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A Monarquia Portuguesa

Este blog pretende ser o maior arquivo de fotos e informações sobre a monarquia portuguesa e a Família Real Portuguesa.

Qui | 21.10.21

D. João de Meneses, aio de D.Afonso, o filho do Rei D.João II

Blog Real

D. João de Meneses (c. 1460 - Azamor 15 de maio de 1514) foi um militar português, 1.º capitão de Azamor e capitão de Arzila.

D. João de Meneses, filho de D. João de Menezes, 4º senhor de Cantanhede e de Leonor da Silva, chegou a levar os seguintes títulos : Alcaide-mor do Cartaxo, Comendador de Mogadouro (Ordem de Cristo) & Comendador de Aljezur, Camareiro-mor do príncipe D. João , Governador da Casa do príncipe D. João , Guarda-mor de D. Afonso.

Exerceu funções como aio de D.Afonso, filho do Rei D.João II.

Nos Anais de Arzila, Bernardo Rodrigues conta-nos a fatalidade da morte de D. Afonso, filho do rei D. João II, em terça-feira 13 de Julho de 1491 e como esse dia ficou maldito para D. João de Meneses:

"À terça feira Dom João de Meneses não avia de cometer cousa alguma polo que lhe aconteceo na morte do principe Dom Afonso, como é notorio e sabido a todos os deste reino.

"Dizem que estando no Algarve, em um lugar seu que se chama Aljazur, em uma terça feira, lhe dérão cartas d'el-rei Dom João o segundo e do principe Dom Afonso seu filho, que fose à corte, e se fez prestes e partio a outra terça feira, e tardando oito dias no caminho chegou a Santarem, donde el-rei e o principe estavão, outra terça feira, e dahi a oito dias, outra terça feira, correndo a carreira em Alfange, levando o principe pela mão, caio do cavalo, da qual queda logo morreo. Deste tão desestrado caso lhe ficou tão grand odio e agouro que nunca a terça feira cometeo cousa alguma, posto que depois foi capitão d'Arzila e d'Azamor e se lhe oferecêrão casos suficientes ; e dizia Dom João que em tal dia se pudesse escusar abrir as portas o faria.

Depois da Batalha de Azamor e da Batalha da Fonte do Bolião (Boulaouane), D. João retirou-se para Azamor, diz Bernardo Rodrigues, "não saio mais de casa, nem se ergueo de uma cama, até que faleceo, não querendo ver ninguém." p. 115.

Dom Manuel "o mandou visitar com palavras de excelente principe, mandando-lhe o titulo de conde D'Aljazur", enviando-lhe segundo Pedro de Mariz "muitos agradecimentos dos assinados serviços, que lhe fazia, & das famosas obras, que em seu nome acabava, rogando-lhe muito, por seu amor quisesse ainda ficar naquella nova cidade mais dous mezes; passados os quaes viria receber o galardão de seus ferviços que lhe satisfaria como merecia.[2] " Em resposta a isso "fez um vilancete e trovas, que andão no Cancioneiro português, que dizem :

Tirai-vos lá desenganos

não venhais
a tempo que não prestais[6]

 
— Garcia de Resende, Cancioneiro Geral, I, p.132-3 (ed. de Stuttgart).

Tinha casado com Isabel de Mendanha. Sem descendência.