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Retrato de plano inteiro de D. Luís I, à esquerda, e de D. João de Bragança, duque de Beja, seu irmão, à direita. Tirado enquanto jovens, encontram-se ambos sentados em cadeiras com o corpo virado intermediário para a esquerda, estando D. Luís, vestido com farda militar, o olhar diretamente para a objetiva e João de Bragança para a esquerda.
Fonte: https://www.biblio.com/book/fotografia-retrato-do-rei-d-luis/d/1586631923
Fonte: Wikipédia
Fonte: https://arquivo.casademateus.com/index.php/infante-d-fernando
Fonte: https://arquivo.casademateus.com/index.php/infante-d-augusto
Fonte: https://www.alamy.com/
Em 1573 realizou-se a célebre visita do Rei D. Sebastião ao Alentejo e ao Algarve, registada pelo cronista João Cascão em Relação da Jornada do Rei D. Sebastião, quando partiu da cidade de Évora.
É, portanto, através deste documento à guarda do Arquivo Nacional da Torre do Tombo (Manuscritos da Livraria, Nº 1104 «104») que ficamos a saber da passagem do “Desejado” pelas terras que na actualidade constituem a “Eurocidade do Guadiana”, ou seja: Castro Marim, Santo António de Arenilha (actualmente Vila Real de Santo António) e Ayamonte.
De facto, diz-nos o cronista que, no dia 2 de Janeiro de 1573, D. Sebastião e a sua comitiva iniciaram uma jornada de quarenta e quatro dias pelo Alentejo e pelo Algarve, regiões de importância capital no apoio às praças portuguesas do Norte de África. Entretanto, foi no dia 3 de Fevereiro (terça-feira) que o rei, depois de ouvir missa em Tavira, “partiu às sete horas pela posta para Castro Marim”, localizada a quatro léguas de distância. Contudo, diz-nos João Cascão que o monarca não se dirigiu directamente para aquela praça de fronteira. Com efeito, refere o cronista que D. Sebastião fez um desvio ao longo da praia para ver a fortaleza de Cacela, vila que na altura era comandada por D. Rodrigo de Meneses, partindo depois para Castro Marim. Ainda fora da vila, o rei foi recebido por “dez ou doze de cavalo, e duas bandeiras de ordenança, as quais passando El-Rei fizeram a salva”. O “Desejado” foi então recebido na porta da vila por António de Melo, alcaide-mor de Castro Marim, e pelos vereadores, sendo depois acomodado nos aposentos que lhe estavam destinados no castelo. Naturalmente que a presença do monarca naquela praça de fronteira foi motivo de curiosidade por parte dos ayamontinos, pelo que “muitos castelhanos e castelhanas formosas vieram ver El-Rei”.
Quanto à visita de D. Sebastião a Santo António de Arenilha, conta-nos João Cascão que, depois de jantar nesse dia 3 de Fevereiro, o rei embarcou num bergantim que mandou vir de Faro e, juntamente com alguns fidalgos, foi ver a barra “e um lugar pequeno, que está à entrada dela e defronte para Ayamonte, que chamam Santo António, o qual será de 15 ou 16 vizinhos (fogos), e é senhor dele Luís Leite”. Antes de embarcar, os frades castelhanos do mosteiro de San Francisco, em Ayamonte, vieram beijar-lhe a mão e, a meio do rio, vieram ao seu encontro onze bergantins enviados pela marquesa de Ayamonte e de onde se destacava um, bastante luxuoso, que a marquesa mandava para o monarca português “se embarcar nele” – convite ao qual o rei não anuiu. A fortaleza de Ayamonte disparou toda a artilharia e D. Sebastião foi seguido pela grande comitiva e por moças castelhanas que, “desejosas de ver El-Rei, chegaram-se ao seu batel e pediram-lhe que corresse a cortina, que o queriam ver – o que El-Rei fez”. Chegado a Santo António de Arenilha, viu a vila desde o bergantim, seguindo depois para Ayamonte, onde acudiu à praia e às janelas toda a gente, especialmente “muito formosas (mulheres)”, enquanto a artilharia da fortaleza disparava e repicavam os sinos das igrejas.
Note-se que, apesar do entusiasmo e da cortesia dos ayamontinos, o rei português parece ter respondido com uma certa frieza e distanciamento, não só ao declinar o bergantim enviado pela marquesa, como também pela sua atitude para com o corregedor de Ayamonte. De facto, diz-nos João Cascão que, desembarcado o “Desejado”, procurou o corregedor ayamontino beijar-lhe a mão, “mas não lha deu, e fez-lhe muito gasalho”. Mais: quando o corregedor se ofereceu para acompanhar o monarca português a Alcoutim, tal como lhe tinha ordenado a marquesa, D. Sebastião mando-o embora, alegando que “o havia de acompanhar ao outro dia”. Seja como for, e apesar de a marquesa de Ayamonte então se encontrar na vila de Lepe, todos os integrantes da comitiva que desembarcaram em Ayamonte foram muito bem atendidos por “moças, e muito formosas”, que serviram “laranjadas e caldeiradas de água de farelos”, por ser dia de Entrudo. De resto, o cronista é bastante claro ao registar o contentamento dos portugueses, “os quais desejavam que durasse o dia eternamente”. Porém, com o cair da noite, a comitiva voltou a recolher a Castro Marim, vila que, de acordo com João Cascão, era por então habitada por duzentos e cinquenta vizinhos, sendo muitos deles degredados.
No dia seguinte, dia 4 de Fevereiro, D. Sebastião partiu para Alcoutim, depois de jantar. Note-se que as ruas de Castro Marim até ao porto de embarque estavam cheias de castelhanos, encontrando-se entre estes o corregedor de Ayamonte, “com o bergantim concertado, e com os mais prestes para o serviço de El-Rei”. O monarca português, porém, recusou a amabilidade do ayamontino e, embarcando no bergantim que tinha vindo de Faro, despediu o corregedor, “o que ele, e os mais castelhanos sentiram em extremo”. No entanto, os bergantins ayamontinos acabaram por acompanhar o rei até Mértola, transportando alguns dos fidalgos mais destacados da comitiva portuguesa. Terminava assim a visita de D. Sebastião aos três municípios que na actualidade constituem a “Eurocidade do Guadiana”. Uma visita manifestamente rápida, mas que ficou registada na cronística sebástica.
Fonte: https://jornaldoalgarve.pt/a-visita-do-rei-d-sebastiao-a-eurocidade-do-guadiana-em-1573/
Quando o rei chegou a Lagos em janeiro de 1573 foi recebido num ambiente de festa (como em outras localidades já visitadas), estando a então vila, a mando das Vereações da Câmara, decorada com os melhores adereços que se puderam adquirir e para que o povo visse sua Majestade, titularidade que D. Sebastião passou a usar a partir de 11 de junho de 1557 e até à sua morte, aquando da sua deslocação a Guadalupe para uma reunião com o seu tio Filipe I de Espanha.
Quando o monarca entrou na vila, que de acordo com o cronista, esta estava pronta para ser cidade, foram abertas as Portas de Portugal, caminhando o rei pela rua Nova, um amplo espaço de moradias e vivência socioeconómica que jamais sairiam da mente do monarca, sendo sobretudo a sua baía que o faria voltar a Lagos por mais três vezes.
A música e as simulações de lutas acompanharam-no até aos seus aposentos, as casas do Alcaide-mor situadas junto ao castelo de Lagos, local que também serviu de pousada para D. João I antes de partir para a conquista de Ceuta em 1415. Junto ao rei sempre o ladearam um número restrito de companheiros que nunca o desampararam desde a sua juventude.
O ânimo e o regozijo do monarca foram tais que festejou os seus 19 anos nesta terra e como prenda de aniversário as autoridades de Lagos presentearam-no com uma corrida de touros, divertimento que associado à música, constituíram praticamente os seus únicos prazeres pessoais.
D. Sebastião tinha uma predileção muito especial pelas corridas de touros, aliás retomadas em Portugal no seu reinado, tendo as mesmas sido autorizadas, a seu pedido, pelo Papa Gregório XIII, com a condição das mesmas serem realizadas apenas com a presença do rei (touradas reais), proibindo aos clérigos regulares a sua participação, devendo os animais estarem embolados (com as hastes cortadas, para evitar o derramamento de sangue dos homens nas arenas), mas sobretudo pela música, que sempre o acompanhava, tanto nas horas das refeições, como nos momentos em que tinha de despachar documentos, assim como nas suas deslocações ou momentos de lazer, como aconteceu em Lagos quando se deslocou, para orações, à capela de Nossa Senhora da Piedade ou, na fatídica Batalha de Alcácer Quibir, onde em campo de batalha se ouviram soar trompetas e outros instrumentos musicais utilizados por elementos da Capela Real.
Fonte: https://www.barlavento.pt/opiniao/dom-sebastiao-e-o-relacionamento-com-as-mulheres
David Knights-Whittome (29 de dezembro de 1876 - 4 de novembro de 1943) foi um fotõgrafo britânico que fotografou vários membros da realeza europeia incluindo a família real portuguesa.
Entre os seus clientes estavam Edward VII, George V, o príncipe Edward (mais tarde Edward VIII), Afonso XIII de Espanha, Manuel II de Portugal e a rainha Maud da Noruega. Ele também foi um dos fotógrafos oficiais na investidura do Príncipe Edward em 1911 como Príncipe de Gales no Castelo de Carnarvon.
Ele foi premiado com um Mandado Real de Nomeação no mesmo ano.
Ainda durante a vida do rei D. Carlos e no seguimento das visitas que efetuou a Londres, chegou ao conhecimento do Rei a alta qualidade dos trabalhos do fotógrafo britânico, David Knights-Whittome, fotógrafo da Casa Real britânica e membro da Royal Photographic Society.
Em 1905 David Knights-Whittome dirigiu-se a Lisboa a fim de fotografar o rei D. Carlos, o seu filho primogénito e herdeiro, D. Luís Filipe, e o Infante D. Manuel. Não chegou até nós a fotografia do rei D. Carlos, mas sim as duas fotografias dos seus filhos tiradas no túnel de entrada do Palácio das Necessidades. Os dois príncipes ofereceram essas fotografias, com dedicatórias, a sua mãe a Rainha D. Amélia e encontram-se hoje no gabinete de trabalho da Rainha no Palácio da Pena.
Fotografou também as salas do Palácio das Necessidades, nomeadamente a nova sala de banquetes, bem como a entrada dessa mesma sala, mais pequena, e que servia para as refeições diárias da família real.
Ainda nesse ano verificamos que retratou com todo o detalhe e com o seu alto sentido artístico, o interior do palácio de Monserrate, em Sintra, com as preciosidades que aquelas salas encerravam. Certamente a convite do seu proprietário, Sir Frederick Cook, Visconde de Monserrate, que não deixou escapar a oportunidade de solicitar o desempenho de tão prestigioso artista. Fotografou também os membros da família Cook e os grupos de amigos que frequentavam a sua bela casa, esplêndido recheio e maravilhosos jardins.
Regressou mais tarde a Lisboa, em 1909, quando já reinava D. Manuel II. O jovem Rei havia ingressado em junho desse ano na prestigiada Ordem da Jarreteira da Grã-Bretanha. Quiçá o Rei terá reencontrado David Knights-Whittome nas cerimónias da Ordem, na qualidade de fotógrafo oficial da Casa Real britânica. Nesse encontro poderá ter tido origem o convite do Rei.
Conhecemos uma carta do fotógrafo, de setembro de 1909, dirigida a um Mr. King, Cônsul britânico em Lisboa, pedindo a sua intercessão para que as autoridades alfandegárias não abrissem as caixas que continham as placas fotográficas de vidro, pois estas ficariam irremediavelmente perdidas se fossem expostas à luz. Nessa mesma carta encontramos uma anotação do Marquês de Lavradio, Secretário do Rei, clarificando que “Este photographo vem tirar retratos a S.M. El Rei”.
Segundo este blog David Knights-Whittome formulou, a 4 de março de 1910, em carta dirigida ao Marquês de Lavradio, um pedido para ser fotógrafo da Casa Real. O pedido viria a ser despachado a 13 de abril e o alvará passado a 27 desse mês.
Fontes:
https://en.wikipedia.org/wiki/David_Knights-Whittome
https://malomil.blogspot.com/2022/10/o-retrato-de-d-manuel-ii-com-os-trajes.html
Missa e Investidura no dia de São Jorge na Basílica da Santa Cruz, em Roma. A cerimónia contou com a presença de S.A.R. o Senhor D. Afonso, Príncipe da Beira, Cavaleiro Grã-Cruz de Justiça da Ordem Constantiniana.
A cerimónia realizou-se no dia 23 de Abril.
Fonte: Facebook Real Casa di Borbone delle Due Sicilie e Sacra e Militar Ordem Constantiniana de São Jorge
Já está disponível a Real Gazeta do Alto Minho, N.º 39
Neste número pode ler:
- Entrevista a S. A. R. a Infanta D. Maria Francisca de Bragança e ao Sr. Dr. Duarte Martins, Duques de Coimbra.
Editorial: “Os monárquicos e as próximas eleições europeias”, por Pedro Quartin Graça
- Se Sou, por Susana da Cunha Cerqueira
- O Homem que mandou matar, José Manuel Castro
- Eu e os símbolos nacionais, por Carlos Aguiar Gomes
- Crónica da Restauração da Independência, por Miguel Villas Boas
- A política agrícola comum, sua história e a actual crise, por José Craveiro Lopes Lobão
- Necessitamos de uma revolução pela liberdade: viva isabel! viva a família!, por Mónica Rodrigues
- Madre aguiar, uma distinção merecida, por Carlos Aguiar Gomes
- Japão, um dos estados mais modernos do mundo fiel às suas tradições milenares, por António Pinheiro Marques
- Sua Alteza Real, o senhor Dom Duarte e o infante Dom Dinis, Duque do Porto na procissão de Nosso Senhor do Bom Jesus dos Passos em Macau
- Em Díli, com D. Duarte de Bragança, por Pedro Bacelar de Vasconcelos
- Duque de Bragança recebe galardão pelo trabalho feito em prol da paz
- Comunicados: A Causa Real apoia a luta dos agricultores portugueses e Carta aberta aos responsáveis partidários
- O Segredo do segundo cérebro, por Gonçalo Sampaio e Melo
Para consultar clique aqui.
D. Isabel de Sousa Botelho Mourão e Vasconcelos era filha de D. José Luís de Sousa Botelho Mourão e Vasconcelos e D. Teresa Frederica Cristina de Sousa Holstein, condes de Vila Real.
A condessa de Rio Maior foi uma senhora extremamente bondosa, incansável no trabalho em favor da beneficência em Lisboa, vendo-se sempre à frente de todas as instituições que tivessem o fim de proteger os pobres. Foi a iniciadora e zelosa defensora das associações de assistência pública baseadas nas organizações paroquiais. Fundou escolas católicas para os dois sexos em diversas localidades. Obteve do governo a concessão do mosteiro das carmelitas da rua Formosa (actualmente rua do Século) e ali fundou um asilo para cegas, que foi inaugurado em 16 de Julho de 1878. A condessa de Rio Maior veio a falecer em 23 de Abril de 1890.
Foi dama da Rainha D. Maria II.
Casou-se, a 22 de Setembro de 1835 com D.João de Saldanha Oliveira Juzarte Figueira e Sousa, 5.° Conde e 2.º Marquês de Rio Maior.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Jo%C3%A3o_de_Saldanha_Oliveira_Juzarte_Figueira_e_Sousa
Infante D. Afonso fotografado, em 1909, pelo fotógrafo britânico David Knights-Whittome.