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A Monarquia Portuguesa

Este blog pretende ser o maior arquivo de fotos e informações sobre a monarquia portuguesa e a Família Real Portuguesa.

Seg | 05.08.19

José Trasimundo Mascarenhas Barreto, mordomo-mor da Casa Real

Blog Real

José Trasimundo Mascarenhas Barreto, 7.º Marquês de Fronteira, 8.º Conde da Torre, 8.º Conde de Coculim, Representante do Título de Marquês de Alorna e 10.º Conde de Assumar (Lisboa, 4 de janeiro de 1802 — Lisboa, 19 de fevereiro de 1881) foi um nobre, militar e político português.

Filho de D. João José Mascarenhas Barreto e de D. Leonor Benedita de Oyenhausen de Almeida, filha da Marquesa de Alorna. Mal conheceu o pai, falecido em 1806, e herdou os bens da casa; o regente D. João o agraciou com os títulos e bens da Coroa, de que os seus antepassados gozavam, em portaria de 17 de maio de 1811, e suplementos de 24 de setembro de 1814 e 26 de abril de 1815. Assentou praça de cadete a 8 de maio de 1818, tendo 16 anos, na primeira companhia de granadeiros do regimento de infantaria n.º 4, sendo promovido a alferes do regimento nº 1 da mesma arma em 10 de dezembro de 1820.

Casou em 14 de fevereiro de 1821 com D. Maria Constança da Câmara, dama da Ordem de Santa Isabel, depois dama de honor das rainhas D. Maria II de Portugal, D. Estefânia e D. Maria Pia; filha de D. Luís Gonçalves da Câmara Coutinho Pereira de Sande, 11.° senhor das Ilhas Desertas, de Regalados e do morgado da Taipa; alcaide-mor de Torres Vedras, e D. Maria de Noronha, filha dos 7º conde dos Arcos.

Em 1820, o chefe da revolução liberal, general Sepúlveda, o nomeou seu ajudante de campo, conservando-o no seu estado-maior até à queda do governo constitucional. Não querendo anuir ao movimento da Vilafrancada em Maio de 1823, foi colocado no sétimo regimento de cavalaria, de guarnição em Torres Novas. Voltou depois a Lisboa, e foi mandado servir no regimento nº 4 da mesma arma, poucas semanas antes da revolta de 30 de abril de 1821. Esteve então preso na torre de Belém, e depois na praça de Peniche, correndo os perigos de vida, pois esteve quase a ser fuzilado.

Saindo da prisão obteve licença para sair do reino, e em companhia de sua mulher percorreu parte da Europa, regressando à pátria depois de ser outorgada a Carta Constitucional em 1826. Foi eleito par do reino, por carta régia de 30 de abril de 1826, não tomando logo posse, por estar ainda na menoridade, que então se contava de 25 anos.

Por ocasião do casamento de D. Pedro V de Portugal, em Maio de 1858, foi nomeado mordomo-mor da casa da rainha D. Estefânia até seu falecimento, em Julho de 1859.

Quando morreu D. Pedro V e o infante D. João, em 1861, adoeceu o Duque de Saldanha, mordomo-mor da Casa Real, e foi substitui-lo no cargo. Depois do casamento de D. Luís I de Portugal, em 1862, foi nomeado mordomo-mor da casa da rainha D. Maria Pia. Era neto pelo lado materno da Marquesa de Alorna, e este título lhe foi dado em 22 de outubro de 1839, ficando reunido ao de Fronteira, renovado em Julho de 1844. Assistiu à coroação de Carlos X de França e às festas nas Tulherias. Tinha paixão pelas artes, e em Roma viveu na convivência do pintor Domingos Sequeira.

Teve apenas uma filha, D. Maria Mascarenhas Barreto.

Faleceu no seu palácio, em São Domingos de Benfica, aos 79 anos de idade, sendo sepultado, por autorização do Ministério do Reino, num jazigo da Igreja de São Domingos de Benfica, em Lisboa.

Títulos e comendas:

Veador da Fazenda Honorário da Casa Real, Par do Reino; 7.º Senhor de Fronteira, 8.º Senhor dos Morgados da Torre da Vargem, Senhor de Coculim e Verodá, na Índia; 15.º Senhor da Quinta das Chantas, no termo de Santarém; 13.º Senhor da Quinta da Goncharia em Almeirim; Donatário na Mordomia-Mor de Faro; Marechal de Campo reformado; Comendador e Grã-Cruz da Ordem Militar de Cristo; Comendador de Santa Cristina, de Afife, de Nossa Senhora da Conceição, de Rosmaninhal; de São Miguel, de Linhares; de São Nicolau, de Carrazedo de Montenegro; de Santiago, de Fonte Arcada; de São Tiago, de Torres Vedras. Cavaleiro, Oficial e Grã-Cruz da Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito, Grã-Cruz da Ordem de Carlos III, de Espanha; da Ordem da Águia Vermelha, da Prússia; da Ordem de São Gregório Magno, da Santa Sé; da Ordem de Alberto o Valoroso, da Saxónia; da Ordem dos Santos Maurício e Lázaro, de Itália, e da Imperial Ordem da Rosa do Brasil.

Recebeu a Medalha das Campanhas da Liberdade, algarismo 9, a Medalha de Bons Serviços, a Medalha de Valor Militar e a Medalha de Comportamento Exemplar.