Eugénia Maurícia Tomásia de Almeida Portugal, camareira-mor da Rainha D.Maria II e da Rainha D.Estefânia
Eugénia Maurícia Tomásia de Almeida Portugal (1784-1859), aristocrata portuguesa casada com o segundo conde de Ficalho, morto na Batalha de Arapiles (1812), mãe de quatro filhos empenhados nas fileiras liberais, foi encarcerada pelo governo de D. Miguel I, no Convento de Carnide.
Após a reposição da ordem constitucional, foi elevada a marquesa em 1833 e a duquesa em 1836.
Foi camareira-mor da Rainha D. Maria II (carta de 14-5-1836) e da Rainha D. Estefânia, Dama da Ordem de Sta. Isabel, etc. Esta senhora distinguiu-se pela sua grande nobreza e patriotismo de sentimentos heroicos, que igualavam os do seu marido. Foi dedicadíssima à causa da Rainha D. Maria II, da qual veio a ser Camareira-mor. No mais aceso das lutas contra D. Miguel, chamou a Condessa de Ficalho os quatro filhos varões ao oratório da capela do Palácio dos Caetanos, incitando-os a que cumprissem o seu dever de militares e na defesa dos princípios liberais com as palavras «Só Deus dá a virtude e o valor é uma virtude. Peçam a Deus que lhes dê valor». Todos oraram com a mãe, que deles se despediu, abraçando-os com a mais estóica impassibilidade. Só depois de eles saírem a sua sensibilidade de mãe que manda os filhos para a guerra reagiu e a Condessa foi encontrada por uma parente, caída e desmaiada sobre os degraus do altar.
No dia seguinte a casa foi invadida pelos esbirros miguelistas, que procuraram os rapazes e como não puderam achá-los, perguntaram pela mãe. A Condessa de Ficalho, calculando o que a esperava, tinha-se refugiado numa casa amiga, mas foi denunciada por uma criada que supunham de confiança! O governo de D. Miguel, por este facto, encarcerou-a no Convento de Carnide, onde durante cinco anos (1828-33), sofreu vexames e maltratos das freiras indisciplinadas.
Faleceu na sua residência da Rua do Carvalho, freguesia das Mercês, Lisboa, de ataque cardíaco, aos 74 anos. Foi sepultada em jazigo no Cemitério dos Prazeres.
Fonte: https://www.revistamilitar.pt/artigo/818 e wikipédia