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A Monarquia Portuguesa

Este blog pretende ser o maior arquivo de fotos e informações sobre a monarquia portuguesa e a Família Real Portuguesa.

Sab | 27.02.21

Biografias - Berengária de Portugal

Blog Real

D. Berengária ou Berenguela Sanches de Portugal (1196/98 — Ringsted, 27 de março de 1221), foi uma Infanta de Portugal e, posteriormente, Rainha da Dinamarca. Esta união representou uma das primeiras tentativas de estabelecimento de alianças entre países distantes entre si, e provou ser de sucesso, uma vez que resultaram dessa união três futuros reis da Dinamarca: os príncipes Érico, Abel e Cristóvão.

Primeiros anos:

Berengária era a décima filha do Rei Sancho I de Portugal e da sua esposa, a Rainha D. Dulce. Teria uma irmã gémea, a infanta Branca. Não chegou a conhecer a sua mãe, uma vez que o par seria o último que Dulce traria à luz, morrendo pouco depois.

O testamento de Sancho I:

A 26 de março de 1211, falecia em Coimbra Sancho I. O seu testamento, de outubro de 1209 era claroː dividia as suas maiores porções entre o herdeiro, Afonso II de Portugal, e as suas irmãs Teresa, Sancha e Mafalda, legando às três, sob o título de rainhas, a posse de alguns castelos no centro do país - Montemor-o-Velho, Seia e Alenquer -, com as respectivas vilas, termos, alcaidarias e rendimentos). A própria Berengária era tratada como rainha, como todas as suas irmãs. Este testamento provocou violentos conflitos internos (1211-1216) entre Afonso II e as suas irmãs, pois Afonso tentava centralizar o poder régio e impedir a acumulação exagerada de bens pela Igreja e pela Ordens onde as suas irmãs ingressaram.

O conflito gerou também querelas, embora menores, com os restantes irmãos, que percebendo a política centralizadora do irmão, procuraram novos apoios e novas honrarias fora de Portugal. Foram os casos de Pedro, que conseguiu apoio em Aragão, e conseguiu ser, pelo casamento, conde de Urgel, e mais tarde, por beneplácito régio, rei de Maiorca, ou Fernando, que se tornaria conde da Flandres, e que se teria feito acompanhar por Berengária na sua jornada para a corte francesa para junto da sua tia e irmã de Sancho I, a condessa Teresa de Portugal.

Rainha da Dinamarca:

De França à Dinamarca:

A 26 de março de 1211, falecia em Coimbra Sancho I. O seu testamento, de outubro de 1209 era claroː dividia as suas maiores porções entre o herdeiro, Afonso II de Portugal, e as suas irmãs Teresa, Sancha e Mafalda, legando às três, sob o título de rainhas, a posse de alguns castelos no centro do país - Montemor-o-Velho, Seia e Alenquer -, com as respectivas vilas, termos, alcaidarias e rendimentos). A própria Berengária era tratada como rainha, como todas as suas irmãs. Este testamento provocou violentos conflitos internos (1211-1216) entre Afonso II e as suas irmãs, pois Afonso tentava centralizar o poder régio e impedir a acumulação exagerada de bens pela Igreja e pela Ordens onde as suas irmãs ingressaram.

O conflito gerou também querelas, embora menores, com os restantes irmãos, que percebendo a política centralizadora do irmão, procuraram novos apoios e novas honrarias fora de Portugal. Foram os casos de Pedro, que conseguiu apoio em Aragão, e conseguiu ser, pelo casamento, conde de Urgel, e mais tarde, por beneplácito régio, rei de Maiorca, ou Fernando, que se tornaria conde da Flandres, e que se teria feito acompanhar por Berengária na sua jornada para a corte francesa para junto da sua tia e irmã de Sancho I, a condessa Teresa de Portugal.

Ascenção ao trono:

Berengária encontrou no povo alguma resistência quanto à sua aceitação enquanto rainha, uma vez que a primeira esposa de Valdemar, Margarida-Dagmar, fora imensamente popular, sendo loura e com traços físicos nórdicos, aos quais o povo estava mais acostumado. Berengária, uma rainha do Sul, surge assim com uma beleza de olhos e cabelo escuro como os corvos. Foi bastante difícil para Berengária ganhar popularidade na Dinamarca, não podendo competir com a falecida rainha.

O casamento de Berengária coincidiu com uma altura de problemas económicos na Dinamarca, pelo que o povo foi sobrecarregado com impostos. Berengária teria sido injustamente acusada de causar a ruína do reino pelos seus gastos, embora uma grande parte destes impostos fossem investidos na guerra e não na rainha. Berengária, apesar de tudo, fez várias doações a igrejas e conventos. Foi ainda a primeira rainha dinamarquesa a usar uma coroa, que se encontrava no inventário dos seus pertences.

Morte e posteridade:

Berengária, após dar à luz uma rapariga e três varões, faleceu em trabalho de parto, em 1221. Foi enterrada em Ringsted, acompanhando a que foi sua rival, mesmo morta. Valdemar juntar-se-ia às duas esposas aquando da sua morte, em 1241.

Apesar da sua má reputação junto do povo, a prole de Berengária provou ao rei que o casamento tivera sucesso, e desta forma, para unir definitivamente as famílias reais portuguesa e dinamarquesa, casou o seu único filho da primeira mulher, Valdemar o Jovem, com outra infanta portuguesa, Leonor, filha de Afonso II de Portugal, em 1229.

As duas esposas de Valdemar teriam um papel proeminente junto do povo dinamarquês: se a primeira, Dagmar, era vista como suave, piedosa e ideal, Berengária teve uma imagem mais negativa, provavelmente devido aos seus cabelos negros, uma raridade naquele país, sendo vista como o estereótipo da mulher bela mas maldosa.

Quando o seu túmulo foi aberto pela primeira vez, em 1885, encontraram o seu crânio e os finos ossos do seu corpo, provando a sua beleza descrita nas lendas. Foi realizado um retrato baseado na análise dos seus restos, por forma a tentar encontrar uma semelhança mais perfeita com a realidade.

Casamento e descendência:

Do seu casamento com Valdemar II da Dinamarca nasceram:

  • Érico (1216-1250), rei da Dinamarca, casou-se 1239 com Judite da Saxónia.
  • Sofia (1217-24 de abril de 1241) casou c.1235 com João I de Brandemburgo.
  • Abel (1218-29 de junho de 1252), rei da Dinamarca, casou em 1237 com Matilde de Holstein.
  • Cristóvão (1219-29 de maio de 1259), casou em 1248 com Margarida Sambiria.