Fotografia de S.M. a Rainha Dona Amélia com a Condessa de Seisal, "Mariquita", como era conhecida, de seu nome Maria Germana de Castro Pereira Corrêa Henriques. Assinada por S. M. e datada de "22-V-1945", com indicação do local "Quinta da Vigia Sintra".
Em Abril de 1886, 25 anos após o Seu falecimento, abriam-se os apartamentos d’El-Rei Dom Pedro V no Palácio das Necessidades.
O óbito de D. Pedro V consternara profundamente o Povo Português - a quem dera Esperança e alento, novamente, para se Cumprir Portugal -, e a Europa monárquica em geral.
Acompanhado dos áulicos, El-Rei Dom Luís I - a quem cumprira reinar depois da morte do amantíssimo irmão – rodou a chave do quarto de Dom Pedro e foi invadido pelo cheiro a mofo saído de outra época. Sobre um cabide repousava o manto real do Rei de cujus afastando qualquer dúvida de quem tinha sido o real ocupante daqueles aposentos.
Então, Dom Luís dirige-se à secretária do irmão, começa a abrir as gavetas e resgata do oblívio a sabedoria em forma de ‘Escritos’ d’El-Rei Dom Pedro V.
‘Enquanto qualquer reforma útil tenha de depender forçosamente de considerações pessoais, as mais das vezes prejudicialíssimas para o bem público, nunca faremos coisa capaz, e nunca resolveremos satisfatoriamente as grandes questões económicas de que depende o nosso bem-estar’; ‘O espírito utilitário do nosso século abaixa o nível das ideias do homem, e produz a enfeudação do espírito à matéria.’, escreveu, entre milhares de páginas, El-Rei Dom Pedro V de Portugal.
Numa escrita quase mecanográfica, pérolas de sabedoria saíam dos imensos cadernos de Dom Pedro V, pois nunca um Rei fora tão preparado para reinar, instruído numa noção voluntarista de governação e em prol do bem da coisa comum. Monarca infatigável e meticuloso dedicava-se afincadamente no governo do País, estudando com minúcia as deliberações governamentais propostas e o impacto delas.
Miguel Villas-Boas - Plataforma de Cidadania Monárquica
Uma descrição das celebrações do Natal no Paço da Ajuda no tempo de El Rei Dom Luiz I e da Rainha Dona Maria Pia:
"Os convites, feitos em nome do Príncipe Real e de Seu Irmão o Infante D.Affonso, eram mandados aos filhos das pessoas da Côrte, da casa militar, dos ministros d'Estado e do Corpo Diplomático. Neste anno houve duas árvores de Natal às quaes assisti. Uma delas foi de tarde, mas a outra foi à noite, depois do jantar.
As creanças, levadas pelos Paes, juntavam-se na grande salla d'espera que se segue à Salla chamada dos Archeiros. Estou a ouvir a algazarra da pequenada impaciente, e a ouvir também a exclamação de toda ella quando o Visconde de Mossamedes de cara amável abria de par em par as portas da salla do Conselho d'Estado, onde estava toda a Família Real.
No meio via-se um enorme pinheiro illuminado e cheio de presentes. Uma onda de creanças invadia a salla com fúria, e era tal o deslumbramento de todas ellas, que nos primeiros minutos se calavam, para depois recomeçarem em gritaria reforçada. Restabelecida com difficuldade a ordem, começava a distribuição dos presentes.
De uma vez tive um uniforme de hussard, e d'outra uma caixa de jogos da qual ainda conservo restos, e já la vae mais de meio século. Além do presente grande, cada pequenino convidado levava para casa uma carregação de rebuçados, chocolates e canudos de confeitos.
A festa acabava por um jantar, ou ceia, na Salla de Mármore, sob presidência dos dois filhos d'El-Rei. A mesa tinha ao centro uma fonte de água corrente. Serviam muitos creados fardados.
As famílias encostadas às paredes estavam encantadas com a felicidade dos respectivos meninos, a Rainha (Dona Maria Pia) não parava, sempre a chegar-se aos convidados dos filhos para ver se estavam contentes."
( Memórias do Professor Thomaz de Mello Breyner - 4º Conde de Mafra )
O Museu do Tesouro Real vai ser inaugurado no próximo dia 1 de Junho, no Palácio Nacional da Ajuda, em Lisboa, marcando a conclusão de uma obra com 226 anos, que irá receber mil jóias da coroa portuguesa. A data da inauguração tinha ficado adiada para depois das eleições legislativas de 30 de Janeiro, como noticiou o PÚBLICO, depois de ter estado inicialmente prevista para Novembro de 2021.
A informação foi divulgada esta quarta-feira pelos promotores do projecto, que envolve a Direcção-Geral do Património Cultural (DGPC), a Associação de Turismo de Lisboa (ATL) e o município.
Segundo a apresentação do projecto feita em Junho do ano passado, o novo museu nacional funcionará dentro de uma caixa-forte com alta segurança, dentro do edifício então acabado, mas totalmente separado das duas torres laterais, criadas para aumentar as acessibilidades do Palácio da Ajuda.
Joaquim José de Sousa Lobato, 2.º barão e 2.º visconde de Magé (20 de Outubro de 1770 - 1837) Senhor de S. João de Rei, alcaide-mor de Castelo de Vide, do conselho do rei D. João VI, seu guarda-roupa; porteiro da câmara da infanta regente, D. Isabel Maria, comendador da Ordem de Cristo, e da Torre e Espada; conselheiro da Fazenda, no Brasil e em Portugal, escrivão da Fazenda do Tribunal no Rio de Janeiro, proprietário do ofício de escrivão das marcas na Alfândega Grande de Lisboa.
Nasceu a 20 de outubro de 1770, faleceu em 1837. Era filho de José Joaquim de Sousa Lobato, fidalgo da Casa Real, guarda-roupa da rainha D. Maria I, comendador das ordens de Cristo e da Torre e Espada, proprietário do ofício de escrivão da Mesa Grande, e de escrivão das marcas da Alfândega Grande de Lisboa; casado com D. Maria Joana Henring.
O visconde de Magé sucedeu na casa e no título a seu irmão mais velho, o 1.º barão e 1.º visconde, e casou em 19 de setembro de 1803 com D. Mariana Clementina de Araújo e Albuquerque, filha do desembargador António José de Araújo, e de sua mulher D. Ana José Maria de Albuquerque. O título de barão foi verificado na segunda vida, por decreto de 16 de agosto de 1827.
Esta mesa foi feita de propósito para os estudos dos filhos da Rainha D.Maria. Também foi usada por os membros seguintes da Família Real Portuguesa, inlcuindo o Príncipe Real Luís Filipe e o Infante D.Manuel (futuro Rei D.Manuel II). Esta mesa está no Paço Ducal de Vila Viçosa.
Antônio de Arrábida nasceu na cidade de Lisboa, em Portugal, a nove de setembro de 1771. Aos 15 anos, após finalizar seus primeiros estudos, entrou para o claustro do convento de S. Pedro de Alcântara e, pouco depois, foi nomeado bibliotecário do convento de Mafra. Este, construído junto à Basílica e ao Palácio Nacional daquele pequeno município português, parte do distrito de Lisboa, foi por muito tempo residência sazonal da família real, que, durante a regência do Príncipe D. João, passou a habitá-lo de forma permanente. É nesse momento que o príncipe começa admirar o trabalho do frade, chamando-o para ser o seu Conselheiro Real.
Passados alguns anos, a fim de assegurar o poder da Casa de Bragança sobre o grandioso Império luso-americano, D. João aventou a possibilidade de enviar ao Brasil seu filho D. Pedro, que passaria a ser seu condestável, título honorífico que o qualificava representante do príncipe regente no novo continente. A partir dessa ideia, nomeia Frei Arrábida para o ofício de preceptor do condestável, tornando-lhe responsável por D. Pedro e por seus estudos no Brasil. Porém, com a notícia da invasão francesa a Portugal, o frade é comunicado sobre a mudança de planos: o número de passageiros rumo ao Brasil havia aumentado, D. João e toda a família real também partiriam para a América. Ainda assim, Frei Arrábida e D. Pedro viajam no mesmo navio, selando uma fiel ligação que se estenderia por muitos anos.
Após a chegada ao Rio de Janeiro, o frade prefere se instalar no Convento de Santo Antônio a morar no Palácio Real. Assim, apesar da pequena propensão aos estudos, D. Pedro passa a subir constantemente as escadarias do convento para estudar piano e receber conselhos de seu preceptor.
Anos depois, com a volta de D. João VI a Portugal, D. Pedro designou Arrábida ao mesmo posto de Conselheiro que este havia ocupado durante o Império Joanino. Além disso, logo após a independência, em 23 de outubro de 1822, o Frei é nomeado ao cargo de Bibliotecário, passando a acumular o antigo posto de Conselheiro a esta nova função. Arrábida torna-se, portanto, o primeiro Bibliotecário da Biblioteca Imperial e Pública da Corte, título que, apesar de inédito, substituía o de Prefeito da Real Biblioteca, destinado aos principais encarregados pela organização e conservação do acervo documental.
Em 12 de novembro deste mesmo ano, em nome de D. Pedro I, o ministro do Reino e dos Negócios Estrangeiros, José Bonifácio, determina a obrigatoriedade do envio à Biblioteca de um exemplar de quaisquer obras, folhas periódicas e volantes que se imprimissem na Tipografia Nacional. Na época, entretanto, ainda em sua primeira sede, aos fundos do Convento de Nossa Senhora do Carmo, a Biblioteca não tinha as condições ideais para abrigar um acervo tão fértil. Na tentativa de minimizar o problema, Frei Arrábida organiza um Índex da livraria, a fim de melhor dimensioná- la, e um Livro Memorial, em que, a partir do ano de 1822, passaria a registrar todos os documentos recebidos.
Em meio a esse trabalho de ordenação, o Bibliotecário encontra os manuscritos botânicos de frei José Mariano da Conceição Veloso, Florae fluminensis, que havia sido doada à D. João pelo Convento de Santo Antônio, em 1811, após a morte do autor, e, pouco depois, teria desaparecido. A preciosa obra trazia a descrição e os desenhos de mais de 1700 espécies de flora e fauna da região do Rio de Janeiro e São Paulo, coletadas entre 1782 e 1790.
Ao reencontrá-la, Frei Arrábida descreveu em carta solene ao Imperador a emoção sentida e, devido à importância atribuída à obra, solicitou a publicação de seu texto aqui no Brasil, oferecendo-se para as devidas correções de impressão. Em resposta, D. Pedro ordenou a aprovação da proposta e, reconhecendo o zelo do Bibliotecário, determinou que o texto da obra fosse aqui impresso na Tipografia Nacional, autorizando-o a remeter os desenhos a Paris para serem litografados na oficina de Lasteyrie. A direção de todos estes trabalhos ficou a cargo do Bibliotecário, “ por lhe serem louváveis, e muito análogos ao seu patriotismo” .
Em 1825, a impressão da obra começou na Tipografia Nacional do Rio de Janeiro. A reprodução das estampas, iniciada em 1827 em Paris, levou quatro anos e quatro meses para ser finalizada. Quando os últimos fascículos já estavam sendo impressos, D. Pedro I abdica do trono, volta a Portugal e o novo governo brasileiro ordena a suspensão da impressão. Após uma briga judicial, a obra foi, enfim, terminada e, segundo o livro Phitographia ou Botânica brasileira, de Alexandre José Mello Moraes, 500 exemplares foram enviados ao Rio de Janeiro, ficando em Paris os outros 1500, “ os quais, não sendo reclamados, foram entregues não sei a quem, e dos quais salvaram- se algumas coleções; e por fim, se reconhecendo que essas estampas não eram mais procuradas, foram vendidas ou dadas ao chapeleiro que fornecia barretinas (chapéu) para o exército francês”.
Ainda em 1826, D. Pedro I havia concedido a frei Antônio outra prova de sua estima, o título junto à Santa Sé de bispo titular de Anemúria, adicionando-lhe a nomeação de coadjutor do capelão-mor. Posteriormente, o Imperador o nomeou também diretor dos estudos de príncipes e princesas imperiais e o condecorou com a Grã-Cruz da Imperial Ordem da Rosa.
Sua evidente proximidade a D. Pedro I, entretanto, também lhe trouxe alguns problemas, fazendo o bispo de Anemúria passar por situações complicadas durante o período compreendido entre a abdicação desse até a coroação de D. Pedro II. Por conta da amizade com o ex-imperador, Frei Arrábida era mal visto pelos governantes regenciais, o que teria acarretado na ameaça de morte recebida em sua cela do covento, no dia 15 de julho de 1831. Temeroso por sua segurança, acabou por mudar-se do convento na tarde seguinte, permanecendo os três anos seguintes escondido na casa de um amigo, e por pedir exoneração do cargo de Bibliotecário, em 16 de agosto de 1831, perdendo o único vencimento que lhe restava dos cofres públicos.
Somente a partir de 1836, quando uma pensão lhe é concedida pelo legislativo, a situação pública e financeira de Arrábida começa a melhorar novamente. A criação do Colégio Pedro II na corte, em 1837, e o convite para ser o seu primeiro reitor, em 5 de fevereiro de 1838, também impulsionaram a sua reinserção social. Entretanto, a sua saúde começava a se mostrar cada vez mais fragilizada e, com apenas um ano de reitoria, Arrábida solicita sua exoneração do cargo a fim de se afastar da cidade para ser submetido a cuidados médicos.
Incansável, anos depois, o bispo de Anemúria volta à Corte para ser um dos assistentes da coroação e sagração de D. Pedro II e, em fevereiro de 1842, é nomeado mais uma vez Conselheiro, porém, não mais Real ou Imperial, mas sim do Estado Extraordinário. Sua retomada à vida pública novamente seria fugaz, afinal, após três anos, frei Arrábida acaba sendo destituído do cargo, passando a viver sob privações financeiras até os seus últimos dias.
Em meio a uma vida de tantos altos e baixos, Frei Antônio de Arrábida veio a falecer no dia 10 de abril de 1850 em sua cela do convento, lugar que sempre o acolheu.
O primeiro museu de coches do mundo foi criado em 1905, com a designação de Museu dos Coches Reaes, no antigo Picadeiro do Palácio Real de Belém (Lisboa), por iniciativa de Dona Amélia de Orléans e Bragança, com a finalidade de reunir, salvaguardar e apresentar ao público um importante acervo de viaturas pertencentes à Casa Real.
O Museu é hoje constituído por dois edifícios: o Antigo Picadeiro Real (Pç. Afonso de Albuquerque) e o Novo Edifício, em frente (Av. da Índia), inaugurado em 2015.
Aceite o desafio e venha visitar-nos no Antigo Picadeiro Real do MNC.
D. Afonso de Bragança, Príncipe da Beira e D. Isabel de Bragança, Duquesa de Bragança, visitaram o Centro de Interpretação das Linhas de Torres no Sobral de Monte Agraço, assim como, os Paços de Concelho da mesma localidade.
A convite do governo local, o Duque de Bragança, acompanhado da Infanta Dona Maria Francisca, viajou até Timor, onde se encontram para participar nas celebrações do Dia da Restauração da Independência e noutras actividades de carácter oficial e privado.
D. Júlia Adelaide Braamcamp de Almeida Castelo Branco foi Dama de Sua Majestade a Rainha D.Maria Pia, Camarista Aia dos Príncipes D. Carlos e D. Afonso, e Dama das Ordens de S.ta Isabel e de Maria Luísa de Espanha.
Foi casada com D. Fernando de Sousa Botelho Mourão e Vasconcelos, 2.º conde de Vila Real.
Era filha de Anselmo José Braamcamp de Almeida Castelo Branco, coronel de milícias e comendador da ordem de Cristo, e de sua mulher D. Maria Inácia Braamcamp.