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A Monarquia Portuguesa

Este blog pretende ser o maior arquivo de fotos e informações sobre a monarquia portuguesa e a Família Real Portuguesa.

Dom | 02.02.20

Francisco Manuel de Melo Breyner, 4º Conde de Ficalho, Mordomo-Mor da Casa Real

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Francisco Manuel de Melo Breyner, 4º Conde de Ficalho, nasceu em Serpa, a 27-07-1837, e faleceu em Lisboa, a 19-04-1903. O 4º Conde de Ficalho foi Escritor, Botânico e Professor Catedrático de Botânica da Escola Politécnica de Lisboa. Em conjunto com Andrade Corvo, Professor na mesma instituição, delineou o Jardim Botânico, no sítio do Monte Olivete e junto à Escola Politécnica, que começou a ser plantado em 1873 e foi inaugurado em 1878. Por ser o mais idoso dos “Vencidos da Vida” era considerado o presidente do grupo.

Filho de António José de Melo Breyner Teles da Silva, (2º Marquês de Ficalho)  e de Maria Luísa Braamcamp Sobral de Almeida Castelo Branco, filha dos 1º Condes de Sobral. Casou, em 1862, com D. Josefa de Meneses Brito do Rio, dama da rainha D. Maria Pia, filha de D. Pedro Pimentel de Meneses Brito do Rio e de D. Maria Krus.

Passou os primeiros anos da sua vida no Alentejo, em Serpa, vindo depois para Lisboa frequentar a Escola Politécnica.

Aos 17 anos de idade, com o Curso Preparatório concluído, fez parte da comitiva do rei D. Pedro V e de D. Luís, nas viagens realizadas a diferentes cortes da Europa, em 1854 e 1855.

Concluído o Curso da Escola Politécnica em 1860, neste mesmo ano concorreu a Lente substituto da cadeira de Botânica, para que foi nomeado provisoriamente em 1861, e passando a definitvo no ano seguinte, vindo a tornar-se um dos seus mais distintos e apreciados Professores. Por morte de Andrade Corvo, tornou-se Lente proprietário e Catedrático em 1890.

Incentivou o incremento dos estudos da flora portuguesa, e, no desempenho do lugar de Director do Instituto Agrícola (1864 a 1877), deu grande impulso ao Jardim Botânico. Desempenhou ainda o lugar de Inspector-Geral de Belas-Artes.

Gentil-Homem da Câmara de D. Luís, camarista de D. Carlos e, mais tarde, por morte do Marquês de Ficalho, Mordomo-Mor da Casa Real e membro do Conselho de Estado, efectivo a partir de Maio de 1893. Foi também escolhido, pelo Rei D. Carlos, para Embaixador na cerimónia de coroação do Imperador da Rússia, em 1896, ocasião em que foi agraciado com a Grã-Cruz da Ordem da Torre e Espada.

Possuía ainda a Grã-Cruz da Ordem de Carlos III de Espanha, era Cavaleiro das Ordens de Leopoldo da Bélgica, do Leão Neerlandês, da Águia Vermelha da Prússia, da Legião de Honra de França, de S. Maurício e S. Lázaro da Sardenha e de Ernesto Pio de Saxónia-Coburgo.

Pertenceu ao célebre grupo dos «Vencidos da Vida», a que presidiu. Foi sócio da Academia Real das Ciências, primeiro correspondente e depois efectivo, tendo sido, em diferentes anos, eleito Presidente de primeira classe e Vice-Presidente da Academia, sendo também sócio efectivo da Sociedade de Geografia de Lisboa.

Deixou vasta colaboração literária e científica, em várias revistas, e alguns escritos sobre Serpa e o Alentejo.

Apesar de suceder ao seu pai no Marquesado, nunca usou o título de Marquês, usufruindo apenas do de Conde de Ficalho que lhe foi concedido por Carta Régia de 16 de Junho de 1862, por D. Luís.

Foi nomeado Par do Reino por Carta Régia de 29 de Dezembro de 1881, e tomou posse em 04 de Fevereiro do ano seguinte. Fez parte das seguintes Comissões da Câmara dos Pares: Negócios Externos (1882-1886), 1890-1894); Agricultura (1882-1892), Especial para dar parecer sobre o projecto das reformas constitucionais (1884 e 1885, sendo nesta ano seu Secretário); Instrução Pública (1885-1886, 1890-1894); Obras Públicas (1885-1886, 1890-1892) e Paz e Arbitragem (1898).

No Parlamento seguiu o Partido Regenerador, e apesar de não ter feito muitos discursos, devem-se destacar algumas das suas intervenções.

Publicou trabalhos científicos e históricos, como: Apontamentos para o Estudo da Flora Portuguesa, (1875); Flora dos Lusíadas, (1880); Plantas Úteis da África Portuguesa, (1884), Garcia de Orta e o Seu Tempo, (1886); Uma Eleição Perdida, (contos, 1888); Viagens de Pêro da Covilhã, (1898); Memórias sobre a Influência dos Descobrimentos dos Portugueses no Conhecimento das Plantas, (1878); Colóquio dos Simples e Drogas da Índia por Garcia de Orta, (2 volumes, 1891 e 1895).

O seu nome faz parte da Toponímia de: Lisboa (Freguesia de Alvalade, ex-Freguesia de São João de Brito, Edital de 20-10-1955, era a Rua 42 do Sítio de Alvalade); Serpa (Freguesias de Serpa e Vila Verde de Ficalho).

Fonte: https://ruascomhistoria.wordpress.com/