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A Monarquia Portuguesa

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Qui | 06.02.14

Organização da Casa Real: Alferes-mor de Portugal

Blog Real

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O alferes-mor do Reino de Portugal, simplesmente alferes-mor de Portugal ou ainda alferes-mor de el-Rei constituía o alto oficial da Coroa que tinha como função levar a bandeira do Rei de Portugal no campo de batalha. Até à criação do cargo de condetável de Portugal, o alferes-mor exercia, por inerência, a função de comandante-chefe do Exército. A partir de então, tornou-se num cargo essencialmente honorífico, existindo até ao final da Monarquia.

História:

O cargo de alferes-mor é anterior à própria independência de Portugal, existindo já durante o Condando Portucalense. O Conde D.Henrique - pai do primeiro Rei de Portugal - tinha como alferes-mor D. Fafez da Luz, o qual teria vindo com ele para Portugal.

Ao que parece, o primeiro alferes-mor de Portugal independente teria sido o cavaleiro Pedro Pais, nomeado pelo Rei D.Afonso Henriques. No entanto, o primeiro alferes-mor a figurar num documento escrito foi Pelágio Soares.

O alferes-mor era o alferes ou porta-bandeira do Rei de Portugal, competindo-lhe levar a bandeira régia para as batalhas. A bandeira só poderia ser desfraldada por ordem do Monarca e, quando o era, todos os restantes alferes particulares tinham que desfraldar também as suas bandeiras.

O alferes-mor tornou-se no mais alto oficial do Exército Real, exercendo efetivamente a função de comandante-chefe do mesmo, subordinado diretamente ao Rei. Como a função de comandante do Exército não lhe permitia transportar efetivamente a bandeira real em combate, essa função passou a ser desempenhada pelo alferes-menor ou alferes pequeno.

Com a criação dos cargos de condestável e de marechal de Portugal, em 1382, o alferes-mor passou para o terceiro lugar na hierarquia do Exército, voltando a ter como função principal o transporte da bandeira do Rei.

Um dos alferes-mores mais famosos da história, foi Duarte de Almeida, alferes de D.Afonso V, que se notabilizou pela defesa heróica da bandeira real, na Batalha de Toro. Durante a Batalha, Duarte de Almeida viu-se cercado pelos inimigos que lhe deceparam a mão direita, segurando ele então a bandeira do Rei com a mão esquerda. No entanto, deceparam-lhe também a mão esquerda, passando então a segurar a bandeira com os dentes, para evitar que fosse tomada pelo inimigo.

Depois de deixarem de ter funções militares, os alferes-mores mantiveram uma importante função na cerimónia de aclamação de cada novo Monarca pelas Cortes. Durante a cerimónia, o alferes-mor acompanhava o novo Rei com o estandarte real enrolado. No final do juramento do Rei, o alferes-mor desfraldava o estandarte perante o povo e gritava: Real! Real! Pelo muito alto e muito poderoso Rei de Portugal, Senhor Dom…!.

O cargo foi exercido pela última vez por Vasco de Sabogosa, conde de São Lourenço, que serviu de alferes-mor durante o ato de aclamação de D.Manuel II perante o Parlamento, no dia 6 de maio de 1908.

Titulares:

Esta é uma lista incompleta dos alferes-mores de Portugal:

  • D. Fafez da Luz
  • Pedro Pais - c. 1143
  • Pelágio Soares
  • Pedro Pais da Maia
  • Paio Moniz de Ribeira
  • Gonçalo Gomes de Azevedo
  • Gil Vasques da Cunha - c. 1360
  • João Esteves Carregueiro
  • Duarte de Almeida - 1476
  • D.Jorge de Menezes - c.1540
  • Luís César de Menezes, alcaide-mor de Alenquer - c. 1600
  • Fernão Teles de Meneses, conde de Vila Maior - 1640
  • Vasco Fernandes César,  conde de Sabugosa - 1673
  • D. João José Ausberto de Noronha - 1725
  • D. António Maria de Melo da Silva César de Menezes, conde de Sabugosa - 1743
  • D. José António de Melo da Silva César de Meneses, marquês de Sabugosa - 1763
  • D. António José de Melo da Silva César de Menezes, conde de São Lourenço - 1794
  • D. António Maria José de Melo da Silva César e Menezes, marquês de Sabugosa  - 1825
  • D. Vasco de Sabugosa, conde de S. Lourenço - 1908

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