400 anos da canonização: mão da Rainha Santa Isabel volta a estar exposta ao público, até 2 de julho
Celebram-se 400 anos da canonização da Rainha Santa Isabel. É por isso um momento de festa em Coimbra, onde está sepultada.
O roseiral agora plantado não deixa enganar que o espaço tem ligações a uma das histórias mais duradouras da memória nacional: o milagre das rosas, protagonizado pela Rainha Isabel de Aragão, pois foi nessas flores que se transformou o pão para os pobres que transportava, quando questionada pelo marido, o Rei D. Dinis. Mas não é lenda que foi ela quem refundou o mosteiro de Santa Clara A velha.
Nasceu aí uma ligação entre cidade e monarca, que dura até hoje. Mas como ainda em 2016 foi possível perceber, o rio Mondego foi avesso ao legado da Rainha e ao sítio onde decidiu ser sepultada. O que não impediu que o povo a considerasse santa.
As cheias cada vez mais habituais, obrigaram a que Dona Isabel fizesse mudar o túmulo em pedra já preparado, de perto do altar para uma altura superior. Acabou sepultada no local hoje marcado pelo mármore, porque o rio foi indomável.
Mas nem ele foi capaz de parar um processo que implicou a abertura do local de descanso eterno da Rainha. A Rainha, tornada santa em Maio de 1625, acabou no mosteiro de Santa Clara-a-Nova.
Foi já no último quartel de 1600 que as monjas clarissas acabaram por se instalar na nova morada, e com elas vieram os restos mortais da monarca.
Há a tradição de ocasionalmente se deixar espreitar a mão da rainha santa aos devotos através de um óculo. Mostrada pela última vez em 2016, o ato volta a repetir-se na segunda quinzena de Junho, para celebrar os 400 anos da canonização.
Hoje é a Confraria da Rainha Santa Isabel, fundada já no século XVI, que se encarrega da parte religiosa do mosteiro, das visitas ao espaço e das relíquias mantidas por ali.