Funeral da Ranha D.Amélia de Orleães (1951)
Foi enviado a França o NRP Bartolomeu Dias, para trazer o seu corpo para Portugal, missão confiada ao Exmº Capitão-de-Mar-e-Guerra, Oliveira Lima ao 2º Comandante Aragão e ao Reverendo Padre Correia da Cunha. Foi no dia 26 de Novembro de 1951, que a urna com os restos da Rainha D. Amélia Rainha de Portugal foi transportada a bordo do navio da Armada Portuguesa, no Porto de Brest.
O povo permaneceu monárquico e apesar duma república imposta, não esqueceu a sua Rainha. |
Às cerimónias religiosas realizadas na Igreja de São Vicente de Fora assistiram o "chefe de estado" membros do governo, Reis e Príncipes estrangeiros, altas patentes do Exército e da Armada, Corpo Diplomático, altas autoridades civis, Sua Eminência o Senhor Cardeal Patriarca de Lisboa e outras dignidades eclesiásticas, onde se incluía o Padre José Correia da Cunha.
A missa solene de “Requiem” foi presidida pelo Cónego Arcediago da Sé de Lisboa, Dr. Avelino Gonçalves, acolitado pelos beneficiados Vítor Franco e Gonçalves Pedro.
Antes de se dar início à Missa fez-se ouvir a marcha fúnebre de Schumam, tendo depois a orquestra executado a missa de Perosi.
O Senhor Visconde de Asseca e o Senhor Capitão Júlio da Costa Pinto foram inclusive a bordo do NRP Bartolomeu Dias, agradecer ao Comandante e à tripulação do navio, da armada portuguesa, a forma respeitosa e o serviço religioso, assim como o patriótico recolhimento, com que toda a tripulação do navio se associou ao luto da Nação. Este episódio foi-me relatado por Padre Correia da Cunha, dando a entender que o cadáver de Sua Majestade foi velado piedosamente durante todo o trajecto desde o Porto de Brest até ao Terreiro do Paço, em Lisboa.
No dia que passam 60 anos sobre essa data não poderia deixar de recordar esta última guarda de honra, ou seja, a homenagem saudosa e comovida da dedicação e da lealdade dos seus antigos súbditos.
Embora francesa de origem, tornou-se portuguesa pela afeição à sua Pátria adoptiva, que a ela se prendeu com todos os afectos. Era esta afeição que lhe aprimorava a alma e o coração. Ficou gravada em pedra, no seu túmulo, em letras gravadas a ouro:
AQUI DESCANSA EM DEUS
DONA AMÉLIA DE ORLEÃES E BRAGANÇA
RAINHA NO TRONO, NA CARIDADE E NA DOR.
Legenda simples mas expressiva e altamente honrosa para a memória de tão ilustre, excelsa e venerada Rainha.
Pe. José Correia da Cunha
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