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A Monarquia Portuguesa

Este blog pretende ser o maior arquivo de fotos e informações sobre a monarquia portuguesa e a Família Real Portuguesa.

Sex | 30.10.20

Visita do Rei D.Carlos I ao Sardoal (1907)

Blog Real

22 de Junho de 1907

Reflexos na Imprensa Regional da época

 

Jornal “ECHO DO TEJO” - 9 de Junho de 1907

CÂMARA DO SARDOAL

A Câmara Municipal deste Concelho deliberou na sessão de segunda-feira última representar a Sua Majestade El-Rei, contra a sua actual ditadura, pedindo respeitosa mas energicamente o restabelecimento das regalias constitucionais absolutamente necessárias ao engrandecimento da Pátria e sossego dos cidadãos.

Resolveu que fosse extraída cópia autêntica desta deliberação e que fosse enviada ao nosso amigo ilustre Sr. Conselheiro Manuel António Moreira Júnior, Ministro de Estado Honorário e Deputado por este Círculo, afim de Sua Exª. representar a Câmara, na audiência que vai ser pedida a El-Rei, juntamente com outras câmaras, para entrega de representações.

O procedimento da Câmara tem sido muito elogiado por todos os munícipes.

 

Jornal “ECHO DO TEJO” - 21 de Junho de 1907

Uma filarmónica do Sardoal abrilhantou em Abrantes, no Largo da Ferraria, a visita de El-Rei.

 

Jornal “ECHO DO TEJO” - 30 de Junho de 1907

CORRESPONDÊNCIA DO SARDOAL

A VISITA DE EL-REI AO SARDOAL - Sardoal, 22 de Junho de 1907

É impossível poder descrever-se a recepção que hoje nesta Vila foi feita a Sua Majestade El-Rei na visita que aqui se dignou fazer, acompanhado dos seus Ajudantes de Campo, Governador Civil do Distrito, Conde e Condessa de Alferrarede.

Só houve conhecimento da visita de El-Rei a esta Vila hoje de manhã, não havendo tempo das ruas por onde passava Sua Majestade serem melhor ornamentadas, o que não influiu para que El-Rei tivesse nesta pitoresca Vila uma manifestação imponentíssima, sendo muito aclamado pelo povo deste Concelho, não nos lembrando que aqui se tenha feito tão extraordinária recepção.

Se tivesse havido conhecimento desta visita régia dias antes, com certeza que a esta Vila atrairia não só povo do Concelho, como o das povoações circunvizinhas.

El-Rei e a sua comitiva chegaram aqui pelas 11 horas da manhã e foi recebido à entrada da Vila pela Câmara Municipal, Autoridades Eclesiásticas, diversos funcionários públicos e muito povo.

Logo que se avistou o seu automóvel, rompe a velha Filarmónica ( a dos Ciganos) com o Hino da Carta, subindo ao ar muitas girândolas de foguetes e El-Rei então desceu do seu automóvel e recebeu diversos cumprimentos.

Segue depois para a Praça desta Vila, aonde foi esperado pela nova Filarmónica ( a do Carapau). Em todo o percurso Sua Majestade foi muito aclamado com vivas a El-Rei, à Família Real e à Carta Constitucional.

Algumas crianças entre as quais Maria Carlota Matos Silva e Jacinto Neto Milheiriço, ofereceram a El-Rei lindos ramos de flores naturais e um pombo enfeitado com fitas de seda azul e branca, achando El-Rei muito simpáticas estas ofertas, agradecendo afectuosamente e beijando as crianças.

Sua Majestade é depois convidado a visitar os Paços do Concelho onde lhe é feita nova recepção, pelo que se lavrou no livro das actas da Câmara deste Município uma acta extraordinária, concluída nos seguintes termos:

SARDOAL, 22 DE JUNHO DE 1907

Recepção de Sua Majestade El-Rei D. Carlos, que hoje pelas 11 horas da manhã se dignou fazer uma rápida visita a esta Vila e Concelho de Sardoal.

O povo deste Concelho representado pelos vereadores do Município, pelos elementos civis e eclesiásticos, saúda o seu Rei que se dignou como prova de deferência e estima pelo seu povo, visitar-nos.

Em memória deste notável acontecimento se lavrou esta acta de recepção que Sua Majestade assinou e mais pessoas presentes.

Esta acta é lida pelo digno Presidente da Câmara Municipal, Sr. Padre António Joaquim da Silva Martins, que proferiu em seguida um pequeno discurso, cujo resumo é, mais ou menos, o seguinte:

Senhor! O povo deste Concelho surpreendido pela inesperada visita de Vossa Majestade, ufana-se deste acto memorável que não se acha registado em documento algum deste Concelho.

Por ter sido inesperada esta visita, não pode Vossa Majestade ser recebida mais condignamente, mas por esta expressiva e franca manifestação se mostra que o recebemos do fundo do coração com franca sinceridade.

Deus conserve Vossa Majestade por muitos anos para bem da Pátria e Povo Português, que se orgulha de empresas arriscadíssimas e gloriosas a que se tem abalançado para bem da Constituição.

Este discurso conciso e brilhante foi por vezes interrompido com muitos aplausos e o seu final foi coroado com palmas e repetidos vivas a Sua Majestade, Família Real e Carta Constitucional.

Em seguida retirou-se El-Rei da Sala dos Paços do Concelho, depois de ter assinado a acta e subiu para o seu automóvel, estando nesta ocasião as duas Filarmónicas, tocando o Hino Nacional.

El-Rei fez então as suas despedidas no meio de um entusiasmo delirante que este povo lhe manifestava, repetindo-se numerosos vivas, por milhares de pessoas.

Na manifestação a El-Rei na Praça do Comércio e na Sala das Sessões da Câmara estiveram representadas as escolas oficiais dos dois sexos com os seus alunos e pelos seus dignos Professores Srs. António Rodrigues e Maria Antónia Cardigos e Professora particular D. Maria Fortunata, assim como a Mesa da Santa Casa da Misericórdia e Irmandade do Santíssimo.

A ornamentação das ruas por onde passou El-Rei estava simples, visto não ter havido tempo para mais. No entanto viam-se muitas e lindas colchas pelas paredes e Paços do Concelho e bandeiras espalhadas pela Praça onde se viam pintadas num grande quadro as seguintes palavras: “O POVO DO SARDOAL SAÚDA EL-REI”

Em todo o trajecto foi lançada das janelas grande quantidade de flores.

 

A Câmara Municipal de Sardoal, à data da visita do Rei D. Carlos, tinha a seguinte constituição:

Presidente: António Joaquim Silva Martins (Padre)

Vice-Presidente: António Carvalho Tramela (Comerciante)

Vogais: Jacinto Dias Milheiriço (Farmacêutico)

Francisco da Silva (Comerciante)

Francisco Alves Ferreira (Padre)

Muito curiosas são, também, as referências à visita do Rei D. Carlos, que foram publicadas no jornal “O ABRANTES”, que se intitulava um «Jornal Democrático Independente», mas cuja linha editorial era visivelmente republicana:

“O ABRANTES” - 30 de Junho de 1907

“ECOS “ - Um discurso de truz

Foi proferido no Sardoal, no dia 22 do corrente, pelo Sr. José Alexandre, que teceu à monarquia o mais rasgado elogio, dizendo delas coisas tão brilhantes e tão espaventosas, que deixaram o próprio Monarca, como que estupefacto diante de tanta maravilha. Sem embargo do respeito que é devido às crenças de quem quer que seja, quando sinceras, afigura-se-nos que tal discurso terá concorrido para consolidar de vez os abalados alicerces do regime, cabendo ao Sardoal, na pessoa de um dos seus filhos mais dilectos, ilustres e inteligentes, a glória de semelhante feito.

Que assim seja. A História lá está para o registar.

A CÂMARA MUNICIPAL

Se não existisse seria preciso inventá-la, para glória do regime e das lusas gentes.

Vejamos os factos:

A Câmara Municipal, por intermédio de um seu Conselheiro Moreira Júnior, fez sentir ao Senhor D. Carlos, em termos de uma energia pouco vulgar em boca de monárquicos, dois dias antes de o Monarca visitar Abrantes, o seu protesto contra a actual ditadura.

Nos documentos entregues ao Monarca, sentia-se, embora vagamente, uma certa vermelhidão demagógica, saltitante aqui e ali de tropos mais ou menos revolucionários, que deram, momentaneamente, aos ilustres vereadores do Senado Sardoalense foros de «Robespierres» em camisa de cor.

Até aqui nada de extraordinário. Acompanhemos agora, em espírito, o Rei ao Sardoal.

O que vemos nós?

Esses mesmos vereadores esqueceram-se do seu protesto, ultrapassando em actos de subserviência monárquica, o que se podia ter feito num simples e respeitoso cumprimento, sem exageradas curvaturas de espinha e sem exteriorizações ridículas.

O que vemos mais?... Um protesto em pancas-morto às mãos dos próprios que geram num momento de bom humor e de sisuda ponderação sobre a marcha de negócios públicos.

Já que o mataram, enterram-no agora.

É uma obra de misericórdia.

«O ABRANTES» - 7 de Julho de 1907

«UM DISCURSO DE TRUZ»

Subordinado a esta mesma epígrafe, publicámos nesta secção no último número de «O ABRANTES», um inofensivo suelto, acerca de um discurso proferido no Sardoal, por ocasião da visita do Monarca àquela Vila, discurso esse que atribuímos ao Sr. José Alexandre, quando é certo ter sido proferido , de viva voz, por outro cavalheiro da mesma localidade.

Desfazendo esse erro, recebemos do Sr. José Alexandre a carta que segue e cuja publicidade nos é pedida.

Sr. A. Netto

Meu Amigo

As praxes parece que estabeleceram um princípio de cada um vir à imprensa esclarecer ou destruir boatos e notícias que lhe digam respeito.

Por motivo de um gracioso suelto de «O ABRANTES» de domingo último, aqui estou, importunando-o, curvado à pragmática das praxes.

Se os anos e a experiência da já cansada vida me não permitem a minha pieguice de encoloroar com a fina chalaça, antes a aprecio, o meu ânimo, quiçá o feitio, também não consentem engalanar-me com louros que não me pertencem.

Assim, venho agradecer-lhe a boa intenção economiástica, escrita no seu jornal sob a epígrafe «Um discurso de truz», discurso que me atribui, sendo de estranhar o erro de informação cometido por vizinho próximo da porta, quando por mais de longe não o praticaram...Equívoco de reportagem, sem dúvida.

Na notícia referida, escrita com pilhéria, em estilo ligeiro, facêto, há brilho e música no dizer do Eça...

Tem graça e não ofende, antes considera e enaltece... quem deve considerar e enaltecer.

Não me cabem, porém, os louvores.

De facto saudei, respeitoso, o Chefe do Estado, como entendo ser dever de todo o cidadão, seja qual for o credo das suas opiniões políticas, porque o Chefe do Estado representa acima de tudo, das nossas crenças, do nosso ideal político, o supremo funcionamento da nação dessa Pátria que todos nós temos o dever patriótico de amar, respeitar e servir.

Saudando-o, prestando-lhe as nossas homenagens, saudámos e respeitámos a Pátria.

Assim fiz, assim pratiquei, convicto de que cumpria um dever, sem me preocupar, naquele momento, com a ditadura do Sr. João Franco e com as possíveis consequências.

Pela publicação destas linhas, que agradeço, me assino com consideração.

Seu Amigo Att. Agrdº

José Alexandre

«O ABRANTES» - 7 de Julho de 1907

«ECOS» - Um discurso de truz (continuação) - Resposta do Sr. Aurélio Netto ao Sr. José Alexandre.

Agora diremos de nossa justiça.

Houve efectivamente um equívoco de reportagem que não lamentamos, visto ele não envolver desconsideração pessoal para quem quer que seja, nem ameaçar, sob qualquer aspecto porque o encaremos, a paz da Europa ou a estabilidade das constituições monárquicas.

Posto isto, que é proclamado sem modéstia, permitam-nos esta veleidade!!

Vamos dar, por dever de lealdade e ainda pela muita estima que nos merece o signatário da carta acima transcrita, ligeira justificação a este equívoco, esperançados que o nosso estilo, apesar do seu brilho e música(?) não incorrerá nas penas do inferno, nem no desagrado dos lusos mortais.

A nossa reportagem sobre a visita do Monarca ao Sardoal, coincidiu com uma outra:

A da passagem do ditador no Entroncamento. Havia da nossa parte o propósito deliberado de estabelecermos uma certa correlação entre um facto e outro. A razão a que a tal nos movia pertence ao foro íntimo da nossa consciência e isso nos dispensa de maiores desenvolvimentos sobre o assunto.

Ora no desempenho de tal tarefa, segundo os factos demonstram, trocámos apenas os nomes e nada mais.

Por pessoa fidedigna foi-nos comunicado que o nosso amigo, Sr. José Alexandre, aplaudiu entusiasticamente o franquista do VALE DA URRA (Aldeia da Beira-Baixa), no Entroncamento e que ao toast, depois de muito rogado, aquiescera a comer um pratinho de morangos em legítimo Madeira.

Por essa mesma pessoa que é um diplomata de truz e ilustre, foi-nos dito, também, que o Revº Padre Silva, dando largas à retórica economiástica do Município a que preside, pronunciara um discurso em honra do Rei, prestando à secular monarquia os protestos da sua vassalagem, ainda maior que o Colosso de Rodes.

Depois de obtermos esta informação o que fizemos nós?

Botámos asneira.

Pusemos o discurso do Sr. José Alexandre e os morangos, com açúcar e tudo, nos lábios do Revº Padre Silva.

Foi quasi uma heresia, bem sabemos, mas quem há aí, neste mundo de Cristo, que as calce e as não limpe?...

Perante a imunidade do delito, apresentamos as nossas desculpas.

Aurélio Netto

Ainda no mesmo jornal e no mesmo dia, sob o título “Estilo Sardoalense”:

O povo do Concelho do Sardoal, representado por vereadores do Município, pelos elementos civis e eclesiásticos, saúda o seu Rei, que se dignou como prova de deferência, estima que tem pelo seu povo, visitar-nos...

Deferência? Estima pelo seu povo?...

Vá Senhor Conselheiro, derrame duas lágrimas, que os homens borram-lhe a pintura...

Ele sempre há cada ingrato!...

 

No mesmo jornal, do dia 14 de Julho de 1907, vem descrito de forma humorística um episódio, com o título “O MONARQUISMO DE UM BARBEIRO”, cujo teor é o seguinte:

O episódio que vamos contar tem foros de autenticidade.

Passou-se no Sardoal, por ocasião da visita do Monarca àquela Vila.

Um barbeiro da terra, sentindo crepitar dentro de si o sagrado fogo de um monarquismo ainda isento de sombra do pecado, ergue um viva à Majestade e abeirando-se um pouco mais do automóvel real, brada como um possesso: Saiba, El-Rei, que já fiz a barba ao senhor seu mano! Se Vossa Magestade precisar, cá o Luiz também lha faz!

O Senhor D. Carlos, medindo o mestre esfola de alto a baixo, esboçou um sorriso prazenteiro, mas ele prosseguiu impávido no mesmo tom de voz:

-Se Vossa Majestade me arranjasse um emprego, eu, mais a minha mulher e os meus filhos, ficamos muito obrigados e reconhecidos!

El-Rei, sorrindo, sempre acrescentou:

-Vá ao Paço!..


Da Imprensa Nacional apenas conhecemos uma notícia publicada no Jornal “O SÉCULO” de 23 de Junho de 1907 que a seguir se transcreve:

SARDOAL - C. -Às onze horas da manhã chegaram em automóveis a esta Vila, El-Rei, O Senhor D. Carlos, o seu ajudante Sr. Figueiredo da Câmara, o Governador Civil do Distrito Dr. Cardoso de Meneses, os Senhores Condes de Alferrarede e Condes de Argos.

A visita para que muito concorreu o Sr. Conde de Alferrarede, que a esta Vila vota muita simpatia e consideração deu causa a uma imponentes entusiástica manifestação ao régio visitante.

Só hoje de manhã houve notícia oficial, confirmando a visita de El-Rei.

As escolas dos dois sexos, a Câmara Municipal, a autoridade administrativa, todos os funcionários públicos, os principais homens desta Vila, comerciantes, artistas, jornaleiros, todos, enfim, aclamaram, na praça fronteira ao edifício municipal, El-Rei e a Família Real.

Duas bandas de música executaram o Hino da Carta.

El-Rei subiu aos Paços do Concelho e na Sala das Sessões recebeu as apresentações e os cumprimentos. O Sr. Presidente da Câmara Revº Silva Martins, numa breve mas eloquente alocução, deu a El-Rei as boas-vindas, exprimindo de uma forma elevada quanto o povo deste Concelho se sentia ufano e grato pela honra que lhe foi conferida. Para comemorar a visita de El-Rei lavrou-se a acta, que Sua Majestade assinou, bem como todos os presentes. Tanto na Sala das sessões, como na Praça, as aclamações a El-Rei e à Família Real, revestiram uma imponência extraordinária, continuando até que os automóveis se perderam de vista.

Fonte: https://www.sardoalmemoria.net/

Sab | 24.10.20

Afonso de Bragança assistiu à cerimónia da Primeira Comunhão de D. Antonio de Athayde de Herédia

Blog Real
Afonso de Bragança assistiu à cerimónia da Primeira Comunhão de D. Antonio de Athayde de Herédia ( co - afilhado do Conde de Albuquerque e de S.A.R. o Príncipe da Beira) na Igreja de São Nicolau, na Baixa de Lisboa.
Aqui da esquerda para a direita:
Conde de Albuquerque; Afonso de Bragança e D. Sebastião de Herédia.

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Sex | 23.10.20

Lenço comemorativo das Bodas de Prata dos Duques de Bragança

Blog Real

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Por forma a marcar a passagem das bodas de prata dos Duques de Bragança, cujas celebrações foram limitadas ao círculo privado de Suas Altezas devido à pandemia, a Real Associação de Lisboa tomou a iniciativa de mandar produzir um elegante lenço de seda natural, com um desenho exclusivo, que no passado mês de Setembro lhes foi entregue.

Este lenço com 90cm x 90cm, que é um exemplar único, foi desenhado especificamente para assinalar esta data pela designer Sena Cifuentes, que ostenta no seu curriculum o curso de Margaret Stevens, fundadora e ex-presidente da North Wales Society of Fine Art, no país de Gales, tendo sido galardoada pela sua obra com a medalha de prata no concurso na Royal Horticultural Society of London. A abordagem artística de Sena Cifuentes, que se apresenta como aguarelista botânica, remete com frequência para os temas da natureza, com o frequente uso de plantas e animais. O desenho do lenço presenteado não foge a essa regra, em tonalidades de inspiração tropical com ramagens e flores, e a presença de três passarinhos alusivos aos três Infantes da Casa Real Portuguesa, ostentando no centro os brasões das duas Famílias; na barra de remate, podemos encontrar a menção das datas em celebração.
Para mais informações ou pedido de uma cópia deste lenço (90cm x 90cm) em seda natural, com bainha costurada manualmente, contactar a Real Associação de Lisboa para secretariado@reallisboa.pt.

Fonte: https://www.reallisboa.pt/

Qui | 22.10.20

Resumo do Ano da Família Real - 2007

Blog Real

Resumo do ano de 2007 da Família Real Portuguesa: 

Janeiro:

13 de Janeiro: D. Duarte, Duque de Bragança e Diana, Duquesa de Cadaval visitaram a vila do Cadaval, para celebrar o 109º aniversário deste concelho.

20 de Janeiro: Os Duques de Bragança participaram no Almoço do Rei, organizado pela Real Associação do Ribatejo.

Fevereiro:

16 de Fevereiro: D. Duarte, Duque de Bragança e Tiago Monteiro (piloto de F1) são os embaixadores da quarta edição da Essência do Vinho, que decorru no Palácio da Bolsa, no Porto.

26 a 28 de Fevereiro: O 8.º Congresso Internacional das Violetas contou com o patrocínio da D.ª Isabel de Herédia, Duquesa de Bragança.

Março:

14 de Março: D.Duarte, Duque de Bragança participou na 6ª Conferência Regional do EMAS no Auditório Cultural de Cascais.

28 de Março: D. Duarte, Duque de Bragança deslocou-se a Barcelos, para presidir à cerimónia de entrega de prémios a 23 alunos da Escola Particular de Didálvi, participantes nos Prémios Infante D. Henrique.

Abril:

28 de Abril: D.Duarte, Duque de Bragança assistiu à inauguração da 24ª edição da Ovibeja.

Maio:

13 de Maio: No dia do 12º aniversário do seu casamento, os Duques de Bragança dirigiram-se, como habitualmente, ao santuário de Nossa Senhora de Fátima, para as celebrações religiosas.

Junho:

10 de Junho: D. Duarte, Duque de Bragança, participou no Encontro Nacional de Ex-Combatentes, que decorreu junto ao Monumento aos Combatentes. do Ultramar, em Belém, Lisboa.

14 de Junho: Foi transmitida uma entrevista de D.Duarte, Duque de Bragança, ao programa "Primeira Pessoa" de Conceição Lino na SIC.

18 de Junho: A Associação Real de Nova Jersey e Pensilvânia homenageou D. Duarte, Duque de Bragança, com um jantar.

30 de Junho: A Irmandade do Bucho de Arganil organizou uma série de eventos, a fim de festejar os 100 anos da visita do Rei D. Carlos a esta aldeia, em Junho de 1907. Estes eventos, que incluiram uma evocativa sessão na Câmara Municipal e jantar na Quinta do Mosteiro, contou com a presença de D. Duarte Pio, Duque de Bragança.

Para além disso, realizou-se um passeio pelo Vale do Alva e uma visita ao antigo colégio do Paço Grande (que outrora acolheu a família real).

Junho:

28 de Junho: D.Duarte, Duque de Bragança inaugurou a exposição iconográfica dedicada a Catarina de Bragança, princesa de Portugal e rainha de Inglaterra na “Festa de Verão” na Quinta da Bacalhôa em Setúbal.

Agosto:

1 de Agosto: Os Duques de Bragança visitaram a exposição “José Alegria… da paixão… da terra… da arquitectura”, na Casa da Cultura Islâmica e Mediterrânica de Silves.

Setembro:

7 de Setembro: D. Duarte Pio, Duque de Bragança, inaugurou a 16.ª Feira do Vinho do Dão, no Edifício Polivalente de Nelas.

23 de Setembro: Os Duques de Bragança assistiram ao casamento de Xenia Galitzine, bisneta da Imperatriz Zita da Áustria.

Outubro: 

27 de Outubro: D.Duarte, Duque de Bragança assistiu ao casamento da Princesa Marie-Therese von Hohenburg e Anthony Bailey em Salzburgo.

Novembro:

5 de Novembro: Os Duques de Bragança, o Rei Harald V da Noruega, a Princesa Anne e o Rei Constantine e a Rainha Anne-Marie da Grécia estiveram presentes na gala da ISAF International Sailing Association que decorreu no Casino Estoril.

8 de Novembro: D. Duarte, Duque de Bragança esteve presente na sessão de encerramento de um ciclo de conferências sobre "D. Carlos no seu tempo", organizado no Porto, para assinalar o centenário do regicídio.

30 de Novembro: Família Real Portuguesa assistiu ao tradicional Jantar dos Conjurados.

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Dezembro:

1 de Dezembro: 1ª Comunhão do Infante D.Dinis na Igreja de Nossa Senhora da Encarnação, no Chiado. (Aqui)

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Seg | 19.10.20

Martinho de Mascarenhas, 3.º Marquês de Gouveia, Mordomo-Mor da Casa Real

Blog Real

Martinho de Mascarenhas (? — 9 de março de 1723), 3.º Marquês de Gouveia e 6.º Conde de Santa Cruz, foi um aristocrata português que se notabilizou na corte do rei D. João V de Portugal, onde exerceu grande influência política.

O seu pai, o 4.º conde de Santa Cruz, casara com D. Juliana de Lencastre, irmã do 2.º Marquês de Gouveia D. João da Silva, morto sem herdeiros: eram filhos do 1.º Marquês de Gouveia e 6.º conde de Portalegre D. Manrique da Silva e de sua 3.ª mulher, D. Maria de Lencastre, filha do 3.º duque de Aveiro. D. Martinho era assim filho do 4.º conde de Santa Cruz e irmão do 5º conde, morto sem herdeiro. Morreu em 9 de março de 1723 e foi mordomo-mor de D. Pedro II e de D. João V. Foi do Conselho de Estado, senhor de Lavre, Estepa, Santa Cruz e Lajes, e das ilhas de Santo Antão, Flores e Corvo, com todas as suas jurisdições, comendador de Mértola na Ordem de Santiago, e de Mendo Marques e Vargem na Ordem de Cristo, alcaide-mor dos castelos de Mértola, Grândola, Alcácer do Sal.

O título de Gouveia lhe foi renovado por carta de 17 de janeiro de 1714, de D. João V, com tratamento e honras de parente.

Casou em 2 de junho de 1698 com D. Inácia Rosa de Távora, filha do 2º Marquês de Távora. A qual, enviuvando, professou no mosteiro da Luz.

Seu filho, D. João Mascarenhas, herdou o título.

Seg | 19.10.20

O Processo do Rei

Blog Real

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Filme do cineasta português João Mário Grilo com Carlos Daniel, Aurelle Doazan e Antonino Solmer, que retrata o processo que levou à destituição do Rei D. Afonso VI

Portugal oferecia neste tempo um estranho espectáculo à Europa. D. Afonso, filho do feliz D. João de Bragança, reinava, era louco e imbecil. A mulher, filha do Duque de Nemours, prima de Luís XIV, ousou conceber o projeto de destronar o marido. A estupidez do rei justificou a audácia da rainha. Apesar de ser senhor de uma força muito além do normal, de ter dormido durante muito tempo com a mulher, foi por ela acusado de impotência, e tendo Marie Françoise adquirido no reino, pela habilidade, o que Afonso tinha perdido pelo furor, fê-lo aprisionar (Novembro 1677) e depressa obteve de Roma uma bula que lhe confirmou a virgindade e lhe abençoou o casamento com o cunhado, Pedro.

O rei Luís XIV de França (1638-1715) decide que deverá ser uma francesa, Maria Francisca de Sabóia (1646-1683), a tornar-se na esposa do débil rei de Portugal, Afonso VI (1643-1683). Espera deste modo conseguir encontrar um aliado para a guerra contra a Espanha. O problema é que Afonso é um militar incapaz e um soberano medíocre que deixa o ministro Castelo Melhor governar no seu lugar. A rainha está bastante descontente com a situação e o seu irmão, D. Pedro (1648-1706), está à espera de uma oportunidade para suceder ao trono. Luís XIV decide enviar um emissário, Monsieur de Preyssac, para relembrar Afonso dos seus deveres como aliado. Só que o monarca não tem em conta o aviso. Entretanto, com a cumplicidade da rainha, o enviado do Rei Sol tenta desacreditar o soberano português acusando-o de impotência sexual. Constitui-se assim um tribunal de urgência para julgar o rei e são chamadas a depor uma série de mulheres. Como todos os testemunhos coincidem chega-se a um veredicto: o rei será deposto. Condenado e preso, Afonso abdica a favor do irmão que contrai matrimónio com Maria Francisca.

Sab | 17.10.20

Real Gazeta do Alto Minho, N.º 25

Blog Real

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Já está disponível a Real Gazeta do Alto Minho, N.º 25
Neste número pode ler:
Quando o Povo Quiser
Mais Sobre Educação não é possível, por Susana Cunha Cerqueira
Entrevista ao Eng.º Luís Ceia, presidente da CEVAL
Uma revolução de cavalheiros ou como acabou um grande império, por Humberto Pinho da Silva
Municipalizar o movimento, por Jorge Araújo
Rei bom, «Senão... Não»-, por Miguel Villas-Boas
Uma história da ecologia em Portugal e no mundo, por Madalena Pires de Lima
Melhorar os resultados do sector público com o balanced scorecard, por Manuel Teixeira
Austrália, por António Moniz Palme
Ano Lepanto, por Carlos Aguiar Gomes
Realidades da mente (2), por Porfírio Pereira Silva
Reflexões sobre o 5 de Outubro, por António de Souza-Cardozo
Poder autárquico democrático, por Filipe Amorim
Pintomeira, do surrealismo ao contornismo e nova linha, por Porfírio Pereira Silva
Pode consultar a nova edição da "Real Gazeta do Alto Minho" Aqui.
Sab | 17.10.20

Miguel Aleixo António do Carmo de Noronha, 3.º conde de Paraty, Oficial-Mor da Casa Real

Blog Real

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Miguel Aleixo António do Carmo de Noronha (Lisboa, 17 de Janeiro de 1850 — Lisboa, 14 de Maio de 1932), 3.º conde de Paraty, foi um aristocrata, advogado, político e diplomata português. Foi embaixador e ministro plenipotenciário nas mais importantes cortes da Europa e no Brasil. Na política foi deputado às Cortes, eleito pelo Partido Progressista, e Par do Reino por sucessão de seu pai. Colaborou com múltiplos artigos, quase sempre anonimamente, na imprensa de Lisboa, Porto e Braga, e publicou algumas obras sobre diplomacia.

Biografia:

Nasce no Palácio Valadares, ao Carmo, em Lisboa, a 17 de Janeiro de 1850, filho primogénito de D. João Inácio Francisco de Paula de Noronha, 2.º conde de Paraty, Par do Reino, e de Francisca da Cruz Lacé Pedrosa.

Estuda em Lisboa, onde conclui os estudos preparatórios, e forma-se em Direito pela Universidade de Coimbra no ano de 1871, tendo pertencido ao curso de Júlio de Vilhena, Ernesto Rodolfo Hintze Ribeiro, Alves de Sá, Vicente Monteiro, António Augusto Carvalho Monteiro, Acácio de Magalhães e de João Gomes de Oliveira Guimarães (o conhecido abade de Tagilde), entre outros.

Foi advogado em Lisboa e subdelegado do Procurador Régio no Tribunal da Boa-Hora e pertenceu, como vogal, à Junta de Crédito Público. Simultaneamente inicia colaboração com diversos periódicos, revelando-se um jornalista elegante e bem informado, colaborando, quase sempre anonimamente, nas secções de política e crítica literária de jornais como o Correio da Noite, o Dia e o Jornal de Notícias (todos de Lisboa), no Província (do Porto) e no Constituinte (de Braga).

Começa a sua carreira diplomática em 1871, sendo enviado como adido (attaché) junto da Embaixada de Portugal na Corte Imperial do Rio de Janeiro. Volta a Lisboa pouco depois e inicia a sua curta carreira política.

Casa em 10 de Fevereiro de 1872 com D. Isabel de Sousa Botelho Mourão e Vasconcelos, filha dos 2os Conde de Vila Real (moderno - 1823). Desse casamento nascem:

  • D. Júlia Maria do Carmo de Noronha (1873),
  • D. João Miguel do Carmo de Noronha (1874),
  • D. Fernando João Neiva de Noronha (1877), e
  • D. Francisca Maria de Noronha (1879).

A filha mais velha, D. Júlia Maria do Carmo de Noronha, que viria a ser a 4a Condessa de Paraty, casa com Henrique Mitchell de Paiva Couceiro, oficial do Exército Português e político monárquico.

Resolve entrar na política activa e nas eleições gerais de 29 de Outubro de 1879 (23.ª legislatura) apresenta-se e é eleito deputado pelo círculo dos Olivais, integrado numa lista do Partido Progressista, prestando juramento na Câmara dos Deputados a 14 de Janeiro de 1880. Embora tenha feito poucas intervenções como deputado, é eleito vice-secretário da Câmara dos Deputados onde apresenta diversas propostas de lei em matéria de educação e de regulação da Universidade de Coimbra. Na sua dupla qualidade de deputado e de vogal da Junta do Crédito Público apresenta uma proposta de lei destinada a suster a perda de receitas públicas. Terminada a legislatura em Junho de 1881, não se recandidata.

Em 20 de Agosto de 1885 passa a segundo-secretário da Embaixada de Portugal junto da Santa Sé onde ficou 7 meses. Nesse mesmo ano herda o pariato por falecimento de seu pai, ocorrido em Outubro de 1884, embora o título de conde apenas lhe tenha sido confirmado pelo Rei D. Luís I por decreto de 15 de Abril de 1886. Na Câmara dos Pares do Reino ocupa igualmente o lugar de vice-secretário nas sessões legislativas de 1887 e 1888, participando em diversas comissões parlamentares.

Em 4 de Junho de 1886 é transferido como primeiro-secretário para a Embaixada de Portugal no Rio de Janeiro, mas logo em 1887 é chamado a Roma na qualidade de secretário da Legação portuguesa junto do Quirinal. Em 1892 é nomeado secretário da Legação junto da Corte de Berlim e depois elevado à categoria de encarregado de negócios (chargé d'affaires) na Corte de Madrid.

Por decreto de 24 de Dezembro de 1892 (Diário n° 294), El-Rei D. Carlos I confere ao Conde de Paraty a mercê das honras de Oficial Mor da Casa Real.

Em 1894 é nomeado encarregado de negócios na Embaixada de Portugal no Brasil. Nestas funções teve de lidar com a crise diplomática causada pela intervenção de Augusto de Castilho na revolta da esquadra brasileira contra o marechal Floriano Peixoto.

Volta ao Ministério dos Negócios Estrangeiros em 1894 e é nomeado, em 1897, como Enviado Extraordinário e Ministro Plenipotenciário junto da Corte Imperial Austríaca, em Viena, cargo que ainda exerce em 1910, quando a implantação da República Portuguesa o leva a pedir a demissão e a abandonar em definitivo a diplomacia.

Entre outras obras, é autor de uma monografia intitulada Portugal e Brasil: conflito diplomático. Breves explicações do Conde de Paraty, publicado em Lisboa no ano de 1895 

Foi também Grande Oficial da Casa Real e agraciado com altas distinções estrangeiras, entre outras:

  • Comendador da Ordem da Coroa da Itália (Itália), por diploma de 15 de Abril de 1892 assinado pelo Chanceler da Ordem, em nome do Rei Umberto I.
  • Ordem da Coroa da Romênia (Roménia)
  • Cavaleiro de 3a classe da Ordem de Pio IX (Santa Sé), por diploma de 11 de Maio de 1886.
  • Comandante da Ordem de Pio IX (Santa Sé)
  • Ordem de Carlos III (Espanha), por diploma de 12 de Maio de 1893, assinado pela Rainha Regente D. Maria Cristina em nome e durante a sua menoridade de D. Afonso XIII. Agraciado, segundo diz o diploma, "por vuestra calidad de extranjero".
  • Cavaleiro de 1a classe da Ordem da Coroa de Ferro (Áustria), por diploma Imperial de 16 de Março de 1908.

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