António Maria da Assunção José Francisco de Paula Vicente João Gabriel Deodato de Sousa e Holstein Beck 4º marquês do Faial e 3º conde do Calhariz, nasceu na cidade de Lisboa, em 14 de agosto de 1892.
Primogénito varão dos duques de Palmela, Luís Borges Coutinho de Medeiros Sousa Dias da Câmara (1866-1933) e Helena Maria Domingas de Sousa Holstein (1864-1941). Casou, em 30 de junho de 1915, com Maria da Assunçãode Sá Pais do Amaral (1890-1974), única filha dos primeiros condes de Alferrarede, Carlos de Sá Pais do Amaral Pereira e Meneses (1865-1909) e Maria da Luz Biester de Barros Lima (1867-1961).
Não teve descendentes. Bacharel em Direito foi oficial miliciano na 1ª Guerra Mundial (1914- 1918), sendo condecorado com a medalha da Vitória. Participou na revolta monárquica de 1919 e na Guerra Civil Espanhola ao lado das tropas nacionalistas.
Foi camarista do Rei D.Manuel II.
Vitimado por um acidente de automóvel em Cascais, faleceu no Hospital de São José, em Lisboa, no dia 2 de setembro de 1941.
O Arquivo Histórico do Ministério dos Negócios Estrangeiros contém o processo documental relativo ao Regicídio intitulado “Falecimento d'El Rei D. Carlos e do Príncipe Real D. Luís Filippe”. Este acervo contém dois maços com documentos de interesse sobre a matéria, respeitantes ao cerimonial e organização do duplo funeral, às exéquias, ao ritual de aclamação de D. Manuel II, às cartas, ofícios e telegramas expedidos e recebidos de vários países, assim como das Legações portuguesas e estrangeiras.
Suplemento do Jornal “Diário do Governo” nº26 de 3 de Fevereiro de 1908. Programa do cerimonial a ser realizado no do rei D. Carlos e do seu filho, o Príncipe herdeiro, D. Luís Filipe.
Documento relativo à ordem de precedência dos coches no funeral de D. Carlos e D. Luís Filipe.
Documento relativo à cerimónia das Exéquias fúnebres de D. Carlos e D. Luís Filipe realizadas no dia 25 de Abril de 1908 na Igreja de Santa Maria de Belém.
Circular redigida pelo Ministro dos Negócios Estrangeiros Wenscelau de Lima noticiando o falecimento de D. Carlos I e D. Luís Filipe e a subida ao trono de D. Manuel II a 6 de Fevereiro de 1908.
Carta enviada pela Legação francesa em Lisboa ao Ministro dos Negócios Estrangeiros Wenscelau de Lima relativa à representação daquele país nos funerais de D. Carlos I e D. Luís Filipe
Missas e homenagens em memória de D. Carlos I e de D. Luis Filipe em Goa.
Missas e homenagens em memória de D. Carlos I e de D. Luis Filipe no Zanzibar.
Um exemplar do “Discurso proferido pelo Exmº. Snr. D. Francisco de Paula e Silva, virtuoso Bispo do Maranhão, por occasião das exéquias mandadas celebrar pela distincta Colonia Portugueza, na Igreja Cathedral desta capital, em memoria de S. M. El Rei D. Carlos I, de Portugal, e de S.A D. Luíz Philippe, Principe herdeiro […]”. 1908.
Documento comunicando à comunidade portuguesa residente em Hong-Kong a morte e assassinato de D. Carlos I e de D. Luís Filipe, assim como a proclamação de D. Manuel II. 3 de Fevereiro de 1908.
José de Mello Sabugosa nasceu em Alcântara, Lisboa no dia 3 de Dezembro de 1859. Era filho de António Maria José de Melo da Silva César de Menezes, 3º marquês de Sabugosa e Maria do Carmo da Cunha Portugal e Menezes.
Casou com Antónia Josefa de Jesus Maria Francisca Xavier de Mendoça com quem teve três filhos: Jorge António José de Melo; Maria da Assunção José de Mello e Maria do Carmo José de Mello.
Foi ajudante de campo dos príncipes D. Luis Filipe e D. Afonso e oficial às Ordens honorário dos reis D. Carlos e D. Manuel II. Foi Cavaleiro da Ordem de Avis.
“Viajar com os Reis de Portugal, Seis séculos de jornadas ao estrangeiro da família real portuguesa”, por Miguel Ribeiro Pedras, A Esfera dos Livros, 2020, é um estudo redigido numa linguagem aliciante em que o seu autor, investigador de História, procura reconstituir viagens marcantes de membros da família real portuguesa, tendo como fronteiras D. Dinis e D. Manuel II. Viajaram à procura de conciliar reis em contenda, para procurar alianças, em visitas de Estado, em férias, para se encontrar com parentes de várias casas reais em puro lazer. São só algumas viagens, como o autor observa, não se trata de um trabalho derradeiro, nele, por exemplo, não se incluem relatos de membros da aristocracia que foram acompanhar príncipes e princesas consortes ou acertar casamentos régios, trata-se de uma documentação imensa, seguramente muito dela pejada do maior interesse para o estudo das mentalidades do tempo. O Círculo de Leitores publicou uma coleção de casamentos reais, permitem um olhar inovador a que a historiografia nem sempre dá a melhor atenção.
O texto da contracapa dá-nos uma síntese elucidativa do que o leitor pode esperar desta estimulante narrativa. Assim: “No início do século XIV, o rei D. Dinis e a rainha Santa Isabel deslocaram-se a Aragão para mediar um conflito que opunha este reino ao de Castela. Eram mais de mil os homens e mulheres que acompanhavam os soberanos portugueses por terras de Castela e Aragão, a maior comitiva que alguma vez se vira na Ibéria. Em 1425, seria a vez de o infante D. Pedro, filho de D. João I e D.ª Filha de Lencastre, partir para uma viagem pela Europa que duraria três anos. Durante a sua estada em Inglaterra, o príncipe mediou um conflito entre o conde de Gloucester e o bispo de Beaufort, que podia ter resultado numa guerra sangrenta. Em 1854, D. Pedro V realizou um périplo pela Europa com o objetivo de ‘melhor me habilitar a dirigir depois os destinos do povo que eu devo reger’, como escreveu no seu diário. Na bagagem trouxe ideias de desenvolvimento, nomeadamente o seu forte incentivo à proliferação da linha férrea em Portugal. D. Carlos, em 1901, viajou para Inglaterra para estar presente no funeral da rainha Vitória e, em 1907, o herdeiro do trono D. Luís Filipe partiu para África, naquela que foi a primeira viagem oficial de um membro da família real a este continente. Num momento em que Portugal estava no centro da polémica por ainda praticar a escravatura nas suas colónias, apesar de aquela ter sido abolida em 1869, o príncipe partia com o intuito de apaziguar a contestação. Em 1909, o último rei de Portugal realizou a sua primeira viagem ao estrangeiro, com o propósito subliminar de encontrar uma noiva”.
D. Dinis foi bem-sucedido a dirimir a contenda entre Aragão e Castela. Nenhum relato permite atestar as razões fundadas da longa viagem do segundo filho de D. João I, só há especulação. O que está documentado é que o infante chegou a Inglaterra e encontrou beligerância na regência do duque de Bedford já que Henrique VI ainda era menor para governar. O infante era primo direito dos regentes da Coroa Inglesa, a sua mãe, D.ª Filipa, era irmã do rei Henrique IV de Inglaterra, D. Pedro estava em família. Acalmados os ânimos entre os contendores, D. Pedro foi feito cavaleiro da Ordem da Jarreteira, e daqui partiu para a Flandres, foi festivamente recebido. É de Bruges que envia ao futuro rei de Portugal, D. Duarte, uma carta com recomendações e onde aponta caminhos à governação do país. Atravessa o Reno, irá encontrar-se com o imperador Segismundo, e depois integrou exércitos deste imperador, aquartelados na Roménia. Vem depois para Itália e daqui parte para a Catalunha. Nada se sabendo ao certo do que levou o infante a percorrer uma boa parte da Europa, aventa-se também a hipótese de que andasse a legitimar a nova dinastia, o que hoje se chamaria uma operação de marketing junto de outras cabeças coroadas. D. Afonso V vai a França, pretende obter apoio de Luís XI para as suas pretensões a Castela, veio de mãos a abanar, depois do seu regresso, Luís XI que andava em hostilidade com os Reis Católicos, fez as pazes, D. Afonso V, em estado de fracasso, entregou a governação ao príncipe D. João. A viagem de D. Pedro V, que foi acompanhado pelo futuro rei D. Luís I, está profusamente documentada, há livros sobre o assunto. Recebido calorosamente por Vitória e Alberto, o jovem monarca só procura trabalho e informações sobre o desenvolvimento industrial, móbil que o leva à Bélgica e à Alemanha e à Áustria. Posteriormente visitará a França e a Itália, um aristocrata que o acompanhou, deixaria nota da permanente obsessão do monarca: “uma ideia única e fixa o guiava em todas as suas visitas, em todas as suas observações, de notar em proveito do seu país o futuro das suas viagens”. E falece precocemente, deixou imensa saudade, era uma esperança que não se cumpriria.
O livro de Miguel Ribeiro Pedras faz-nos acompanhar as viagens de D. Fernando II. Quando viúvo de D. Maria II, sentiu-se atraído por uma cantora de ópera, Elisa Hensler, que se tornou companheira inseparável do príncipe alemão, e ficam registadas no livro as suas jornadas. A cantora terá o título de Condessa d’Edla, morrerá em Portugal em 1929, com 92 anos. Teremos igualmente as viagens dos reis D. Luís e D. Maria Pia pela Europa, acompanharemos o infante D. Afonso, irmão do rei D. Carlos até à Índia, para sustar uma rebelião, foi o momento de glória deste infante que voltou à sua condição periférica, pois este condestável do reino e último vice-rei da Índia, com o título de duque do Porto, partiu para o exílio em 1910 e morreu dez anos depois em Itália. Igualmente bem documentadas estão as viagens do rei D. Carlos em quatro diferentes períodos. Sonhara visitar o Brasil em 1908, mas foi assassinado em 1 de fevereiro desse ano. A rainha D.ª Amélia e os príncipes viajaram pelo Mediterrâneo, o principal objetivo no Mediterrâneo Oriental era o Egito, regressaram por Itália e por França, as visitas de família eram sempre muito bem acolhidas. O príncipe Luís Filipe vai a S. Tomé, Angola, África do Sul e Moçambique, era naturalmente um acontecimento ímpar, jamais um monarca ou príncipe herdeiro se acometera a tais jornadas. Quatro meses após o seu regresso, encontrou a morte no Terreiro do Paço. E D. Manuel II viajou para casar, havia promessas no Reino Unido, mas a questão religiosa foi mais forte. A sua derradeira viagem enquanto rei será de novo Inglaterra, foi assistir aos funerais de Eduardo VII. O casamento com uma aristocrata alemã ficará para anos mais tarde, no exílio.
Uma apreciável narrativa didática que colherá frutos, fica-se em crer. E vale a pena continuar a aprofundar esta dimensão da historiografia, ainda na obscuridade.
Eduardo Fernandes de Oliveira(1882 — 1943) foi um político português responsável pelo ministério da Agricultura entre 9 de Março de 1918 e 27 de Janeiro de 1919.
Foi Médico e agricultor, Diretor da associação Central da Agricultura Portuguesa, Ministro da agricultura de Sidónio Pais e Tamagnini Barbosa, de 9 de Março de 1918 a 27 de Janeiro de 1919. Sucessivamente monárquico progressista e sidonista, aparece como elemento fulcral da União dos Interesses Económicos. Deputado eleito por Beja em 1918 e 1925. Em 1930 foi chamado por o Rei D.Manuel II para ser Administrador da Casa de Bragança de 1930 a 1943.
Dom Duarte de Bragança, Duque de Bragança e o seu filho Afonso, bem como a Real Irmandade do Senhor Bom Jesus da Cruz, ofereceram um videolaringoscópio ao Hospital Santa Maria Maior em Barcelos, resultado de uma campanha de angariação de fundos lançada pela Irmandade no final de março. Este equipamento trará grandes vantagens para os utentes, permitindo, por exemplo, evitar a lesão que a intubação pode causar à estrutura laríngea dos utentes.
Depois de uma interrupção devido às contingências provocadas pela pandemia da Covid-19, o Museu-Biblioteca da Casa de Bragança retoma a sua actividade cultura, nomeadamente os concertos de música.
Esta temporada inicia-se a 27 de Junho e termina a 11 de Dezembro, sendo que a Fundação da Casa de Bragança garante todas as condições de segurança sanitária, de forma a poder receber da melhor forma todos os visitantes.
Esta temporada inicia-se com dois concertos a Igreja dos Agostinhos (Panteão dos Duques), o primeiro decorrerá no dia 27 de Junho, com o Quarteto de Cordas, seguindo-se a Camerata Atlântica a 1 de Agosto.
No final de Agosto os concertos regressam ao Paço Ducal, nomeadamente no dia 28 de Agosto com o concerto Avres Serva, depois no dia 25 de Setembro actuará novamente o Quarteto de Cordas, a 30 de Outubro actua João Bettencourt da Câmara e, por fim, Ensemble Staccato a 1 de Dezembro.
De referir que todos os concertos têm entrada livre.
O Museu-Biblioteca da Casa de Bragança, está a organizar uma temporada de concertos para o verão de 2020.
A temporada inicia-se a 27 de junho e termina a 11 de dezembro.
O primeiro concerto será a 27 de junho com o Quarteto de Cordas, segue-se a Camerata Atlântica a 1 de agosto, a 28 de agosto será Avres Serva, depois a 25 de setembro apresenta-se novamente o Quarteto de Cordas, a 30 de outubro é a vez de João Bettencourt da Câmara e, por fim, Ensemble Staccato a 1 de dezembro.
Conde da Ponte foi um título criado por carta de 16 de Maio de 1661, do rei D. Afonso VI de Portugal, a favor de Francisco de Melo e Torres, o 1.º Marquês de Sande.
Francisco de Melo e Torres (Lisboa, c. 1610 - Lisboa, 7 de dezembro de 1667), foi o 1.º conde da Ponte e 1.º marquês de Sande, General de Artilharia, do Conselho de Guerra de Portugal, Alcaide-mor de Terena, Comendador na Ordem de Cristo de São Salvador de Fornelos e Santiago da Guilha.
Como embaixador extraordinário a Inglaterra acompanhou a então infanta D. Catarina de Bragança, quando esta foi casar com o rei Carlos II de Inglaterra.
Foi também ele que assinou em Paris a 24 de fevereiro de 1666 o contrato matrimonial de Afonso VI de Portugal, com Maria Francisca de Saboia, Mademoiselle d´Aumale. O casamento se celebrou por procuração em La Rochelle em 27 de junho e a nova rainha chegou a Lisboa a 2 de agosto.
Fazia parte dos "Fidalgos conhecidos por Quarenta Conjurados e que depois se acharam na feliz Aclamação do Senhor Rei D. João IV, e restituição que se lhe fez deste Reino de Portugal", em 1640.
João de Saldanha da Gama Melo Torres Guedes de Brito, 8.º conde da Ponte foi Gentil-homem e vedor da Casa Real e Par do Reino.
Sucedeu ao seu pai na casa e no pariato em 1852. Foi nomeado em 1853 governador civil de Lisboa, e em 1858 ou 1859 vedor da Casa Real. Entrou com grandes ideias de reforma, ideias que se lhe atribuiriam, mas que a prática não justificou. As profundas antipatias que inspirava pelo seu modo seco e reservado, pelas suas maneiras excessivamente inglesas, designaram-no à cólera do povo, quando as mortes sucessivas de D. Pedro V e dos infantes seus irmãos, D. Fernando e D. João, originaram suspeitas de envenenamento, que deram lugar aos tumultos do Natal de 1861, em que o conde da Ponte foi maltratado à porta do paço.
Isabel Juliana de Saldanha da Gama, filha de João de Saldanha da Gama, 8.º Conde da Ponte e de Maria Teresa de Sousa Botelho Mourão e Vasconcelos, foi Dama da Rainha D.Amélia e Aia dos Príncipe Luís Filipe e do Infante D.Manuel (futuro Rei D.Manuel II).
D. Teresa Saldanha da Gama (1842-1929), filha do 8º Conde da Ponte, D. João Saldanha da Gama Melo Torres Guedes de Brito era amiga de infância da Infanta D.Antónia de Bragança, filha da Rainha D.Maria II.