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A Monarquia Portuguesa

Este blog pretende ser o maior arquivo de fotos e informações sobre a monarquia portuguesa e a Família Real Portuguesa.

Sex | 03.10.25

Biografias - Pedro II do Brasil

Blog Real

D. Pedro II foi o imperador do Brasil durante quase 50 anos, reinando de 1840 a 1889. Era filho de D. Pedro I do Brasil/ Pedro IV de Portugal e D. Maria Leopoldina. Foi coroado imperador por meio de um golpe parlamentar conhecido como Golpe da Maioridade. Foi deposto pela Proclamação da República e morreu exilado em Paris.

Era irmão da Rainha D. Maria II de Portugal.

Primeiros anos:

Pedro de Alcântara João Carlos Leopoldo Salvador Bibiano Francisco Xavier de Paula Leocádio Miguel Gabriel Rafael Gonzaga, reconhecido como o imperador D. Pedro II, nasceu na cidade do Rio de Janeiro, no dia 2 de janeiro de 1825. Ele foi o único monarca a reinar sobre o Brasil que nasceu em solo brasileiro.

O pai de Pedro de Alcântara era D. Pedro I, imperador do Brasil de 1822 a 1831, e sua mãe era D. Maria Leopoldina, imperatriz do Brasil de 1822 a 1826. O nascimento de Pedro de Alcântara foi motivo de festa na corte, principalmente porque se garantia a sucessão dos Bragança no trono do Brasil.

Pedro de Alcântara foi o filho mais novo do casal e logo se tornou o herdeiro do trono, uma vez que os filhos homens que nasceram antes dele faleceram. Suas irmãs poderiam assumir o trono, mas a Constituição brasileira dava prioridade na sucessão para os filhos homens, mesmo se eles fossem mais novos.

Do ponto de vista familiar, a infância de Pedro foi solitária, uma vez que sua mãe faleceu quando ele tinha 1 ano de idade, seu pai o abandonou para retornar a Portugal quando ele tinha 5 anos, e ele mantinha contato limitado com suas irmãs. A criação e educação de Pedro ficaram sob responsabilidade de D. Mariana Carlota de Verna, sua aia.

A aia de Pedro de Alcântara foi escolhida por D. Pedro I para ser responsável pela tutoria e educação dele e manteve-se próxima ao seu tutorado durante toda a sua vida. Biógrafos de D. Pedro II contam que ele tratava D. Mariana como sua segunda mãe e chamava-a pelo apelido carinhoso de “dadama”.

Pedro de Alcântara recebeu uma ótima educação, fruto de sua posição como herdeiro do trono. Essa educação era parte da preparação para que ele pudesse assumir quando alcançasse a maioridade. Ele passava grande parte do dia estudando. Seus estudos se iniciavam pela manhã e se estendiam até tarde da noite.

Coroação de D. Pedro II:

Como mencionado, Pedro de Alcântara precisava alcançar a maioridade para assumir o trono brasileiro. Isso porque o seu pai, D. Pedro I, abdicou do trono em 1831, quando ele tinha pouco mais de 5 anos, em razão da crise que o país vivia e da sua impopularidade. D. Pedro I decidiu retornar a Portugal para defender o direito da sua filha ao trono português.

Com isso, o Brasil passou a ser governado por regentes, dando início àquilo que conhecemos como Período Regencial. Esse período ficou marcado pelas disputas políticas entre liberais e conservadores, pelos pedidos pelo federalismo e por rebeliões provinciais. As disputas políticas e a instabilidade do país levaram os liberais a apoiarem a antecipação da maioridade do herdeiro.

A possibilidade de antecipação da maioridade de Pedro de Alcântara era discutida desde 1835, mas, em 1840, essa ideia ganhou força e apoio. Os liberais propuseram essa solução em virtude da posse de Araújo Lima como regente do Brasil. A possibilidade foi aceita, e D. Pedro II teve a sua maioridade antecipada. Ele tinha 14 anos na ocasião (a maioridade era obtida com 18), e esse evento ficou conhecido como Golpe da Maioridade.

A antecipação da maioridade de Pedro aconteceu em 23 de julho de 1840, e a coroação dele foi celebrada em uma grandiosa cerimônia que aconteceu em 18 de julho de 1841. Com a coroação, ele se tornou D. Pedro II. Era o início do Segundo Reinado.

Vida Pessoal:

A posse de D. Pedro II como imperador do Brasil criou uma necessidade de Estado: casar o imperador. Os valores da época demandavam que a maioridade do imperador fosse garantida a partir de um casamento, que geraria herdeiros para o trono.

A busca por uma esposa para D. Pedro II se iniciou quando ele se aproximou dos 18 anos e não foi fácil, principalmente por causa da fama do pai de D. Pedro II e de todo o mal que ele causou a D. Maria Leopoldina, princesa de uma das monarquias mais tradicionais do continente. Por fim, chegou-se à princesa do Reino das Duas Sicílias, Teresa Cristina Maria.

O acordo para ela era irrecusável, uma vez que ela pertencia a uma família real empobrecida e que oferecia um dote pequeno. Além disso, ela arranjaria um marido que faria dela imperatriz. D. Pedro II, por sua vez, consolidava sua posição casando-se com uma princesa que tinha laços com os Bourbon e com os Habsburgo.

D. Pedro II aceitou casar-se com Teresa Cristina depois de receber o retrato dela. O casamento aconteceu por procuração em Nápoles, no dia 30 de maio de 1843. Em 3 de setembro, a imperatriz desembarcou no Brasil. A ansiedade de D. Pedro II em conhecer sua esposa fez com que ele embarcasse no navio que a trouxe para o Rio de Janeiro.

Lá eles se conheceram e as festividades seguiram como planejadas. Os historiadores contam que a reação de D. Pedro II foi perceptível: ele estava decepcionado. Conta-se que Teresa Cristina não era tão bonita quando o retrato fez parecer. Os relatos falam que ela era obesa, baixa e andava mancando.

Pessoas próximas ao imperador lembraram-no da importância do casamento, e ele se manteve casado com ela por toda a sua vida. A vida doméstica dos dois foi pacífica e quatro filhos nasceram desse casamento: Afonso, Isabel, Leopoldina e Pedro Afonso. D. Pedro II também manteve casos extraconjugais, sendo o da condessa de Villeneuve um dos mais conhecidos.

Principais acontecimentos do seu Reinado:

D. Pedro II reinou no Brasil durante 49 anos e, naturalmente, nesse período muita coisa aconteceu no país. Já na década de 1840, por exemplo, D. Pedro II teve de lidar com as disputas políticas violentas entre liberais e conservadores, as questões relacionadas com a proibição do tráfico negreiro e o acirramento de ânimos com os ingleses, etc.

Do ponto de vista económico, o reinado de D. Pedro II ficou marcado pela transformação do café no principal artigo de exportação do Brasil. À medida que o trabalho escravo foi sendo combatido e essa mão de obra foi diminuindo, o governo incentivou a vinda de imigrantes europeus para o país.

Últimos anos:

D. Pedro II fez três grandes viagens, entre as décadas de 1870 e 1880, passando por locais como Europa e Estados Unidos. As críticas feitas a ele levantavam o argumento de que ele preferia viajar a resolver os problemas do país.

Na ocasião das três viagens, a Princesa Isabel, a sua filha foi deixada como regente do país. 

No dia 15 de novembro de 1889 foi realizado um golpe, que foi consumado com a Proclamação da República por José do Patrocínio. No dia seguinte a isso, D. Pedro II e a família real receberam a notícia de que teriam de sair do Brasil.

No dia 17 de novembro de 1889, D. Pedro II e a sua família embarcavam com destino à Europa. Eles passaram um tempo em Portugal, local onde Teresa Cristina faleceu, em dezembro de 1889. D. Pedro II mudou-se para Paris, em França, e lá residiu em hotéis durante os últimos anos da sua vida. D. Pedro II faleceu com uma pneumonia no dia 5 de dezembro de 1891.

No dia 12 de dezembro de 1891 o último Imperador do Brasil foi sepultado no Panteão da Dinastia de Bragança, na Igreja de São Vicente de Fora, em Lisboa.
Mas no dia 8 de janeiro de 1925, foi transladado para o Mausoléu Imperial, na Catedral de S. Pedro de Alcântara, em Petrópolis, no Brasil.