Paço Ducal de Vila Viçosa esconde tesouros da família real
O ano de 2025 marca os 160 anos do nascimento de D. Amélia de Orleães, a última Rainha de Portugal. Uma data que ganha especial relevância para o Paço dos Duques de Bragança, em Vila Viçosa, que se prepara para o celebrar. A SIC foi até lá para conhecer as celebrações e a importância histórica da monarca.
Com o pai condenado à morte por traição e a família exilada em Espanha, quando regressa a Vila Viçosa após o perdão de D. Manuel I, D Jaime não volta a viver no castelo como o reposto Duque de Bragança. Conta-se que por causa das memórias trágicas.
Começa aí a construção de um novo paço, que continua a crescer ao longo dos séculos, até ao momento em que se tornou um dos maiores e mais ricos edifícios do país.
A sala dos duques, onde estão representados muitos dos líderes da casa de Bragança, é apenas o vislumbre do espólio que pode hoje ser admirado, naquele que é um dos núcleos do museu-biblioteca da Casa de Bragança.
A linhagem que uniu D. João I e Nuno Álvares Pereira teve aqui sede durante mais de dois séculos. Até que, em 1640, D. João II, duque de Bragança, se transforma em D. João IV, rei de Portugal.
O Paço perdeu vida e importância, mas, em finais do século XIX, D. Carlos voltou a colocar pequenos pedaços de rotina diária no edifício - hoje espelhados nos quartos da família real e onde a investigação continua a descortinar ligações da família real ao mecenato e à comunidade.
Mas, entre os tesouros, há um que se destaca: a biblioteca que veio de Inglaterra, composta pelo último rei de Portugal, D. Manuel II.
Um espólio aberto à investigação, que inclui todas as obras de Camões editadas até ao início do século XX, entre elas uma primeira edição d’“Os Lusíadas”.
Uma história que começa e acaba em tragédia:
Esta é, no entanto, uma história alicerçada num edifício, que parece começar e acabar em tragédia. Ou não estivesse, entre as sete dezenas de carruagens expostas, uma que no primeiro dia de fevereiro de 1908, circulava perto da praça do comércio em Lisboa. Nela seguia a família real, que regressava do paço em Vila Viçosa.
Pouco depois, o reinado dos Bragança acabou, mas, em 2025 será relembrado de forma especial, devido aos 160 anos do nascimento da última rainha, Dona Amélia de Orleães.
Finda a monarquia, ficou o legado para o país em património e cultura da última família reinante, e cujo primeiro monarca, D. João IV, parece ainda hoje querer partilhar, com os que visitam Vila Viçosa.
Fonte: https://sicnoticias.pt