandalosos. D. Maria da Assunção foi quem se conservou sempre ao lado de D. Miguel, quando este se apossou da coroa. Diz-se que reprovava as medidas violentas e sanguinárias a que D. Miguel se deixara arrastar, mas não tinha força, nem influência bastante para lhe fazer seguir outro caminho. Quando os constitucionais ocuparam Lisboa, a infanta deixou a capital, e retirou-se para Santarém com as tropas miguelistas, onde faleceu vitima dum ataque de cólera-morbo, epidemia que se havia declarado em Portugal.
Foi primeiramente sepultada na Igreja do Santíssimo Milagre em Santarém, mas em seguida foi transladada para o Panteão da Dinastia de Bragança no Mosteiro de São Vicente de Fora, em Lisboa.
Isabel Maria de Bragança nascida Isabel Maria da Conceição Joana Gualberta Ana Francisca de Assis Xavier de Paula de Alcântara Antónia Rafaela Micaela Gabriela Joaquina Gonzaga de Bragança e Bourbon (Lisboa, 4 de julho de 1801 — Lisboa, 22 de abril de 1876) foi uma infanta de Portugal. Serviu como regente do país por um período de quase dois anos.
A infanta D.Isabel era a quarta filha mulher de D. João VI e de sua consorte, D. Carlota Joaquina de Bourbon.
Em 1808, com apenas sete anos de idade, D. Isabel Maria teve que partir com o resto da família real portuguesa para o Brasil, em função da invasão napoleônica em Portugal.
No dia 6 de março de 1826, D. João VI, doente, nomeou uma regência presidida pela infanta D. Isabel Maria, de vinte e cinco anos, a qual vigoraria, mesmo com a morte do rei, até que o legítimo herdeiro e sucessor da Coroa aparecesse. Ela foi regente de Portugal até 26 de fevereiro de 1828. D. João VI morreu quatro dias depois do decreto.
Além de D. Isabel Maria, faziam parte do chamado Conselho de Regência o cardeal-patriarca D. Patrício da Silva; o 6.° Duque de Cadaval; o 1.° Marquês de Valada; e o Conde de Arcos. Na qualidade de adjuntos, estavam os seis ministros de Estado das diferentes secretarias.
Em 1828, D. Isabel Maria entregou a regência ao tio D. Miguel, que deveria casar-se com a rainha Dona Maria II. Este, por sua vez, juraria a Carta Constitucional de 1826 promulgada por D. Pedro IV. Entretanto, não foi o que aconteceu.
A Carta Constitucional encontrou forte oposição, mostrando-se D. Miguel desfavorável a ela. Em julho do mesmo ano, D. Isabel Maria declarou solenemente:
“
Juro cumprir e fazer cumprir a Carta Constitucional decretada e dada por El-Rei o senhor D. Pedro IV em 29 de Abril de 1826, para os reinos de Portugal e Algarves e seus domínios, tão inteira e fielmente como nela se contém.
”
Começou, assim, o consequente duelo entre o Portugal da Tradição e o Portugal da Revolução. Se o governo venceu, é certo que os desentendimentos continuaram entre as Câmaras e os ministros, mas também devido às manobras da rainha-viúva, D. Carlota Joaquina.
Morreu solteira em Benfica, nos arredores de Lisboa, e o seu corpo foi sepultado em São Vicente de Fora. Dedicou-se em seus últimos anos à Igreja Católica.
João de Sousa Carvalho (Estremoz, 22 de fevereiro de 1745 - Alentejo, 1745 - 1799/1800) foi um compositor e músico português.
João de Sousa Carvalho, filho de Paulo de Carvalho e de Ana Maria Angélica, entrou com 8 anos, a 23 de Outubro de 1753, para o Colégio dos Santos Reis Magos em Vila Viçosa. Mandado a Nápoles pela Coroa, ingressou com Jerónimo Francisco de Lima (1741-1822) no Conservatório di Sant'Onofrio a Capuana, em Nápoles, a 15 de Janeiro de 1761. A sua primeira ópera, La Nitteti, sobre libreto de Pietro Metastasio, representou-se em Roma no Teatro Delle Dame no Carnaval de 1766. Também a oratória Isacco figura del Redentore, que data da mesma época, deve ter sido cantada em Itália. Regressou a Portugal presumivelmente em 1767, dado que assinou o Livro das Entradas da Irmandade de Santa Cecília a 22 de Novembro do mesmo ano. Foi nomeado professor de contraponto pelo menos em 1769 e, mais tarde, talvez em 1773, Primeiro Mestre de Capela do Seminário da Patriarcal. Em 1778, João de Sousa Carvalho sucedeu a David Perez (1711-1778) como professor dos Infantes e compositor da Real Câmara, com vencimento mensal de 40$000 réis e direito a usar carruagem, passando a controlar todo o aparelho de produção músicoteatral da Corte.
Foi profesor do futuro Rei João VI.
Desde esse ano até 1789, com exceção de 1786 e 1788, cantaram-se novas obras suas (com inúmeras repetições) no Palácio da Ajuda, Palácio de Queluz e Palácio da Ribeira, sendo 10 serenatas - género afim de ópera, mas sem componente cénica - e duas óperas (Testoride argonauta, dramma in 2 atti, 1780, e Nettuno ed Egle, favola pastorale, 1785). Morreu no Alentejo em 1798.
Miguel Franzini (Veneza, ? — Coimbra, 1810), originalmente Michele Franzini, foi um matemático e professor da Universidade de Coimbra.
Miguel Franzini foi natural de Veneza, vindo para Portugal a convite do marquês de Pombal, quando em 1772 se reformou a Universidade de Coimbra.
Foi lente da Faculdade de Matemática da Universidade de Coimbra. Por decreto de 9 de Outubro de 1772 recebeu o grau de doutor e foi incorporado na Faculdade de Filosofia da mesma Universidade.
Exerceu o cargo de professor dos príncipes D. José e D. João, este mais tarde rei D. João VI. Em 1793 obteve permissão para visitar a Itália, regressando depois a Coimbra. Faleceu em 1810, de idade muito avançada.
Foi pai do militar e político Marino Miguel Franzini.
Manuel do Cenáculo de Vilas-Boas, ou simplesmente Manuel do Cenáculo, nascido Manuel de Vilas-Boas Anes de Carvalho (Lisboa, 1 de Março de 1724 – Évora, 26 de Janeiro de 1814) foi religioso franciscano, Bispo de Beja e Arcebispo de Évora.
Filho de José Martins, de Constantim, Vila Real, e de sua mulher Antónia Maria, de Lisboa (de origens modestas), professou no Convento da Ordem Terceira de São Francisco em Lisboa, a 25 de Março de 1740. Em 1749 doutorou-se em Teologia na Faculdade de Teologia da Universidade de Coimbra, a onde veio a lecionar (1751–1755), tendo integrado a Junta Reformadora da Universidade. Nesta última desempenhou importante papel na reforma do ensino naquela instituição como Opositor e Lente, estudando ao mesmo tempo com grande empenho as línguas grega, árabe e siríca.
Foi indicado à presidência da Real Mesa Censória pelo Marquês de Pombal, (a quem sugeriu a criação de uma biblioteca nacional) tendo sido nomeado deputado em 21 de Abril de 1768 e também sido indicado pelo rei, D. José I, como confessor do seu neto herdeiro, o Príncipe D. José, em 7 de Dezembro de 1768. Também foi professor do futuro rei João VI de Portugal.
O palco da Ópera do Tejo no dia da sua inauguração, 31 de Março de 1755. A ópera em cena era Alessandro nell'Indie, de Perez.
A Ópera do Tejo ou Real Casa da Ópera era um faustoso teatro de corte, em Lisboa, Portugal. Foi inaugurado em 31 de março de 1755 e destruído pelo grande terramoto de 1 de novembro do mesmo ano. O teatro estava localizado no centro histórico de Lisboa, junto ao rio Tejo, na zona da Ribeira das Naus, anexo ao antigo Paço da Ribeira.
O projecto fora encomendado por D. José I ao arquitecto italiano Galli da Bibbiena. A sala tinha capacidade para 600 pessoas, distribuídas entre a plateia e 38 camarotes, possuindo ainda uma tribuna para a família real. Segundo relatos, muitos espectadores distraíam-se da cena, porque o seu olhar se deslumbrava com "a riqueza da casa que era branca, e de muito ouro em ornatos". Pensa-se que as obras não estivessem ainda totalmente concluídas quando o teatro ruiu em 1755: as obras de alvenaria teriam começado em Junho de 1752, estando ainda por dourar alguma talha aquando do terramoto.
A inauguração ocorreu com a ópera Alessandro nell'Indie de David Perez, com libreto de Pietro Metastasio, tendo sido enquadrada nas celebrações do aniversário da rainha D. Mariana Vitória. A monumentalidade dos cenários foi complementada por ricos efeitos espectaculares, a cargo do maquinista Petronio Mazzoni. O elenco contou com duas das maiores estrelas internacionais da época, o tenor Anton Raaff, no papel principal, Alessandro, e o castrato Caffarelli no papel do antagonista, Poro.
Foram ainda estreadas duas óperas de Antonio Mazzoni com libretos também de Pietro Metastasio: La clemenza di Tito (6 de junho, por ocasião do aniversário do rei D. José I) e Antigono (16 de outubro). A ópera Artaserse estaria planeada para o início de novembro de 1755. Embora não se conheça um registo exaustivo de todas as récitas (nem todas são mencionadas na Gazeta de Lisboa, pelo que não se sabe ao certo quantas de cada ópera foram apresentadas), sabe-se que tinham lugar às segundas e quintas-feiras.
As ruinas da Ópera do Tejo após o Terramoto de 1755, por Jacques Philippe Le Bas (1757).
Sérgio da Silva foi um notável violoncelista. Foi o primeiro violoncelista da orquesta de S.Carlos. Foi professor do Rei D.Luís I, que era um exímio amador deste insrumento.
Era irmão do pintor Christino da Silva e tio de João Ribeiro Christino da Silva, artista e professor da escola de desenho industrial de Leiria.
A Igreja de São Domingos, do Convento de São Domingos de Lisboa ocupa a metade norte do lado oriental da Praça D. Pedro IV. Sendo limitada a Norte pela Rua Barros de Queirós, a Oeste pelo Largo de São Domingos, a Sul pela Praça da Figueira e a Este pela Rua de Dom Duarte.
Esta igreja sempre esteve ligada à monarquia portuguesa e celebraram-se aqui vários eventos da Família Real Portuguesa.
Foi construída no século XIII, por ordem do rei D. Sancho II tendo a sua primeira pedra sido lançada em 1241. Desde então foi alvo de inúmeras campanhas de obras que lhe alteraram a sua traça medieval por completo. O convento foi acrescentado depois por D. Afonso III e novamente aumentado por D. Manuel I. Foi aqui que começou o Massacre de Lisboa de 1506. O terramoto de 1531 arruinou-o muito, o que obrigou a nova reedificação em 1536.
Neste terramoto, acontecido a 26 de Janeiro, tudo muda. Foram enormes os danos causados pelo sismo. Nas suas espessas paredes abriram-se fendas desde o teto até ao chão, chegando mesmo a ruír em alguns pontos. A sua reabertura foi possível graças às esmolas dos fiéis, às diversas congregações - destacando-se a companhia de Jesus - e de um subsídio proveniente do Rei. Serão conservadas as três naves e todos os seus ornamentos.
A velha Igreja de São Domingos ficava junto à ermida de Nossa Senhora da Escada, também conhecida por Nossa Senhora da Corredoura, por ficar próximo do sítio deste nome, atualmente a Rua das Portas de Santo Antão, e cuja construção datava dos princípios da monarquia.
Era notável a sua riqueza em alfaias preciosas, havendo uma imagem de prata maciça, que saía em procissão num andor do mesmo metal, alumiada por lâmpadas também de prata. As pinturas dos altares, os paramentos, os tesouros, tudo desapareceu durante o terramoto de 1755, salvando-se unicamente a sacristia e a capela-mor, mandada fazer por D. João V e riscada pelo arquitecto João Frederico Ludovice, em 1748 - homem que projectou o colossal Convento de Mafra. A capela-mor, toda de mármore negro, e em cujas colunas se vêem, junto à base, medalhões delicadamente cinzelados, que também avultam sobre os nichos laterais.
Na sua reconstrução, o arquiteto Carlos Mardel (1696-1763) tentou preservar ao máximo o estilo da capela-mor projetada pelo arquiteto João Frederico Ludovice (1676-1752). O arquiteto acrescentou também magnificas colunas de mármore em todos os altares. No que concerne ao coro-alto este é constituído por uma planta retangular sobre o travejamento de madeira, assente em duas majestosas colunas, sendo iluminado pelas três entradas de luz que se encontram num registo superior, assim como pelo óculo da janela principal. A sua reabertura deu-se em 1834 conseguindo albergar mais de 2000 fiéis.
A igreja acabou por ser reconstruída por Manuel Caetano de Sousa, sob direcção de Carlos Mardel. O portal foi reaproveitado e veio da capela real do Palácio da Ribeira, assim como a sacada que encima o portal.
Sendo uma das igrejas mais vastas de Lisboa, nela se realizaram todas as grandes cerimónias religiosas, as exéquias nacionais e reais, assim como as solenidades dos baptizados e casamentos reais.
Foi nesta igreja que se celebrou o casamento do Rei D.Pedro V e da Rainha D.Estefânia no dia 18 de maio de 1858, o do Rei D.Luís I e da Rainha D.Maria Pia de Sabóia em 1862, e o do Rei D.Carlos e da Rainha D.Amélia de Orleães no dia 22 de maio de 1886.
Em 13 de agosto de 1959, um violento incêndio destruiu por completo a decoração interior da igreja, onde constavam altares em talha dourada, imagens valiosas e pinturas de Pedro Alexandrino de Carvalho. A igreja recebeu obras e reabriu ao público em 1994, sem esconder as marcas do incêndio, como as colunas rachadas. Ainda que destruída, é uma igreja que sobressai pela policromia dos seus mármores.
Actualmente é a igreja paroquial da freguesia de Santa Justa e Santa Rufina, em plena Baixa Pombalina e foi classificada como Monumento Nacional. Expõe metade do lenço usado pela Irmã Lúcia no dia 13 de Outubro de 1917 (a outra metade encontra-se no Santuário de Nossa Senhora de Fátima, em Fátima) e ainda o terço usado por Santa Jacinta Marto no mesmo dia.
De traço predominantemente barroco, de planta em cruz latina, tem uma fachada muito simples e o interior, mesmo depois do terramoto e do fogo, evidencia ainda grande beleza e ecletismo. É uma igreja de uma só nave, majestosa. A sacristia e a portaria ainda mostram um pouco de sabor maneirista, denotando as várias campanhas de obras de que foi alvo na sua história. O mesmo estilo pode ser visto nos túmulos e lambris de azulejos de ponta de diamante na sacristia.
Na casa-forte, por trás do altar, existe o túmulo de D. Afonso, filho de D. Afonso III. Numa passagem para a sacristia, com entrada pela Rua da Palma, encontram-se os túmulos do grande pregador dominicano Fr. Luís de Granada (m. 1588) e do reformador da ordem Fr. João de Vasconcelos (m. 1652). Esta igreja tem ainda uma cripta abobadada e dotada de lambris de azulejos, onde está o túmulo de D. João de Castro, capelão de D. João.
Maria Francisca de Bragança (Maria Francisca de Assis da Maternidade Xavier de Paula e de Alcântara Antónia Joaquina Gonzaga Carlota Mónica Senhorinha Sotera e Caia; Queluz, 22 de abril de 1800 — Alverstoke, 4 de setembro de 1834) foi uma infanta de Portugal, filha do rei João VI de Portugal e da rainha Carlota Joaquina da Espanha.
Biografia:
Nascida no Palácio de Queluz, D. Maria Francisca de Assis da Maternidade Xavier de Paula e de Alcântara Antónia Joaquina Gonzaga Carlota Mónica Senhorinha Sotera e Caia era a terceira filha do rei D. João VI de Portugal e de sua consorte, Carlota Joaquina de Bourbon. Entre seus irmãos, estava D. Pedro I do Brasil (IV de Portugal) e D. Maria Isabel de Bragança, rainha consorte de Espanha.
Em 1807, com a Primeira invasão francesa de Portugal, D. Maria Francisca deslocou-se com a Família Real para o Brasil.
Em Cadiz, no dia 4 de Setembro de 1816, D. Maria Francisca casou-se por procuração com o infante Carlos de Bourbon. Casou-se em pessoa no dia 22 de Setembro daquele ano, em Madrid. O matrimónio, tal como o de sua irmã D. Maria Isabel, serviu para aproximar Portugal e Espanha. Carlos era o tio materno de Maria Francisca, eles tiveram três filhos juntos.
Depois de ficar viúvo, Carlos desposou sua cunhada, a infanta D. Maria Teresa de Bragança, irmã mais velha de D. Maria Francisca.
D. Maria Francisca de Bragança faleceu na reitoria de Alverstoke, um vilarejo em Gosport, Hampshire, Inglaterra. O seu corpo foi sepultado na capela-mor da Igreja de St. Mary's do mesmo vilarejo, sendo posteriormente trasladada para a Catedral de Trieste, em Itália.
Descendência:
Casou com Carlos, Conde de Molina e teve os seguintes filhos:
Carlos, Conde de Montemolín (1818-1861), sem descendência;
João, Conde de Montizón (1822-1887), com descendência;
Fernando de Bourbon e Bragança (1824-1861), sem descendência;