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Fonte: http://gisaweb.cm-porto.pt/units-of-description/documents/826741/?
André de Resende (Évora, por volta de 1500 — 9 de dezembro de 1573) foi um frade dominicano, um intelectual, um teólogo, um arqueólogo, um especialista da Grécia e da Roma antiga, em suma um grande pensador humanista português. Foi também mestre de Dom Duarte, Duque de Guimarães e do irmão deste, Afonso de Avis e Trastâmara.
Humanista e clérigo português nascido em Évora em 1500, André de Resende foi um distinto pedagogo e ideólogo do Renascimento.
Frequentou as melhores e mais conceituadas universidades da Europa (em especial, Paris, Salamanca e Lovaina), travando conhecimento com as grandes correntes de pensamento daquela época. Viajou depois por várias cidades europeias, passando nomeadamente por Salamanca, onde encontrou Nicolau Clenardo, que por sua intervenção se tornaria precetor do futuro cardeal D. Henrique.
Nestas suas viagens, Resende conheceu ainda outros ilustres representantes da cultura renascentista, como Erasmo, Conrado Goclénio e Rogério Réscio.
Como poeta, escreveu odes, sonetos e epístolas dignos de apreço. Foi também autor de opúsculos sobre temáticas diversas, quase todos em latim, incluindo assuntos que hoje se reconhecem como do âmbito da arqueologia, o que constitui novidade para a época.
André de Resende faleceu em 1573.
Fonte: https://www.infopedia.pt/$andre-de-resende e https://pt.wikipedia.org/wiki/Afonso_de_Portugal_(1509%E2%80%931540)
Há uma semana que está à venda uma peça que pertenceu à coroa portuguesa. Terá pertencido à família real depois do Terramoto de 1755 e, de acordo com o antiquário que agora a comercializa, terá sido utilizada no batismo da rainha D. Maria II.
A bacia de águas-às-mãos consiste numa salva de prata dourada utilizada em cerimónias reais e foi mandada fazer por volta de 1500 por uma família nobre portuguesa que se é desconhecida.
A peça faz parte do Tesouro Real do Estado português, mas está desirmanada e para regressar ao acervo original terá de ser comprada através do Ministério da Cultura, que considera o preço excessivo.
A salva tem sido um dos objetos mais cobiçados de quantos aparecem na 25.ª edição da conhecida feira de antiguidades LAAF (Lisbon Art and Antiques Fair), que abriu do dia 10 na Cordoaria Nacional e que termina na segunda-feira, 19. Está a ser comercializada pelo antiquário lisboeta Galeria de São Roque.
Mário Roque, responsável pelo antiquário, não revelou o preço ao Observador, porém acrescentou que “uma salva desta qualidade e importância é valiosíssima”.
Detalhou ainda que “seguramente tem um preço inferior ao da tiara de D. Maria II”, referindo-se à peça arrematada há quatro meses num leilão em Genebra por 1,3 milhões de euros e que o Estado português tentou então disputar, sem êxito.
“Fazia todo o sentido que a peça viesse a pertencer ao Estado, até porque faz parte de um conjunto de 23 peças, das quais 22 vão figurar no Museu do Tesouro Real”, realçou Mário Roque, que contou que “no início do ano passado, enviei uma carta à senhora ministra da Cultura, mas até agora não houve manifestação de interesse. Não sei qual é a intenção do Estado”.
A Direção-Geral do Património Cultural (DGPC) confirmou ao Observador ter recebido uma proposta da Galeria de São Roque em 2020.
No entanto, contou outra versão relativamente do preço e da reação expressa. “Houve unanimidade em considerar excessivo o valor de aquisição proposto”, o qual ascendia a 1,5 milhões de euros, alegou a DGPC, organismo tutelado pelo Ministério da Cultura e responsável pela gestão do património português e de museus, palácios e monumentos públicos.
O organismo não rejeita nova ponderação de uma eventual nova proposta de preço, desde que este se “aproxime dos valores considerados adequados pelos avaliadores”.
A bacia integra um conjunto de 23 peças chamadas Prata do Lava-Pés ou dos Batizados, que a coroa portuguesa comprou a famílias nobres portuguesas a seguir a 1755.
Fonte: https://zap.aeiou.pt/peca-d-maria-ii-esta-venda-432256
Luís de Portugal (Abrantes, 3 de março de 1506 — Lisboa, 27 de novembro de 1555). Filho do rei Manuel I de Portugal e da infanta espanhola Maria de Aragão, foi 5.º Duque de Beja, 5.º Senhor de Moura, 9.º Condestável de Portugal e Prior da Ordem Militar de S. João de Jerusalém, com sede portuguesa no Crato.
Irmão de D. João III, sobre o infante D. Luís diz-se que só faltou ser rei, dadas as suas qualidades.
Tinha pouco mais de um ano quando o rei seu pai lhe nomeou por governador de sua casa a Rui Teles de Meneses, senhor de Unhão, por carta passada em Abrantes, a 10 de maio de 1507, e pouco depois lhe deu o mesmo fidalgo por camareiro-mor, a 12 do dito mês, por outra carta passada em Alenquer. Dando desde muito criança provas de grande inteligência, seguiu com ardor as lições do professor Pedro Nunes, com quem aprendeu filosofia, aritmética, geometria e astronomia, distinguindo-se tanto nestas disciplinas que mereceu do seu sábio mestre um encarecido elogio, por ocasião de lhe dedicar a tradução dos três tratados de Ptolomeu, como vem mencionado nas Memórias históricas sobre alguns matemáticos portugueses, de António Ribeiro dos Santos: “E duvidando muito comigo, se dirigiria isto a V. A. a matéria da obra me convidou a fazer: que pois V. A. tem tanto primor na Cosmografia, e na parte instrumental, e tem tão alto e tão claro entendimento e imaginação, que pode facilmente inventar muitas coisas que os antigos ignoraram, parece que de direito lhe pertencia: de outra parte punha-me grande receio de ser a Obra tão pequena e não haver nela coisa que a V. A. seja nova.” Nos seus estudos com Pedro Nunes teve por colega D. João de Castro, com quem manteve sempre a mais dedicada amizade. Também estudou outras ciências com o mestre Lourenço de Cáceres, homem de muita erudição, que depois nomeou seu secretário.
O infante D. Luís mostrou muita predilecção pela poesia, e grande afecto a Gil Vicente. A sua intimidade com os sábios e os poetas do seu tempo, o seu trato afectuoso com muitos dos mais ilustrados fidalgos da corte, a sua amabilidade muito pouco própria dum príncipe naquele época, a sua viva inteligência, o seu espírito aberto a todas as grandes coisas, tinham lhe granjeado não só a estima das pessoas que frequentavam o paço, mas também uma grande popularidade, porque realmente o povo gostava de ver aquele príncipe jovial, franco, desembaraçado, inteligente e instruído, tão completamente diverso do sombrio D. João III, seu irmão. Foi essa mais uma razão para que o monarca começa-se a criar contra ele certa inimizade, que o levou a atravessar todos os seus planos e a contrariar todos os seus projectos. D. Luís desejava ardentemente ir à Índia, e decerto seria de grande proveito nessa época a ida ao Oriente dum príncipe tão chegado ao rei, tão estimado e tão digno de comandar. D. João III nunca acedeu àquele desejo, e essa negativa causou o maior desgosto ao infante D. Luís.
Não foi ainda por vontade do rei que D. Luís tomou parte na célebre expedição de Carlos V contra Tunes em 1530. O imperador pedira auxílio a Portugal para essa expedição empreendida contra o célebre corsário Barba roxa, que se assenhoreara das regências de Argel e de Tunes, e que dominava impunemente o Mediterrâneo, onde praticava toda a qualidade de piratarias. D. João mandou-lhe imediatamente uma esquadra de vinte caravelas, duas naus e o célebre galeão S. João, cognominado o Bota-fogo, que era o navio mais afamado da época. A esquadra ia comandada por António Saldanha.. Mais uma vez o monarca se esquecera de seu irmão, que de certeza ambicionaria ser ele o comandante da esquadra. Contudo, o infante não pôde resistir ao desejo de tomar parte na expedição, e saiu secretamente de Évora, onde estava a corte, indo ter a Barcelona com o imperador Carlos V, que tinha por ele o mais vivo afecto. D. João III não teve remédio senão sancionar a resolução tomada pelo infante, e mandou para o acompanharem muitos fidalgos de autoridade, dando-lhe em tudo, a ele o primeiro lugar, como era devido a pessoa de tão elevada hierarquia, e ordenando-o assim por carta a António de Saldanha, comandante da esquadra, para que por todos fosse obedecido onde estivesse, como se fosse o próprio rei. A primeira ideia do imperador foi desalojar o inimigo de Tunes, onde se havia fortificado, para que voltasse ao mar, em que só poderia acometer com forças vagas; e apesar da empresa ser tão difícil como arriscada, deveu-se à animosa deliberação do infante, contra o parecer de muitos capitães antigos e experimentados, o felicíssimo sucesso com que se concluiu, cortando com o decantado e espantoso galeão, que governava, de 366 peças de bronze a fortíssima cadeia que atravessava o porto de Goleta, dando-lhe assim a ele imperador a vitória, como a honra, que por ela veio, ao nome português. Carlos V, em recompensa dos seus merecimentos e pelos memoráveis serviços que lhe prestara naquela gloriosa empresa, pensou em dar ao infante a investidura de Milão, que vagara pela morto do duque daquele estado Francisco Sforza, que não deixara descendência. Não pôde, porém, efectuar-se o seu desejo por se lhe oporem as pretensões de França.
D. Luís era muito religioso, e fundou em Estremoz o mosteiro das religiosas de S. João de Malta, único que aquela ordem teve em Portugal; também fundou os dois conventos da província da Arrábida, de que foi grande benfeitor; o primeiro de N. Sr.ª da Piedade, entre Benavente e Salvaterra, onde residia a maior parte do ano, como se tivesse professado; o segundo, para que deu somente o sítio no termo e vizinhança de Lisboa, de Santa Catarina de Ribamar, que depois veio a fundar a infanta D. Isabel, mulher do infante D. Duarte. D. Manuel consagrava grande estima a D. Luís, e entre outras mercês, o nomeou fronteiro-mor da comarca entre Tejo e Guadiana, por carta, dada em Lisboa a 16 de novembro de 1521, que foi assinada por D. João, ainda príncipe, por seu pai o não poder fazer pela sua doença, que um mês depois o vitimou. Esta mesma mercê lhe confirmou depois D. João III, em Coimbra, por carta de 5 de agosto de 1527, com a cláusula expressa de cumprir a vontade do rei D. Manuel seu pai, e recomendação feita a ele a tempo do seu falecimento.
Teve carta de mercê do título de duque de Beja, e de doação em sua vida das vilas da Covilhã, Ceia, Almada, Moura, Serpa, Marvão concelho de Lafões, e Besteiros, dada em Coimbra, por D. João III, no mesmo dia 5 de agosto de 1527, em que declara faze-lo assim por cumprir e trazer a efeito a vontade do rei D. Manuel seu pai, que já o tinha mandado fazer por uma carta sua ainda, por ele não assinada a tempo do seu falecimento, a qual lhe recomendou assinasse por não estar em disposição de o poder fazer. Da cidade de Beja teve carta de doação das rendas e senhorios e de todo o seu termo, dada em Évora a 29 de março de 1534. tomando posse por ele o dr. Afonso Serrão, desembargador, ouvidor e chanceler de sua casa, a 5 de abril seguinte. Foi condestável do reino por carta passada em Coimbra, com as mesmas cláusulas acima citadas; e ultimamente administrador perpétuo com jurisdição no priorado do Crato, por carta de 10 de março, dada em Lisboa, em 1529, na qual se declara ser já comendatário do dito priorado por mercê do rei D. Manuel seu pai. O infante D. Luís nunca foi casado, como descreve Damião de Góis e outros historiadores, no entretanto não faltaram muitas negociações e contratos de casamento correspondentes à sua pessoa e merecimentos, que se não efectuaram. Foram estes o da princesa Hedwige, filha de Segismundo, rei da Polónia; o de Cristina, filha de Cristiano II, rei de Dinamarca, viúva de Francisco Sforza, com quem o imperador Carlos V lhe queria entregar o ducado de Milão; com a filha primogénita de Francisco I, rei de França, casando o delfim duque de Bretanha seu filho, com a infanta D. Maria, irmã do infante; com a infanta D. Maria, sua sobrinha, que depois foi rainha de Espanha, casando com Filipe II; com a princesa Maria, filha de Henrique VIII de Inglaterra, e herdeira daquela coroa por morte de seu irmão Duarte VI, que também veio a casar com o mesmo Filipe II, já viúvo da infanta de Portugal; e ultimamente com D Maria, sua sobrinha, filha do infante D. Duarte, que foi duquesa de Parma, mulher de Alexandre Farnésio. Deixou um filho natural, havido de Violante Gomes, por alcunha a Pelicana, que parece ter sido de origem judaica, de que resultou um filho, que foi o celebre D. António, prior do Crato. Estando D. Luís em Salvaterra, adoeceu gravemente, o que o obrigou a regressar à corte, e junto do mosteiro de S. Bento dos Lóios, numa quinta que pertencia ao conde de Linhares, D. António de Noronha, acompanhando-o por ordem do rei D. António de Ataíde, conde da Castanheira, e Pedro de Alcáçova Carneiro, secretário do conselho do rei, em poucos dias faleceu. No dia seguinte foi sepultado com grande pompa no convento de Belém.
Beatriz de Portugal (Lisboa, 31 de Dezembro de 1504 — Nice, 8 de Janeiro de 1538) foi uma Infanta de Portugal por nascimento, e duquesa de Sabóia pelo seu casamento com Carlos III, Duque de Saboia.
Beatriz foi a terceira filha do segundo casamento do rei D. Manuel I de Portugal com D. Maria, Infanta de Aragão.
Depois de negociações difíceis que se prolongaram desde finais de 1515, a infanta portuguesa veio a casar, em 8 de Abril de 1521, com Carlos III, Duque de Saboia desde 1504, partindo para o seu novo destino, com apenas 15 anos de idade, após festas magnificentes na corte manuelina.
Beatriz é descrita como bonita, brilhante e ambiciosa. Em 1531, recebeu como feudo, de seu primo e cunhado, o imperador Carlos V, o Condado de Asti que, à sua morte, foi herdado por seu filho e permanentemente incluído na Saboia .
Em 1534, acolheu Cristina da Dinamarca, sobrinha do seu cunhado, o imperador, a caminho do seu casamento com o duque de Milão. Quando Cristina ficou viúva em 1535, o conde Stampa milanês sugeriu um casamento entre Cristina e o filho mais velho de Beatriz, Luís, o herdeiro de Saboia, na tentativa de proteger Milão da soberania imperial. Beatriz apoiou o plano, e quando Luís morreu, ela sugeriu que seu próximo filho poderia substituí-lo. Nada mais foi falado sobre isso, no entanto. Em Abril de 1536, Beatriz fugiu da conquista francesa de Sabóia para Milão, na companhia de dois mais velhos que sobreviveram e Santo Sudário de São José de Arimateia de Chambéry. Em Maio, pôde visitar o imperador com Cristina em Pavia, mas sem qualquer resultado político. Viveu como convidada de Cristina em Milão, de quem era boa amiga. Em Novembro de 1537, Beatriz foi escoltada pelo vice-rei imperial de Milão ao imperador em Génova, mas, novamente, a reunião não teve resultado algum. Permaneceu em Nice, onde se reuniu com seu marido, e onde veio a morrer em Janeiro de 1538, das sequelas do seu último parto.
Casamento e Filhos:
Em 8 de Abril de 1521, em Villefranche-sur-mer, Beatriz casou com Carlos III, Duque de Saboia, duque de Saboia desde 1504. Tiveram nove filhos:
Afonso de Bragança esteve presente na Homenagem a Paiva Couceiro, promovida pela Real Associação de Tras-os-Montes.
Miguel da Paz (Saragoça, 24 de agosto de 1498 - Granada, 19 de julho de 1500), foi um infante de Portugal, Castela e Aragão, filho do primeiro casamento do rei Manuel I com a infanta Isabel de Aragão.
Miguel da Paz nasceu em Zaragoza, Aragão, em 23 de agosto de 1498. Sua mãe, Isabel de Aragão, morreu uma hora depois de seu nascimento. Ele foi rapidamente jurado herdeiro das várias coroas ibéricas pelos tribunais de Portugal, Castela e Aragão. Nos dois anos seguintes, ele foi o herdeiro reconhecido do reino de Portugal de seu pai e dos reinos de Castela, Leão e Aragão, que herdaria de seus avós, Fernando II de Aragão e Isabel I de Castela. Como tal, ele foi nomeado príncipe de Portugal, Príncipe das Astúrias e Príncipe de Girona.
Miguel morreu em Granada em 19 de julho de 1500, nos braços de sua avó. Ele foi enterrado na Capela Real, em Granada.
Em outubro de 1500, o pai de Miguel se casou com Maria de Aragão, que também era a irmã mais nova da mãe de Miguel. Maria deu à luz o eventual sucessor de Manuel, João III, e vários outros filhos.
As esperanças de Isabel I e Fernando II de unir todos os reinos ibéricos desapareceram com a morte de Miguel. Depois que ele morreu, outra das tias maternas de Miguel, Joana tornou-se a herdeira de Castela, Leão e Aragão, eventualmente, levar estes reinos para os Habsburgos, sob o filho de Joana, Carlos V. No entanto, a União Ibérica, embora de curta duração, ocorreu oitenta anos depois, de 1580 a 1640, sob o rei Felipe Habsburgo, Filipe II da Espanha, o meio-sobrinho de Miguel e neto de Joana de Castela, Manuel I de Portugal e Maria de Aragão, adquiriu Portugal e seus domínios.
D. João de Meneses (c. 1460 - Azamor 15 de maio de 1514) foi um militar português, 1.º capitão de Azamor e capitão de Arzila.
D. João de Meneses, filho de D. João de Menezes, 4º senhor de Cantanhede e de Leonor da Silva, chegou a levar os seguintes títulos : Alcaide-mor do Cartaxo, Comendador de Mogadouro (Ordem de Cristo) & Comendador de Aljezur, Camareiro-mor do príncipe D. João , Governador da Casa do príncipe D. João , Guarda-mor de D. Afonso.
Exerceu funções como aio de D.Afonso, filho do Rei D.João II.
Nos Anais de Arzila, Bernardo Rodrigues conta-nos a fatalidade da morte de D. Afonso, filho do rei D. João II, em terça-feira 13 de Julho de 1491 e como esse dia ficou maldito para D. João de Meneses:
"À terça feira Dom João de Meneses não avia de cometer cousa alguma polo que lhe aconteceo na morte do principe Dom Afonso, como é notorio e sabido a todos os deste reino.
"Dizem que estando no Algarve, em um lugar seu que se chama Aljazur, em uma terça feira, lhe dérão cartas d'el-rei Dom João o segundo e do principe Dom Afonso seu filho, que fose à corte, e se fez prestes e partio a outra terça feira, e tardando oito dias no caminho chegou a Santarem, donde el-rei e o principe estavão, outra terça feira, e dahi a oito dias, outra terça feira, correndo a carreira em Alfange, levando o principe pela mão, caio do cavalo, da qual queda logo morreo. Deste tão desestrado caso lhe ficou tão grand odio e agouro que nunca a terça feira cometeo cousa alguma, posto que depois foi capitão d'Arzila e d'Azamor e se lhe oferecêrão casos suficientes ; e dizia Dom João que em tal dia se pudesse escusar abrir as portas o faria.
Depois da Batalha de Azamor e da Batalha da Fonte do Bolião (Boulaouane), D. João retirou-se para Azamor, diz Bernardo Rodrigues, "não saio mais de casa, nem se ergueo de uma cama, até que faleceo, não querendo ver ninguém." p. 115.
Dom Manuel "o mandou visitar com palavras de excelente principe, mandando-lhe o titulo de conde D'Aljazur", enviando-lhe segundo Pedro de Mariz "muitos agradecimentos dos assinados serviços, que lhe fazia, & das famosas obras, que em seu nome acabava, rogando-lhe muito, por seu amor quisesse ainda ficar naquella nova cidade mais dous mezes; passados os quaes viria receber o galardão de seus ferviços que lhe satisfaria como merecia.[2] " Em resposta a isso "fez um vilancete e trovas, que andão no Cancioneiro português, que dizem :
“ | Tirai-vos lá desenganos não venhais |
” |
— Garcia de Resende, Cancioneiro Geral, I, p.132-3 (ed. de Stuttgart).
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Tinha casado com Isabel de Mendanha. Sem descendência.
Afonso de Portugal (Lisboa, 18 de maio de 1475 — Almeirim,13 de Julho de 1491) era o único filho e herdeiro de D. João II e de D. Leonor, reis de Portugal. O rei tanto adorava este seu filho que, em sua homenagem, baptizou de "Príncipe" a ilha mais pequena do arquipélago de São Tomé e Príncipe.
Ainda em criança, D. Afonso casou com a princesa Isabel de Aragão, filha mais velha dos reis católicos. Isabel I de Castela e Fernando II de Aragão tinham um herdeiro, Juan, que era um jovem frágil e que viria a falecer com dezanove anos de idade. A princesa Isabel seria, portanto, a herdeira mais provável das coroas de Castela e Aragão e, como estava casada com o Príncipe herdeiro de Portugal, adivinhava-se uma união dos reinos ibéricos sob a alçada de Portugal.
Afonso morreu de uma queda de cavalo durante um passeio, em Alfange, Santarém, à beira do Tejo. Segundo Bernardo Rodrigues, em os Anais de Arzila, o seu aio era João de Meneses, conde de Cantanhede, e esse acontecimento terá ocasionado nesta personagem um grande traumatismo:
À terça feira Dom João de Meneses não avia de cometer cousa alguma polo que lhe aconteceo na morte do principe Dom Afonso, como é notorio e sabido a todos os deste reino. Dizem que estando no Algarve, em um lugar seu que se chama Aljazur, em uma terça feira, lhe dérão cartas d'el-rei Dom João o segundo e do principe Dom Afonso seu filho, que fose à corte, e se fez prestes e partio a outra terça feira, e tardando oito dias no caminho chegou a Santarem, donde el-rei e o principe estavão, outra terça feira, e dahi a oito dias, outra terça feira, correndo a carreira em Alfange, levando o principe pela mão, caio do cavalo, da qual queda logo morreo. Deste tão desestrado caso lhe ficou tão grand odio e agouro que nunca a terça feira cometeo cousa alguma, posto que depois foi capitão d'Arzila e d'Azamor e se lhe oferecêrão casos suficientes; e dizia Dom João que em tal dia se pudesse escusar abrir as portas o faria.
Depois da morte de D. Afonso, D. João II nomeou como sucessor o Duque de Beja, seu primo, que viria a governar como D. Manuel I de Portugal e que casou depois com Isabel, a viúva do infante Afonso.
Joana de Portugal, O.P. (também chamada Santa Joana Princesa embora oficialmente apenas seja reconhecida pela Igreja Católica como Beata) (Lisboa, 6 de fevereiro de 1452 — Aveiro, 12 de maio de 1490) foi uma princesa portuguesa da Casa de Avis, filha do rei D. Afonso V e de sua primeira mulher, a rainha D. Isabel.
Chegou a ser jurada Princesa herdeira da Coroa de Portugal, título que manteve até ao nascimento do seu irmão, o futuro rei D. João II.
Foi regente do reino em 1471, por altura da expedição de D. Afonso V a Arzila.
Foi também uma grande apoiante do irmão, o rei D. João II de Portugal.
Filha de D. Afonso V, a princesa Joana recebeu uma educação esmerada, humanística, a cargo de dois letrados ilustres da época, Cataldo Áquila e Parísio Sículo.
Propostas de casamento:
Após recusar veemente várias propostas de casamento, Joana juntou-se ao convento dominicano de Jesus, em Aveiro, em 1475. Seu irmão, até então, foi dado um herdeiro, para que a linha da família não estivesse mais em perigo de extinção. Ainda assim, ela foi obrigada várias vezes a deixar o convento e voltar à corte.
Recusou uma proposta de casamento de Carlos VIII de França, 18 anos mais novo que ela. Em 1485, ela recebeu outra oferta, do recém-viúvo Ricardo III de Inglaterra, que era apenas oito meses mais novo. Esta era para ser parte de uma aliança de casal conjugal, com sua sobrinha Isabel de Iorque a se casar com seu primo, o futuro D. Manuel I. No entanto, a morte de Ricardo em combate, do qual Joana supostamente teve um sonho profético, suspendeu esses planos.
Joana nunca chegou a professar votos de freira dominicana por ser princesa real e potencial herdeira do trono. No entanto viveu a maior parte da sua vida no Convento de Jesus de Aveiro, desde 1475 até à sua morte, seguindo em tudo a regra de vida e estilo das monjas.
Beatificação:
A princesa Joana foi beatificada em 1693 pelo Papa Inocêncio XII, tendo festa a 12 de maio. E o Papa Paulo VI, a 5 de janeiro de 1965, declarou-a especial protetora da cidade de Aveiro.
Renascimento:
No início do século XVIII, a nobreza portuguesa, clero e corte tiveram um renascimento do interesse pela princesa. Durante este tempo, o artista português Manuel Ferreira e Sousa foi o artista mais famoso nesse renascimento. Ele foi contratado por várias instituições religiosas, nobres e até a família real para pintar cenas de sua vida.
Está sepultada no Mosteiro de Jesus em Aveiro.
João, Príncipe de Portugal (29 de Janeiro de 1451 - 1451) foi o primeiro filho do rei Afonso V e da sua primeira mulher, a rainha Isabel. Foi jurado príncipe herdeiro da Coroa de Portugal mas faleceu pouco depois da nascença, pelo que o título de Príncipe de Portugal passou novamente para o Infante Fernando, Duque de Viseu, seu tio.
Está sepultado num túmulo nas Capelas Imperfeitas do Mosteiro da Batalha.
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Joana de Avis (Quinta do Monte Olivete, 20 de março de 1439 — Madrid, 13 de junho de 1475) foi infanta de Portugal e rainha de Castela, de 1455 até à sua morte.
Joana era filha póstuma de Duarte I, rei de Portugal (1391-1438) e da sua esposa, a infanta Leonor de Aragão. Era neta materna de Fernando I de Aragão (filho de João I de Castela e de Leonor, infanta de Aragão) e da sua esposa Leonor Urraca de Castela, senhora de Alburquerque (neta do rei Pedro I de Portugal) e paterna de João I de Portugal (filho de Pedro I de Portugal e de Teresa Lourenço) e de Dª Filipa de Lencastre (filha de Branca de Lencastre e de João de Gante, duque de Lencastre e neta de Eduardo III de Inglaterra). Descendia por parte da avó materna e do avô paterno dos primeiros reis de Portugal, dos reis de Castela e de Aragão por parte do avô Fernando e por parte da avó Filipa dos primeiros reis Ingleses.
Joana teve irmãos importantes, como é o caso de Leonor, infanta de Portugal, que se casou com Frederico III da Alemanha e de Afonso V de Portugal.
Quando nasceu Joana, já o seu pai tinha falecido de peste e subido ao trono o seu irmão mais velho, Afonso V, com apenas 7 anos. Joana foi criada pela mãe, a rainha-regente Leonor, até aos seis anos, altura em que ficou órfã, pelo seu tio, Pedro, duque de Coimbra e regente até 1449.
Afonso V casou a sua irmã Joana com o primo Henrique IV de Castela (nessa altura já reinava como soberano de Castela), filho de Maria, infanta de Aragão (irmã mais velha da mãe de Joana) e de João II de Castela, em 1455, tendo ela apenas 16 anos e ele já 30.
Joana teve algumas relações extra-matrimoniais, das quais nasceram alguns filhos ilegítimos, nomeadamente de Pedro de Castilla y Fonseca:
Do matrimónio com Henrique IV de Castela nasceu Joana, a Beltraneja (1462-1530), que foi nomeada herdeira de seu pai, em 1468 e veio a casar-se por ordem da mãe com Afonso V de Portugal, seu tio, em 1475.
Joana, infanta de Portugal veio a ser repudiada pelo marido, devido às relações extra-matrimoniais em 1474 e voltou para Portugal, onde veio a falecer precocemente em 1475, com apenas 36 anos de idade, deixando a sua filha Joana, a Beltraneja, com apenas 13 anos, órfã.
Catarina de Portugal (Lisboa, 26 de novembro de 1436 — Lisboa, 17 de junho de 1463), infanta e religiosa de Portugal, era filha do Rei de Portugal, D. Duarte I (1391-1438) e de sua esposa D. Leonor de Aragão (1402-1445). Eram seus irmãos o futuro Rei D. Afonso V de Portugal, sucessor do pai, D. Fernando, duque de Viseu, D. Leonor, imperatriz do Sacro Império Romano e D. Joana, rainha de Castela.
Foi prometida em casamento a Carlos IV de Navarra, Príncipe de Viana, mas este faleceu prematuramente a 23 de setembro de 1461, e após os casamentos de suas irmãs Leonor e Joana, D. Afonso já não tinha interesse em formar outras alianças políticas. Catarina passou a levar uma vida religiosa no convento de Santa Clara. Era uma infanta cultivada, autora de muitos livros relacionados com a moralidade e a religião.
Faleceu aos 26 anos, em Lisboa, a 17 de junho de 1463 e foi sepultada no Convento de Santo Elói, convento este que pertencia à Congregação dos Cónegos Seculares de São João Evangelista (vulgarmente conhecidos por Lóios), sendo uma das casas mais protegidas pelo poder régio e aí se realizaram por várias vezes reuniões do braço da nobreza nas Cortes.
D. Jorge da Costa, cardeal de Alpedrinha, mandou construir um mausoléu na igreja do convento para albergar os restos mortais da infanta. Este túmulo foi transferido ainda antes do terramoto para o Convento do Beato (Lisboa). Em finais do Século XVII, a antiga Igreja de Santo Elói foi demolida, dando lugar a uma nova construção, sob a direção do arquitecto João Antunes. Por esta época, o convento albergaria cerca de meia centena de religiosos e, em termos económicos, seria a segunda casa mais importante da Congregação, depois de Vilar de Frades.
O edifício do Convento de Santo Elói ficou bastante danificado com o Terramoto de 1755 e os cónegos foram provisoriamente transferidos para oConvento de São Bento de Xabregas (Convento do Beato), casa e sede da Congregação situada nos arredores de Lisboa.
Em 1834, no âmbito da "Reforma Geral Eclesiástica" empreendida pelo Ministro e Secretário de Estado, Joaquim António de Aguiar (1792-1884), executada pela Comissão da Reforma Geral do Clero (1833-1837), pelo Decreto de 30 de Maio, foram extintos todos os conventos, mosteiros, colégios, hospícios e casas de religiosos de todas as ordens religiosas. Quando extinto, não estava ainda concluída a reconstrução do convento. Aqui se instalou a 5ª Companhia da Guarda Municipal, mais tarde Guarda Nacional Republicana tendo as celas passado a casernas acabando também o convento por perder todo o aspecto interior e exterior, devido às obras de adaptação às novas funções. Neste momento todo o conjunto dos edifícios encontra-se desocupado.
Hoje o túmulo da infanta repousa no Convento do Carmo, em Lisboa, no âmbito da criação do Museu Arqueológico do Carmo, fundado em 1864 pelo primeiro presidente da Associação dos Arqueólogos Portugueses, Joaquim Possidónio Narciso da Silva (1806-1896). Foi o primeiro museu de Arte e Arqueologia do país, e nasceu dos objectivos de salvaguarda do património nacional que se ia delapidando e deteriorando, em consequência da extinção das Ordens Religiosas e dos inúmeros estragos infligidos durante as Invasões francesas em Portugal e as Guerras liberais.
D. Duarte de Portugal foi um filho do Rei Duarte I de Portugal e de Leonor de Aragão. Nasceu e morreu em 1435.
Leonor de Portugal (em português antigo: Lyanor ou Lianor; Torres Vedras, 18 de setembro de 1434 - Wiener Neustadt, 3 de setembro de 1467) foi uma infanta portuguesa da Dinastia de Avis filha do rei Duarte I de Portugal e da sua esposa Leonor de Aragão. Quando o seu pai morreu em 1438, a infanta com apenas quatro anos é confiada à regência, primeiro de sua mãe e depois de seu tio o Infante D. Pedro, Duque de Coimbra. Foi criada juntamente com suas irmãs D. Catarina e D. Joana em Lisboa.
Graças à projeção internacional de Portugal a partir de Quatrocentos devido a Era dos Descobrimentos e às riquezas daí resultantes, Dona Leonor é considerada para esposa do Delfim de França, Luís de Valois e do Imperador Frederico III. As negociações deste último projeto revelam-se frutíferas e os esponsais celebram-se em 1451. Dona Leonor parte para Itália para se reunir ao marido, sendo ambos coroados pelo Papa Nicolau V na Basílica de São Pedro, em Roma, a 16 de março de 1452. Foi a última Imperatriz do Sacro-Império Romano-Germânico a ser coroada em Roma pelo Sumo Pontífice.
Do enlace entre as Dinastias de Avis e de Habsburgo nasceram cinco filhos, dos quais dois sobreviveram: Maximiliano I do Sacro Império Romano-Germânico, que sucedeu a seu pai e Cunegunda da Áustria (1465-1520), que se casaria com o duque Alberto IV da Baviera. De Dona Leonor descende toda a linhagem da Casa de Áustria; entre os seus bisnetos contam-se o Imperador Carlos V, Senhor do Mundo, que iniciou o ramo espanhol da Casa de Áustria que viria a reinar em Portugal, e o Imperador Fernando I, que deu origem ao ramo austríaco da dinastia de Habsburgo.
D. Leonor nasceu no seio de uma das famílias reais mais cultas do século XV e numa corte cuja riqueza e prosperidade apenas aumentaram durante a sua vida. Filha de um dos príncipes da Ínclita Geração, Dona Leonor cresceu envolvida pelos exemplos de nobreza e distinção dos seus familiares. O seu pai era o Rei Filósofo, o autor de tratados de montaria, a personificação do cavaleiro galante; o seu tio D. Pedro, Duque de Coimbra em Portugal e Duque de Treviso em Itália, dito o príncipe mais culto do seu tempo, era o Infante das Sete Partidas que correra o mundo conhecido; o seu tio D. Henrique, dito o Navegador, era o homem de visão que impulsionava o Reino para novos caminhos de riqueza e glória; a sua tia D. Isabel, Duquesa consorte da Borgonha, era cada vez mais respeitada por toda a Europa como uma das mais inteligentes governantes do seu tempo e o seu tio Fernando, o Infante Santo morreu cativo em África pela honra de Portugal e do Rei, seu irmão. Foi no seio destas personagens e dos seus exemplos que D. Leonor cresceu.
Foi privada de seu pai aos quatro anos; a sua mãe viu-se forçada a abandoná-la doente em Almeirim quando partiu na senda de refúgio em Castela, após perder a contenda de intrigas palacianas pelo controlo da Regência. O príncipe-herdeiro D. Afonso, o secundogénito D. Fernando, assim como suas três irmãs - D. Leonor, D. Catarina e D. Joana ficam então sob a guarda do tio D. Pedro, Duque de Coimbra.
D. Pedro entrega D. Leonor aos cuidados de D. Guiomar de Castro dama de nobre e elevada linhagem, filha do Senhor de Cadaval e esposa do aio do Infante D. Afonso, D. Álvaro Gonçalves de Ataíde, futuro Conde de Atouguia. A partir de 1445, após a morte de sua mãe, sabe-se que a Infanta terá tido casa própria juntamente com suas duas irmãs. Sabe-se que terão servido na casa das Infantas, entre outros, Beatriz Pereira, Branca de Lira, D. Violante Lopes, Maria Rodrigues, Catarina Lopes Bulhoa, Diogo de Torres e Fernão de Torres. D. Leonor tem à data onze anos e datam muito provavelmente desta altura as primeiras comunicações entre os seus tios D. Pedro e D. Isabel, Duquesa da Borgonha, no que respeita às futuras alianças matrimoniais das Infantas.
Casou com Frederico III do Sacro Império Romano-Germânico.
Leonor e Frederico tiveram cinco filhos:
Leonor de Portugal morreu aos 32 anos de disenteria em Wiener Neustadt, a 3 de fevereiro de 1467, e foi enterrada no mosteiro cisterciense de Neukloster ou da Santíssima Trindade, onde o seu túmulo ainda pode ser visto.
D. Maria de Portugal era filha do Rei D.Duarte I de Portugal e de Leonor de Aragão. Nasceu e faleceu em 1432.